Bayer inicia operação de barter em energia para conceder às usinas alternativa de crédito
Uma operação ainda pouco difundida no Brasil e que pode colaborar com o agronegócio em períodos de juros altos e restrição de crédito foi lançada pela Bayer para o setor canavieiro: o barter em energia. A modalidade, mais conhecida em culturas como soja, milho e café, permite a compra de insumos por meio de permuta, possibilitando ao agricultor maior previsibilidade dos custos diante de um cenário macroeconômico instável.
A primeira operação de barter em energia realizada pela Bayer foi iniciada em novembro de 2021 com a Umoe Bioenergy. Para o coordenador de barter da Bayer, Vinicius Leira, além da operação fomentar o aumento da participação na matriz energética de renováveis —que atualmente é de 44,7% de acordo com o Balanço Energético Nacional, sendo 16,4% biomassa de cana-de-açúcar— a modalidade também é uma alternativa para mitigar riscos, garantindo para as usinas os insumos necessários de acordo com a sua demanda.
“É uma operação muito segura, já que os contratos de comercialização de energia são de longo prazo, cerca de 10, 20 anos. Desta forma, conseguimos mitigar riscos para a companhia, permitindo aumentar nossa participação como alternativa de crédito em parceria com as usinas de cana-de-açúcar”, reforça Leira.
Para a Umoe, a parceria trará acesso e maior previsibilidade o setor sucroenergético, beneficiando os agricultores, usinas e o meio ambiente. “Estamos entusiasmados em desenvolver uma boa ferramenta para trabalhar com a Bayer e acreditamos no potencial da formação de parcerias para promover benefícios em performance e sustentabilidade para o mercado de cana,” diz Gustavo Dias, CEO da Umoe Bioenergy.
Para que a operação aconteça, a Bayer negocia o pedido com a Usina, avaliando a quantidade de produtos e oportunidade potencial que envolve energia em megawatt-hora (MWh). Na sequência, a Usina apresenta o contrato de compra e venda de energia registrado na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e, em seguida, a Bayer, a Usina e Comprador fecham a triangulação. Assim que os contratos são feitos, a Bayer entrega os produtos para a Usina, que disponibiliza a energia na rede e avisa o comprador. Por fim, o pagamento é realizado para a Bayer.
Para o líder de negócios de cana-de-açúcar da Bayer, Tiago De Biase, a operação protagonizada pela empresa beneficia todos os envolvidos e destaca o potencial da indústria sucroenergética. “O setor tem uma expressão relevante no Brasil e o nosso objetivo é reforçar ainda mais esse papel. Estamos aproveitando de algo que é produzido no setor para fazer negócio e contribuir positivamente para a mudança da matriz energética brasileira, tornando-a mais sustentável”.
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