Projeto com agricultores familiares quer melhorar cultivos de banana e mandioca
Promover a melhoria dos sistemas produtivos de agricultores familiares nas culturas da mandioca e banana, por meio de informações tecnológicas sustentáveis é o objetivo do projeto “Manarosa”, coordenado pela Embrapa Amazônia Ocidental (Manaus-AM), em parceria com o Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam).
“Para melhorar os sistemas produtivos é necessário que os agricultores familiares tenham acesso às cultivares de mandioca e banana recomendadas pela pesquisa e esse é um grande entrave no Amazonas, principalmente para a mandioca”, explica a coordenadora do projeto, pesquisadora da Embrapa Amazônia Ocidental, Mirza Pereira. “Nossa expectativa é que o projeto contribua para melhorar a qualidade de vida dos agricultores familiares, por meio da adoção das tecnologias geradas pela pesquisa agropecuária”, afirma a coordenadora.
O projeto Manarosa tem atuação nos municípios de Manacapuru e Manaus, respectivamente, nas comunidades Manairão e Pau-Rosa e vai implantar unidades demonstrativas em áreas de agricultores selecionados, a fim de apresentar as tecnologias para banana e mandioca e promover cursos práticos para a capacitação em todas as etapas desde a implantação do cultivo até colheita e pós-colheita. Também haverá unidades para a multiplicação de cultivares para os demais agricultores.
Está prevista a implantação de uma unidade de propagação rápida de mandioca, técnica que acelera a produção das sementes-manivas e permitirá oferecer maior disponibilidade de cultivares selecionadas aos agricultores. A parceria com o Idam vai viabilizar a disponibilização de seis mil mudas de banana de cultivares resistentes à sigatoka negra, recomendadas pela Embrapa, para as unidades demonstrativas e de multiplicação de mudas.
As atividades iniciaram em dezembro de 2009 na comunidade Manairão, onde em projeto anterior tiveram unidades demonstrativas com cultivares de mandioca selecionadas e uso de adubação e manejo, pela qual os agricultores puderam comprovar resultados de produtividade acima da média alcançando 25 a 30 toneladas por hectare, quando sem essas tecnologias colhiam 10 toneladas de raiz por hectare. O presidente da Associação dos Produtores Rurais de Manairão, Ediraldo Sampaio, disse que os agricultores querem se fortalecer na capacidade de gerenciar sua propriedade, contando com informações técnicas e recursos para conseguirem de fato produzir alimentos.
Em março deste ano as atividades chegaram na Comunidade Pau Rosa, localizada no assentamento do Tarumã Mirim, em Manaus, na qual a Embrapa vem atuando desde 2006, com projetos coordenados pela pesquisadora Joanne Régis para recuperação das áreas degradadas com sistemas agroflorestais, e outras em ações em parceria com Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Escola Agrotécnica Federal(atual Ifam), e a extensão rural do Idam. Desde então um grupo de assentados optou sair da produção de carvão vegetal para entrar na produção agrícola e formou a Associação Agrícola Rural do Ramal do Pau Rosa (Assagri). O presidente da Assagri, Antonivaldo de Souza, disse que o assentamento era visto como área improdutiva, porque os assentados não conseguiam produzir sem recursos e se viam obrigados a tirar seu sustento da produção de carvão vegetal, mas hoje eles conseguem produzir hortaliças, implantaram sistemas agroflorestais e conquistaram espaço em feiras na cidade e agora, com o projeto Manarosa, querem buscar mais uma alternativa com a produção de banana.
O projeto tem duração de três anos e é financiado pela Embrapa, contando com a parceria das instituições que atuam em cada comunidade. A pesquisadora da Embrapa Amazônia Ocidental, Rosângela Reis, membro da equipe do projeto Manarosa, explica que a proposta metodológica inclui a gestão participativa por meio da criação de um Núcleo Integrado de Transferência de Tecnologia em cada comunidade, cuja composição conta com a representação dos agricultores, extensionistas e pesquisadores envolvidos no projeto além de representantes de outras instituições que atuam nessas localidades. Os núcleos irão acompanhar as atividades, decidir sobre ajustes e buscar soluções de forma integrada considerando a produção, escoamento e processamento dos produtos, capacitação dos agricultores e técnicos, além de outros assuntos de interesse dos agricultores. “O trabalho de parceria dos envolvidos nos núcleos será a base para que após esse período as comunidades envolvidas possam estar fortalecidas, não só na parte técnica das culturas envolvidas, mas também na gestão de suas atividades produtivas e na sua organização social, transformando a realidade atual”, afirma a coordenadora Mirza Pereira.
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