B3 antecipa adoção voluntária de relatório financeiro de sustentabilidade e clima alinhado ao ISSB

Publicado em 16/12/2025 08:38
Movimento reforça o compromisso com a transparência e com a mobilização de outras companhias listadas para o engajamento no tema

A B3 decidiu se antecipar às novas regras da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e divulgar, já em 2026, o relatório de informações financeiras relacionadas à sustentabilidade e ao clima referente ao exercício de 2025. Pela norma da CVM, esse tipo de documento só será obrigatório para as empresas a partir de 2027, mas pode ser adotado de forma voluntária antes disso. O relatório seguirá os Pronunciamentos Técnicos CBPS n° 01 e n° 02, originados a partir dos padrões internacionais IFRS S1 e S2 do International Sustainability Standards Board (“ISSB”), que orientam como apresentar riscos, oportunidades e impactos financeiros ligados à sustentabilidade e ao clima. Ao adotar o modelo antes do prazo, a B3 se alinha às práticas globais e reforça o compromisso com mais transparência para investidores e para o mercado.

“Optamos por antecipar esse processo porque acreditamos que evoluímos mais rápido quando aprendemos fazendo. Passar por todas as etapas formais de elaboração e divulgação do relatório nos permitirá testar processos, aprimorar controles e melhorar nosso reporte”, afirma Isaac Lee Demoner, superintendente de Riscos Corporativos da B3

A decisão coloca a B3 entre as primeiras instituições brasileiras a adotar os padrões internacionais de reporte climático e de sustentabilidade, alinhados às Resoluções CVM nº 217 e 218/2024. O ISSB, criado pela IFRS Foundation, unificou referências globais de reporte. Suas primeiras normas, IFRS S1 e S2, divulgadas em 2023, estabelecem critérios gerais e específicos para divulgação de riscos e oportunidades para os negócios de uma companhia relacionados à sustentabilidade e mudanças climáticas.

O duplo papel da B3

A B3 conta com um duplo papel: por um lado a adesão voluntária está alinhada à intenção da companhia de manter-se alinhada às melhores práticas de sustentabilidade. Por outro lado, a B3 tem o intuito de mobilizar o mercado nesse mesmo sentido. Desta forma, desde 2024, desenvolve trilhas de capacitação para apoiar as companhias no processo de entendimento e adaptação às novas normas. No primeiro ano, foram realizados cinco treinamentos, que reuniram cerca de 90 empresas listadas. A programação incluiu sessões conduzidas pelo time técnico da Sustainable Stock Exchanges Initiative (SSEi), capacitações presenciais com consultoria especializada e uma aula específica sobre asseguração razoável.

Em 2025, foram promovidos novos encontros com empresas listadas, destinados a nivelar o conhecimento das equipes de áreas como controladoria, contabilidade, relações com investidores e sustentabilidade, envolvidas na elaboração dos relatórios, dada a natureza interdisciplinar do tema. A trilha registrou participação média de 225 profissionais de 84 companhias listadas.

“A publicação em 2026 será a última oportunidade para que as companhias refinem seus reportes antes da obrigatoriedade prevista para 2027. Por isso, a B3 seguirá ampliando iniciativas de engajamento e capacitação para incentivar a adoção voluntária. Estamos prevendo um novo workshop de preparação em parceria direta com a Fundação IFRS no próximo ano e esperamos que mais companhias se comprometam voluntariamente para que colham os benefícios de um aprendizado prático”, explica Virgínia Nicolau, superintendente de Sustentabilidade da B3.

Protagonismo brasileiro

O Brasil se tornou a primeira jurisdição a adotar as diretrizes do ISSB no mundo e esse contexto cria uma oportunidade estratégica para atrair investidores e especialistas, consolidando o mercado brasileiro como referência em transparência e governança climática. A realização da COP30 em Belém também trouxe mais luz para o potencial do Brasil na criação na agenda climática. “O avanço das práticas de reporte sustentável no país contribuirá para aumentar a comparabilidade das informações, atrair capital global e fortalecer o compromisso das empresas brasileiras com o desenvolvimento sustentável. A transparência é fundamental para a abertura de novas oportunidades em finanças sustentáveis”, conclui Virginia.

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Fonte:
B3

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