Segurança Alimentar: Aumento da produção será insuficiente se produtores não receberem a assistência que precisam

Publicado em 18/11/2025 16:25 e atualizado em 18/11/2025 21:08
Diferença no acesso a recursos, a mercados e a capacitação e desenvolvimento de infraestrutura limitam vencimento a um dos maiores desafios do mundo

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Direto da COP30, Agrizone

A terça-feira, 18 de novembro, na COP30, na AgriZone, é dedicada ao tema da segurança alimentar no pavilhão da CNA (Confederação Nacional da Agricultura), que recebe não só líderes brasileiros para tratar do tema, mas também representantes internacionais. E já no primeiro painel - "Produção, distribuição e acesso a alimentos: dados sobre a situação atual e a heterogeneidade global" foi destaque as diversas reações que a produção agropecuária têm trazido aos desafios que vivencia atualmente, em especial quando o mundo ainda carrega o número de 700 milhões de pessoas que passam fome, segundo os números mais atualizados da FAO, o braço da ONU (Organização das Nações Unidas) para Agricultura e Alimentação.

"Não vamos erradicar a fome se pensarmos em soluções únicas", afirmou a pesquisadora da Embrapa Gado de Corte, Mariana Aragão. A partir de janeiro, Mariana assume a chefia da instituição. "A segurança alimentar têm que estar em primeiro lugar".

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Ao lado da represente da Embrapa, o secretário-geral da WFO (World Farmers Organisation), Andrea Porro, destacou que esta heterogeneidade ainda é um problema que impacta não só a segurança alimentar, mas também a evolução da agricultura no mundo todo. "Os produtores e as propriedades de tamanhos diferentes reagem de formas diferentes", diz. "São diferentes níveis de capacitação, de treinamento, ferramentas de extensão e, por isso, de possibilidade de serem sustentáveis". E estas deveriam ser, ainda segundo ele, "prioridade de solução".

Porro destacou que entre alguns dos principais desafios que hoje estão os custos elevados, os baixos financiamentos, o crédito escasso e a dificuldade de acesso à tecnologia, capacitação, educação e recursos. E é esta dificuldade e diferença de acesso que acaba promovendo esse desenvolvimento do setor que também é heterogêneo. Além disso, ainda destacou a importância urgente na revisão dos mecanismos de definição de metas, que será o mais efetivo na garantia do cumprimento de tais metas. 

"Precisamos de simplificação e melhor definição dos alvos para que os objetivos possam ser alcançados pelos produtores rurais e para que eles possam ser estimulados no que fazem de melhor", afirma.

Desta forma, Mariana afirma que este ambiente vem alimentando grandes distorções entre os mercados, o que acaba quase neutralizando suas vantagens competitivas. Como exemplo, citou os subsídios que são bastante presentes e algumas nações, o que os coloca em lugares diferentes de concorrência, competitividade e, consequentemente, de atendimento à demanda crescente e cada vez mais exigente.

Mediando o painel, o presidente da Farsul (Federação e Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul) e vice-presidente da CNA, Gedeão Pereira, afirmou: "tenho muito orgulho de ser agricultor brasileiro. Nossa caminhada, nossa evolução, foi muito rápida, e não foi perfeita. Mas seguimos melhorando e muito".

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"Esta é a epopeia de um povo que ainda não está escrita nos livros, ou nas redes sociais. Nossa agricultura melhorou o meio ambiente, mesmo com graves problemas ainda a serem resolvidos. Podemos ser a maior agricultura do mundo entre 2035 e 2040, provendo mais de 600 milhões de toneladas".

O Brasil, que já foi franco importador de alimentos, hoje figura como terceiro maior produtor global, maior exportador líquido global de alimentos e o que exporta auxilia na alimentação, ainda de acordo com a FAO, de mais de um bilhão de pessoas ao redor do mundo.

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Por:
Carla Mendes | Instagram @jornalistacarlamendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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