Tarifas dos EUA sobre Brasil excluem importações de suco de laranja, produtos de energia e outros

Publicado em 30/07/2025 16:16 e atualizado em 30/07/2025 18:37

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(Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, impôs nesta quarta-feira uma tarifa de 50% sobre a maioria dos produtos brasileiros para combater o que ele chamou de "caça às bruxas" contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, mas suavizou o golpe ao excluir setores como aeronaves, energia e suco de laranja.

A medida foi um alívio para muitos em Brasília, que desde que Trump anunciou a tarifa vinham pedindo proteções para os principais exportadores pegos no fogo cruzado. As ações da fabricante de aviões Embraer e da fabricante de celulose Suzano subiram.

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"Representa um cenário mais benigno do que poderia ser, mas não quer dizer que tenha um impacto pequeno ou que não sejam efeitos relevantes", disse o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, a jornalistas.

Em um comunicado sobre o decreto de Trump nesta quarta-feira, a Casa Branca vinculou as tarifas ao processo contra Bolsonaro, que está sendo julgado sob a acusação de planejar um golpe para anular sua derrota eleitoral em 2022.

O decreto veio no mesmo dia em que os EUA anunciaram sanções contra integrante da Suprema Corte brasileira que supervisiona o julgamento de Bolsonaro -- o ministro Alexandre de Moraes --, acusando-o de autorizar detenções arbitrárias antes do julgamento e de suprimir a liberdade de expressão.

Ainda assim, o decreto de Trump formalizando a tarifa de 50% exclui dezenas de exportações brasileiras importantes para os Estados Unidos, incluindo aeronaves civis, ferro-gusa, metais preciosos, celulose, energia e fertilizantes.

Entre as principais preocupações do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva estava a Embraer, que exporta 45% de suas aeronaves comerciais e 70% de seus jatos executivos para os Estados Unidos.

Analistas também alertavam para um possível impacto grave sobre a Suzano, uma das maiores produtoras de celulose do mundo.

As ações da Embraer subiram 11% em São Paulo e as da Suzano ganharam mais de 1% no pregão da tarde.

Entretanto, o ex-secretário de Comércio Exterior, Welber Barral, advertiu que ainda é cedo para comemorar. Ele estima que a lista de produtos brasileiros exportados para os EUA compreende aproximadamente 3.000 itens, e apenas uma fração deles recebeu exclusões.

"Haverá um impacto", disse ele sobre as tarifas.

O decreto desta quarta-feira não incluiu isenções para carne bovina ou café, duas exportações importantes para os Estados Unidos, observou.

Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), que representa empresas como a JBS e a Marfrig, não comentou imediatamente o decreto desta quarta-feira.

Na terça-feira, o grupo disse que as novas tarifas tornariam as vendas para os EUA "inviáveis".

Há ainda a expectativa de que as companhias do setor de petróleo do Brasil retomem as exportações aos Estados Unidos após a indicação nesta quarta-feira de que o produto ficará isento das tarifas de 50%, disse o presidente do Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP), Roberto Ardenghy, à Reuters.

Petroleiras haviam optado por estocar o petróleo nas plataformas de produção ou em navios próprios maiores, nas últimas semanas.

(Reportagem de Gabriel Araujo e Ana Mano, em São Paulo;  Marta Nogueira, no Rio de Janeiro; Ismail Shakil, em Ottawa; Kanishka Singh em Washington)

>> Veja AQUI as informações trazidas pela Casa Branca na tarde desta 4ª feira

Royal Rural: Trump confirma tarifas ao Brasil, mas com ressalvas

Por Félix Henrique

Trump decretou emergência nacional contra o Brasil, acusando o governo Lula de ameaçar a economia dos EUA, empresas americanas e a liberdade de expressão. A medida usa a Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional como base jurídica para a decisão.

As novas tarifas entram em vigor no dia 6 de agosto, mas produtos embarcados ou em trânsito até o dia 5 terão até o dia 6 de isenção. Setores como petróleo, aeronaves e suco de laranja ficarão fora das tarifas.

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Fonte:
Reuters

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1 comentário

  • Mauricio Girelli Benjamim Constant do Sul - RS

    Gostaria que fosse uma piada, mas não é! Incrível em 2025 estarmos vivendo um momento desses!

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