Ministério confirma maior concentração do valor da produção

Publicado em 13/04/2010 08:25
Conjuntura: Novo levantamento sinaliza que soja, cana e milho responderão por 56,1% de um VBP de R$ 161 bi

Ainda que deva passar por uma correção mais significativa nos próximos meses, por causa de alterações nos preços de mercado praticados, a nova estimativa do Ministério da Agricultura para o Valor Bruto da Produção (VBP) das 20 principais culturas do país confirma que 2010 será mais um ano de elevado índice de concentração de renda no campo. No total, o VBP deverá atingir R$ 160,557 bilhões, 2,3% a mais que em 2009, mas abaixo do recorde de 2008.

Os novos números do ministério sinalizam um expressivo incremento do VBP da soja, cuja colheita deverá bater novo recorde no país no ano. Serão R$ 46,836 bilhões, 0,2% mais que o previsto em março e 9,28% acima do resultado de 2009 (R$ 42,68 bilhões). Para o grão, o VBP de 2010 também tende a ser o maior da história, 1,9% superior à máxima alcançada em 2003 (R$ 45,98 bilhões).

Como já indicavam as previsões anteriores do ministério, a cana ocupará a segunda posição no ranking das maiores culturas em VBP, com R$ 27,311 bilhões neste ano, ou 17% do total. O valor é 0,6% maior que o estimado em março e 5,32% superior ao de 2009, recorde atual para a cultura.

No caso do milho, que completa o trio dos mais relevantes VBPs no país, o ministério passou a prever R$ 15,898 bilhões em 2010, alta de 0,04% na comparação com a estimativa de março, mas ainda 3,9% abaixo de 2009 e muito distante do recorde de 2008 (R$ 23,337 bilhões). Mesmo assim, a fatia do grão do valor total ficará em 9,9%.

Com base no novo levantamento, as três principais culturas do país - soja, cana e milho - responderão por 56,1% do VBP total das 20 principais culturas agrícolas do Brasil em 2010. É o maior patamar da década, empatado com a fatia conjunta dos três produtos em 2003. Em 2009, eles representaram 54,3%, em 2008 ficaram com 54,8% e em 2007 abocanharam, em conjunto, 54,1%.

O problema desses cálculos, como afirmou José Garcia Gasques, coordenador de planejamento estratégico do ministério, é que eles ainda levam em consideração preços de mercado de dezembro de 2009. Os subprodutos da cana oscilaram muito de lá para cá, e as cotações domésticas dos grãos recuaram em linha com o mercado internacional e com a "abundância" doméstica com a entrada no mercado da nova safra (2009/10).

Para atualizar suas contas na mesma base de comparação, Gasques espera a divulgação de um levantamento mais atual de preços por parte da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Assim que isso acontecer, adiantou ele, um novo VBP das 20 principais culturas agrícolas do país será divulgado.

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Fonte:
Valor Econômico

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