BBM lançará serviço de proteção ao crédito do agronegócio

Publicado em 05/05/2010 08:02
A Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM), uma instituição controlada pela BM&FBovespa, lançará em junho um serviço de proteção ao crédito (SPC) para o agronegócio, nos moldes daquele que indica os devedores no comércio varejista.

Mas o sistema da BBM, além de apontar aqueles produtores com mais risco na contratação do crédito, também poderá funcionar como um tipo de cadastro positivo, apontando aqueles agricultores com menores dívidas.

O sistema, desenvolvido a pedido da indústria de defensivos agrícolas, que financia boa parte do que os produtores emprestam no mercado, poderá no futuro contar com informações não somente das empresas de agroquímicos, mas também de fertilizantes, outro setor que atua no financiamento da produção.

"O sistema é construído por partes, a bolsa atendeu a um pleito da indústria de defensivos, mas o sistema será tanto melhor quanto mais tiver participantes", afirmou o diretor de Commodities da BM&F, Ivan Wedekin, em entrevista a jornalistas no intervalo do seminário Perspectivas para o Agribusiness 2010 e 2011.

Segundo ele, atualmente, a "indústria vende a prazo mas não tem nenhum mecanismo para avaliar o nível de comprometimento dos produtores e da sua clientela", o que pode ajudar nas negociações.
Historicamente, o endividamento é um problema para a agricultura do país, tanto junto ao governo como junto ao setor privado.

"Neste sistema, eles vão ter uma senha, vão fazer os registros dos negócios... Por exemplo, vendi 100 mil reais para determinado produtor, recebi CPRs equivalentes a tantas sacas de soja, e isso vai estar registrado no sistema", comentou o diretor, lembrando que a empresa poderá ter acesso ao comprometimento daquele produtor, mas não aos negócios feitos pelas outras companhias.

"É um sistema com o objetivo de ser uma peça adicional do gerenciamento de crédito das empresas."  Wedekin garantiu que o agricultor também poderá ser beneficiado.

"O produtor vai poder dizer...: eu vou produzir 20 mil sacas, e o meu comprometimento é de 10 mil, portanto me dê um preço melhor (pelo produto) porque o meu risco de crédito é menor", observou.

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Fonte:
Reuters

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1 comentário

  • Climaco Cézar de Souza Taguatinga - DF

    É UM ABSURDO. COMO A BMF/BOVESPA E A BBM ENTRARAM NESTA? O WEDEKIN mostra com isto que sempre foi contra os agricultores e que so quer mesmo eh faturar. Afinal, o produtor paga porque não quer ou porque não tem condições? como pagar uma máquina agricola cujo valor hoje é 1/3 do saldo do financiamento? Porque os bancos, sobretudo o BB, estão se afastando rápido da agricultura, competindo ferozmente com pequenos bancos novarejo e até na carteira habitacional e de seguros e comprando outros bancos, inclusive no exterior? cadê a prioridade na agricultura e no desenvolvimento do País? O que virou o BNDES, um banco das grandes empresas, das mega fusões/aquisições/concentrações ou um banco do Paraguai, Bolivia etc..? o produtor deve priorizar o pagamento de dividas junto aos Bancos, agroindustrias e trading - que faturam e lucram cada vez mais - ou manter sua familia e seus empregados? porque em vez que criar tal absurdo, a BMF - dona da BBM - não extingue o famigerado NDF que vem levando a altissima especulação com dólar na Bolsa e destruindo as exportações e os empregos do agronegocios após a sua criação (apenas cerca de 1% dos negócios são exportações reais)? SERÁ QUE TUDO ISTO É PURA AMBIÇÃO DAS CORRETORAS E DOS DIRIGENTES E DANE-SE O PAÍS, O AGRICULTOR E O POVO?

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