Redução da oferta global de óleo de palma e forte demanda de biodiesel impulsionam preços

Publicado em 06/03/2024 08:51

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Por Bernadette Christina e Danial Azhar

KUALA LUMPUR (Reuters) - A estagnação da produção global de óleo de palma e os mandatos mais altos de biodiesel provavelmente reduzirão neste ano a oferta do óleo vegetal mais usado no mundo, preparando o terreno para novos ganhos nos preços, que estão sendo negociados no nível mais alto em sete meses.

A expectativa é de que a produção de óleo de palma na Indonésia e na Malásia, que respondem pela maior parte da produção global, aumente marginalmente em 2024 ou diminua em relação ao nível do ano passado, já que o envelhecimento das plantações e a falta de expansão limitam a produção, disseram analistas em uma conferência do setor em Kuala Lumpur nesta quarta-feira.

"Os preços do óleo vegetal serão sustentados pelo possível déficit de produção global", disse o principal analista do setor, Thomas Mielke.

Os estoques de óleo de palma do primeiro produtor mundial, a Indonésia, estão baixos e os estoques do segundo maior produtor, a Malásia, estão diminuindo, acrescentou ele.

O contato de referência do óleo de palma da Malásia saltou na quarta-feira para uma máxima desde o final de julho, para 4.075 ringgit por tonelada, elevando os ganhos em 2024 para quase 10%. O mercado caiu nos últimos dois anos.

O óleo de palma, que responde por mais da metade das cerca de 90 milhões de toneladas de óleos comestíveis exportadas em todo o mundo, é usado em uma série de produtos, desde chocolates e pizzas até cosméticos, e também como biocombustível.

MENOR CRESCIMENTO DA PRODUÇÃO

O crescimento anual da produção de óleo de palma em 2023/24 deverá ser o menor em quatro anos, com cerca de 0,2-0,3 milhão de toneladas, disse Mielke, prevendo uma faixa de preço de 3.800-4.300 ringgit nos próximos três meses.

Enquanto a produção de óleo de palma da Indonésia em 2024 será pelo menos um milhão de toneladas menor do que em 2023, a produção da Malásia provavelmente permanecerá inalterada, disse o analista Dorab Mistry.

"Não temos mais condições de expandir a área cultivada. E o perfil de idade das árvores é adverso", disse Mistry no final do evento.

"Os rendimentos dos cachos de frutas frescas estão caindo e, infelizmente, a aplicação de tecnologia no setor de palma tem sido a mais lenta se considerarmos todo o cenário e o complexo petrolífero mundial."

O declínio no crescimento da produção de óleo de palma ocorre em um momento em que a Indonésia provavelmente intensificará o uso obrigatório do produto tropical na fabricação de biodiesel.

"Existe a possibilidade de o novo governo aumentar o B35 para B40", disse Fadhil Hasan, da Associação de Óleo de Palma da Indonésia (GAPKI), referindo-se à mistura obrigatória de bioconteúdo que atualmente é de 35% de biodiesel.

"Um dos programas do candidato que provavelmente será eleito é a intenção de aumentar para B50, mas isso talvez seja para depois de 2025", acrescentou.

Até mesmo a produção de biodiesel da Malásia poderá aumentar em 2024 se o programa obrigatório de 20% de biodiesel for implementado em mais áreas, disse a Associação de Biodiesel da Malásia.

(Reportagem de Bernadette Christina e Danial Azhar; texto de Naveen Thukral)

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Fonte:
Reuters

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