Custo de extração do petróleo triplica entre 2003 e 2005, calcula Ipea
O custo de extração de petróleo no Brasil triplicou entre 2003 e 2005, segundo estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), e a tendência é que tal cenário se agrave ainda mais após o acidente com a plataforma da BP no Golfo do México, nos EUA. <?xml:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />
Para Helder Queiroz, consultor do Ipea e professor da UFRJ, o vazamento que até agora não foi totalmente contido levará "toda a indústria em escala global" a exigir um novo padrão de exploração e produção de petróleo e de desenvolvimento de plataformas e outros equipamentos mais seguros.
"O acidente vai gerar um impacto muito violento nos custos do setor", disse Queiroz, um dos coordenadores do estudo do Ipea.
De 2003 para 2008, o custo de extração do barril de petróleo no Brasil subiu de US$ 3,42 para US$ 10,42 --um aumento de 205% no período--, de acordo com o trabalho do Ipea, órgão ligado à Presidência da República.
Dois fatores, aponta o estudo, levaram a tal incremento: o cenário de escassez mundial de equipamentos e serviços da indústria de petróleo e a descoberta de óleo e gás em águas cada vez mais profundas, onde o custo de produção é maior.
Queiroz disse acreditar que os custos de equipamentos e serviços tendem a não repetir o mesmo ritmo de alta do período de 2003 a 2008, mas as novas fronteiras de exploração de petróleo estão em águas ainda mais profundas e afastadas da costa, o que deve resultar num aumento dos custos totais.
O pré-sal, com profundidade total de 7.000 mil metros e a 300 km da costa, se encaixa nesse perfil. Descoberta no final de 2006 e ainda sem produção em escala comercial na bacia de Santos, a nova província não havia provocado impacto sobre os custo de extração até 2008.