Combate a ferrugem da soja em Mato Grosso contribuiu para recorde no uso de defensivos

Publicado em 19/05/2010 07:35
O uso de defensivos em 2009 pela agricultura brasileira foi um dos maiores dos últimos tempos. De acordo com especialistas, apesar do mercado ter encolhido 7% em receita em relação a 2008 para US$ 6,62 bilhões, o volume de produtos utilizados nas lavouras deu um salto de 7,6% e ultrapassou, pela primeira vez, a marca de 1 milhão de toneladas vendidas em um único ano. De acordo com do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Defesa Agrícola (Sindag), as indústrias de defensivos negociaram em 2009 um volume de 1,06 milhão de toneladas - no ano anterior haviam comercializado 986,5 mil toneladas.

O que significa o equivalente a uma utilização de 22,3 quilos de defensivos por hectare (ha) na safra 2009/10, volume 7,8% maior do que o teria sido aplicado em 2008/9 (20,7 quilos por ha), considerando a venda de 986,5 mil toneladas em 2008. Um dos motivos para o aumento no consumo é que o produtor estava um pouco mais capitalizado do que em anos anteriores na safra que está em fase final de colheita. Com mais recursos, foi possível elevar o uso de tecnologia nas lavouras, o que contribuiu para a safra recorde de 146,3 milhões de toneladas, mesmo com uma redução de 74 mil ha e plantio total de 47,6 milhões de ha.

O presidente da Associação dos Produtores de Soja do Estado de Mato Grosso (Aprosoja), Glauber Silveira, explica que o aumento no consumo de fungicida no Estado se deu em função do aparecimento de focos da ferrugem asiática. Ele não considera que o aumento no consumo de insumos tenha acontecido pelo fato dos agricultores estarem mais capitalizados que em safras anteriores. "Com ou sem mais recursos financeiros o produtor tem que fazer as aplicações necessárias nas suas lavouras. Trata-se de uma medida preventiva". Quanto ao aumento da utilização de insumos na safra que se inicia, Silveira diz que vai depender de algumas situações, entre elas o clima, por exemplo.

A soja foi a responsável pelo aumento no consumo total de defensivos e por evitar um desempenho ainda pior na receita da indústria no ano passado. Os 23,2 milhões de ha semeados com o grão receberam 530,1 mil toneladas de defensivos, elevando em 18% o volume consumido. Diante do aumento da demanda, principalmente de fungicida, as vendas para os produtores de soja renderam ao setor US$ 3,12 bilhões, um incremento de 2,6%. A demanda por defensivos por parte dos produtores de milho ficou praticamente estável em 2009, em 143,7 mil toneladas (queda de 0,4%).

A categoria de herbicida usada para controlar a infestação de ervas daninhas foi a mais vendida em 2009, com um volume de 632,2 mil toneladas, aumento de 9,9%. A queda no preço do glifosato - principal herbicida do mercado - fez com que a receita nessa categoria recuasse 21,7% para US$ 2,5 bilhões em comparação a 2008, segundo o Sindag. Mas o destaque nas vendas ficou por conta dos fungicidas. O aumento da incidência da ferrugem da soja no Sul e Centro-Oeste elevou a demanda para 127,8 mil toneladas, um crescimento de 14,8%. Em receita, a categoria foi uma das poucas a ter um resultado positivo, com crescimento de 13,8% e faturamento de US$ 1,8 bilhão.

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Fonte:
A Gazeta

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