Presidente da CNA defende acesso de produtores a tecnologias com assistência técnica

Publicado em 05/11/2019 17:46
João Martins discursou no Congresso Brasileiro de Gestores da Agropecuária

Ao discursar na abertura do 1º Congresso Brasileiro de Gestores da Agropecuária, realizado em Brasília, o presidente da CNA, João Martins, falou sobre os novos desafios que estão colocados para o agro, que as tecnologias precisam chegar aos produtores por meio de assistência técnica e que para ampliar as ações no campo é fundamental a cooperação entre vários agentes, como governo e instituições privadas.

O Congresso é uma iniciativa da CNA, do Ministério da Agricultura e da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) para debater os desafios do setor e a elaboração de políticas para o desenvolvimento e inovação da agropecuária brasileira.

Além do presidente da CNA, estiveram presentes no palco a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, o presidente da CNM, Glademir Aroldi, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, o vice-presidente de Agronegócios do Banco do Brasil, Ivandré Montiel, o secretário de Agricultura Familiar e Cooperativismo do Mapa, Fernando Schwanke, e o presidente do Sebrae, Carlos Meles.

Presidentes de federações estaduais de agricultura e pecuária e dirigentes de sindicatos de produtores rurais também estiveram na abertura do encontro.

No seu discurso, João Martins afirmou que a assistência técnica para os novos tempos será muito mais do que introduzir novas formas de produção. “Será, acima de tudo, qualificar os produtores para a gestão do seu negócio, para dar o melhor uso a seus recursos, para perceber as oportunidades de mercado, para administrar seus custos e para conectar-se às redes econômicas a que precisa se integrar”.

E destacou, em sua fala, que o Brasil tem capacidade de incorporar ao ambiente moderno e produtivo pelo menos um milhão de produtores “por meio de políticas públicas e da ação das instituições não estatais que operam no universo do agro”.

Desta forma, o desafio que o país tem a partir de agora é inserir o maior número possível de produtores na moderna agropecuária, criando no campo “uma economia mais igual e mais inclusiva”.

Em seu discurso, Martins lembrou que cada época tem seus próprios desafios. Nas três últimas décadas do século 20, este desafio foi a invenção da agropecuária moderna total, a partir da integração entre universidades e da ciência com os novos empresários rurais que “emergiram para transformar um setor improdutivo e estagnado
numa das maiores máquinas de produção agrícola de todo o mundo”.

Na sequência, relatou o desafio de inserir a agropecuária brasileira no mundo, o que exigiu níveis de produtividade e de cuidados ambientais que tornaram o Brasil um país competitivo em escala global para alcançar os mercados mais longínquos e exigentes.

“Hoje, o setor agropecuário é o mais dinâmico da economia brasileira, tanto em suas taxas de crescimento da produção e das vendas externas, como em avanços tecnológicos e em inovação. Nossa produção rural sustenta o equilíbrio das contas externas e alimenta as diversas cadeias do agronegócio, que dão vida ao conjunto da economia, mesmo em tempos de crise”, destacou.

Neste contexto de democratizar o acesso de mais produtores rurais a novas tecnologias modernas de produção, ele explicou que a CNA iniciou um amplo programa, em cooperação com o governo e outras instituições privadas.

“Se fizermos esse esforço, numa escala ampla, envolvendo o setor privado e principalmente, os municípios, e formos bem sucedidos, estaremos criando uma nova revolução no campo e ajudando o Brasil a ser mais inclusivo e mais justo”, afirmou o presidente da CNA.

“Tudo o que se passa no mundo, hoje, é para nos ensinar que já não basta apenas produzir mais e mais. É preciso ter em mente as exigências sociais da produção, o que significa dar alta prioridade à distribuição mais horizontal dos benefícios da produção e  aos  retornos para os consumidores, os trabalhadores e toda a sociedade”, concluiu.

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, falou sobre a parceria entre governo, CNA e a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) e apontou a assistência técnica como prioridade da sua gestão para 2020. Ela também destacou a importância do trabalho da Confederação e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) em levar assistência técnica para o produtor.

Já o presidente da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), Glademir Aroldi, afirmou que mais 3,5 mil municípios do país têm sua economia baseada no agro e que este fator precisa ser levado em conta nas políticas de governo. O presidente da FPA, deputado Alceu Moreira, defendeu o aprofundamento dos debates sobre ciência, tecnologia e inovação para beneficiar os produtores.

Durante três dias, os participantes do Congresso discutem políticas públicas voltadas para o desenvolvimento rural nos municípios. O evento terá a participação de técnicos da CNA em palestras, além de presidentes de federações de agricultura e pecuária e sindicatos de produtores rurais.  

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CNA

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