Janaina Riva reforça pedido de suspensão do CAR digital e cobra correções urgentes no sistema
A deputada estadual Janaina Riva (MDB) voltou a cobrar, nesta quinta-feira (10), a suspensão imediata do sistema CAR 2.0, implantado recentemente pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema-MT). Em novo ofício encaminhado à secretária Mauren Lazzaretti, a parlamentar aponta falhas técnicas e jurídicas que, segundo ela, colocam em risco a segurança jurídica das propriedades rurais e inviabilizam o acesso dos produtores ao crédito agrícola.
As críticas da deputada se somam às reclamações já formalizadas por entidades do setor produtivo, como a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), a Aprosoja-MT e a Acrimat. No final de junho, o Fórum Agro MT enviou um documento à Sema denunciando a instabilidade da nova plataforma, inconsistências em imagens de vetorização, passivos ambientais gerados automaticamente e ausência de ferramentas para correção de dados, entre outros entraves que vêm afetando produtores em todo o estado.
“Não é possível operar um sistema que valida passivos ambientais de forma automática, sem qualquer possibilidade de defesa técnica prévia do produtor. Isso viola o direito de contraditório e fragiliza o setor rural, que depende do CAR regularizado para acessar crédito e manter suas atividades”, destacou Janaina no ofício.
Entre os principais pontos apontados pela deputada estão a validação automática de cadastros que deveriam ser dispensados de recomposição de reserva legal, contrariando o artigo 67 do Código Florestal, a impossibilidade de registrar supressões de vegetação ocorridas antes do ano 2000 e a grave inconsistência entre as bases de dados do sistema, que compromete a precisão dos cadastros. Além disso, a parlamentar criticou a aplicação imediata de passivos ambientais sem espaço para defesa, a falta de ferramentas para retificação de informações equivocadas e a exclusão do município de Boa Esperança do Norte da base territorial do CAR, o que impede os produtores locais de sequer realizarem o cadastro.
Outro ponto levantado por Janaina é o prazo de 180 dias para entrega de laudos técnicos, especialmente os de hidrografia, considerado inviável diante da exigência de coleta em períodos distintos — de seca e de cheia — prevista no próprio Termo de Referência da Sema. Ela defende que a obrigatoriedade de cadastro para Boa Esperança do Norte seja suspensa até que haja regularização da base territorial junto ao IBGE e ao Incra.
A deputada também cobrou a criação de um mecanismo que permita a contestação prévia dos passivos ambientais, conforme já previsto em decreto estadual, além da exigência de um termo de responsabilidade nos pareceres técnicos emitidos pela Sema sobre a validação do CAR, como forma de resguardar a segurança jurídica dos produtores. No documento ela solicitou a ampliação dos prazos para contestação e correção cadastral, sobretudo nos casos que envolvam análise de dinâmica hídrica e uso consolidado.
Janaina lembra que o acesso ao crédito rural está condicionado à regularização no CAR, como determina o Manual de Crédito do Banco Central. “É inadmissível que o governo do estado mantenha um sistema que bloqueia o desenvolvimento da nossa principal atividade econômica. Não se trata de questionar a digitalização ou os avanços na gestão ambiental, mas de garantir que eles sejam feitos com responsabilidade e segurança jurídica para quem produz”, finalizou.
0 comentário
COOPERATIVISMO EM NOTÍCIA - edição 13/12/2025
Minerva Foods avança em duas frentes estratégicas e alcança categoria de liderança do Carbon Disclosure Project (CDP)
Pesquisador do Instituto Biológico participa da descoberta de novo gênero de nematoide no Brasil
Secretaria de Agricultura de SP atua junto do produtor para garantir proteção e segurança jurídica no manejo do fogo
Manejo do Fogo: Mudanças na legislação podem expor produtores a serem responsabilizados por "omissão" em casos de incêndios
Primeira Turma do STF forma maioria por perda imediata do mandato de Zambelli