Senadores defendem agilidade para analisar PL da Regularização Fundiária
Durante audiência pública da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) no Senado, que contou com a presença do secretário especial de Assuntos Fundiários do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Nabhan Garcia, nesta quinta-feira (29), senadores defenderam agilidade sobre o projeto de lei que versa sobre a regularização fundiária.
O presidente da comissão, senador Acir Gurgacz (PDT-RO), afirmou que a concessão de títulos de terras é uma via para ampliar a produção de alimentos e atender as demandas internas e externas. “O que buscamos é a evolução e modernização do processo, com a utilização de tecnologia com sensoriamento remoto, cruzamento dos bancos de dados e parceria com as prefeituras para dar mais agilidade, segurança e transparência a todo processo,” disse.
A proposta de autoria do senador Irajá (PSD-TO) – PL 510/2021 -, retirada de pauta pelo presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (DEM- MG), na última quarta-feira (28), visa instituir novas regras para ocupação de terras da União e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), que foram ocupadas antes de 25 de maio de 2012 e pretende abranger propriedades com até 2,5 mil hectares.
O senador Carlos Fávaro (PSD-MT), relator do projeto, destacou que vai compilar um texto que atenda aos interesses dos produtores rurais com a preservação ambiental. “Ninguém está aqui para contemplar grileiros de terras e ser coniventes com crimes ambientais. Não vamos defender latifundiários, esse projeto de lei visa regularizar as terras de pequenos e médios produtores”, ponderou Fávaro.
O senador Irajá ressaltou que as mudanças nas regras da regularização fundiária já foram amplamente debatidas, desde 2019, com a edição da MP 910. Segundo ele, o marco regulatório da regularização fundiária corrige uma injustiça histórica com mais de 300 mil famílias de pequenos produtores rurais, especialmente localizadas nos sete estados do bioma amazônico brasileiro, “entre eles o meu estado de Tocantins, que aguardam, há décadas, o título das suas terras, há 20, 30, 40, 50 anos”, disse o parlamentar.
O senador explicou ainda que a terra sem dono é uma terra sem lei. “É nesse sentido que o projeto fortalece o combate ao desmatamento e às queimadas ilegais, uma vez que os órgãos de fiscalização, de controle, como o Ibama, o Ministério do Trabalho e também o Incra, entre outros, poderão identificar e punir os verdadeiros autores de eventuais crimes ambientais cometidos nessas áreas.”
Os senadores já apresentaram 98 emendas à proposta e poderão apresentar outras até que a matéria volte à pauta de votações. Para o secretário especial de Assuntos Fundiários do ministério da Agricultura, Nabhan Garcia, a proposta de regularização fundiária do senador Irajá respeita a Constituição e não faz discriminação contra o pequeno, médio e grande produtor rural. “Esse projeto vai de encontro com a ansiedade das famílias que estão aguardando a terra e de uma forma muito eficaz preserva o meio ambiente combatendo a grilagem de terra e o desmatamento ilegal.” Segundo o secretário, em 2020 foram emitidos quase 110 mil documentos titulatórios, e a expectativa da pasta é de 130 a 170 mil títulos este ano.
O senador Izalci Lucas (PSDB-DF) afirmou que “houve uma expectativa muito grande” quando a lei de regularização fundiária rural e urbana (Lei 13.465, de 2017) foi publicada pelo governo federal”, mas avaliou que há mais de um ano, por incompatibilidade no sistema de certificação, milhares de produtores não conseguem finalizar o processo para aquisição do título. “Temos aqui no Distrito Federal 1.500 títulos para serem entregues e está faltando o sistema resolver.”
Combate aos crimes ambientais
O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Sérgio Souza (MDB-PR), defende a necessidade de combater com “o rigor da lei” quem comete crime ambiental. “A versão de que regularizar é premiar irregularidades não se sustenta, porque não é verdadeira. Criminosos responsáveis por queimadas devem ser tratados como assunto de polícia e não de governo ou da política,” diz Sérgio Souza.
Segundo ele, a FPA apoia todas as políticas públicas para o desenvolvimento sustentável. Por isso defende que regularizar gera renda e emprego, garantindo dignidade e segurança. “Produtores sem registro de propriedade são como cidadãos sem RG ou CPF, não tendo acesso a crédito e programas governamentais.”
0 comentário
B3 antecipa adoção voluntária de relatório financeiro de sustentabilidade e clima alinhado ao ISSB
Vendas de café 25/26 do Brasil alcançam 69% da produção, aponta Safras
Milho e boi têm novo dia de baixas na B3 nesta 2ª feira, enquanto prêmios da soja sobem no Brasil neste início de semana
CNA destaca papel estratégico do RenovaBio em homenagem no Senado
SIA fecha 2025 com resiliência no agro e projeta retomada estruturada para 2026
FecoAgro/RS aponta 2025 como um dos anos mais difíceis para a agricultura gaúcha