Brasil e Egito firmam acordo bilateral

Publicado em 13/08/2008 11:40 e atualizado em 05/03/2020 13:15
Com o objetivo de ampliar o comércio entre o Brasil e o Egito, representantes dos dois países firmaram ontem, em Brasília (DF), acordos bilaterais no setor agrícola e aprofundaram conversações sobre parcerias nos setores automobilístico e de autopeças. Os protocolos assinados incluem acordo para liberação de exportações de gado brasileiro vivo para o mercado egípcio. 

Em visita ao País, o ministro da indústria e comércio exterior do Egito, Rachid Mohamed Rachid, disse à Gazeta Mercantil que foram adiantadas várias conversas com empresas brasileiras, como Coteminas (têxtil) e Copersul que, segundo ele, demonstraram interesses de investir no Egito. "Há um projeto de investimento de uma empresa lá, é a Copersul", afirmou após reunião no Itamaraty com os ministros da Agricultura, Reinhold Stephanes, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge e das Relações Exteriores, Celso Amorim. Na véspera, Mohamed se encontrou com alguns empresários em São Paulo.

A Copersul, empresa controlada pela Braskem, teria planos de investir naquele país por meio de aquisição de uma refinaria de açúcar egípcia ou por intermédio de uma parceria com uma fabricante local do produto. A operação daria ao Egito acesso à tecnologia de produção de etanol.

Representantes da Coteminas informaram ao ministro Rachid que há interesse da empresa em abrir uma filial no Egito. E empresas brasileiras pretendem ampliar as exportações de carne de frango para o país. A Sadia e o JBS (Friboi) programaram investimentos para a montar armazéns frigoríficos e reforçar sua estrutura no mercado local. O ministro Rachid, do Egito, e Stephanes, do Brasil, firmaram protocolo que libera as exportações de gado vivo brasileiro para o mercado egípcio.

Em 2007, as exportações brasileiras para o Egito somaram US$ 1,2 bilhão. As vendas do Brasil se concentram em produtos como carne bovina (in natura) e frango, minério de ferro, açúcar e aeronaves. O País importou no ano passado US$ 52 milhões em produtos egípcios, com destaque para as compras de algodão, lã, produtos têxteis, químicos, fertilizantes e materiais de construção.

As trocas comerciais entre os dois países foi considerada pequena por Rachid. A intenção do governo egípcio é ampliar as vendas de fertilizantes e insumos para o Brasil, que tem presença expressiva no setor do agronegócio.

"Por muitos anos o Egito e o Brasil têm sido grandes parceiros em organizações multilaterais, como a Organização Mundial do Comércio (OMC). Ainda assim, apesar dos inúmeros interesses em comum entre as partes, o comércio e investimento entre nós permanece baixo", disse o ministro egípcio.

O ministro acenou com apoio à política de etanol brasileira, fabricado a partir da cana-de-açúcar. Por outro lado, criticou o etanol "subsidiado" dos Estados Unidos, extraído de milho. "O ministro Rachid é contra o subsídio para a produção de energia com alimentos de primeira necessidade (milho); e ele se mostrou a favor do etanol do Brasil fabricado com a cana-de-açúcar porque não é um alimento de primeira necessidade", declarou o secretário-geral da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Michael Alaby, que acompanhou as reuniões em Brasília.

No encontro, o ministro do Egito fez um convite ao governo do Brasil e a empresários brasileiros do setor de autopeças para conhecerem o parque automotivo daquele país que cresce a taxas entre 7% e 8% ano. A estimativa é que a produção de veículos no Egito alcance a marca de um milhão em 2010, embora o número seja quatro vezes menor que a produção atual do Brasil, quase 5 milhões de unidades.

Um encontro entre empresários brasileiros e egípcios será organizado pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira e será liderado pelo ministro Miguel Jorge. A data deverá ser definida para o primeiro trimestre de 2009, segundo Alaby.

Empresas brasileiras, como a Marcopolo, já estão investindo no Egito. A encarroçadora de Caxias do Sul (RS) investiu US$ 50 milhões em uma unidade de montagem de ônibus no Egito em parceira com uma empresa local (GB Auto).

Fonte: Gazeta Mercantil

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Gazeta Mercantil

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