Energia gera receita extra para fazendeiros
A instalação das turbinas não elimina a plantação de grãos ou de pastagens nas fazendas e acaba representando uma remuneração extra para os produtores.
Os contratos de arrendamento por 20 ou 25 anos preveem o pagamento de valores entre 0,5% e 1,5% da receita obtida com a venda de energia ao dono da terra, de acordo com a Abeeólica (Associação Brasileira de Energia Eólica).
Doze dos 75 aerogeradores do Parque Eólico de Osório (80 km de Porto Alegre) giram na propriedade de José Artur Raupp, 49.
Em média, Raupp recebe R$ 1.000 por mês para cada gerador. O pagamento é efetuado a cada quatro meses.
Na fazenda de 1.500 hectares, Raupp planta arroz e cria 2.600 cabeças de gado de corte. O fazendeiro reinveste, na própria produção, a receita da energia eólica, cerca de R$ 150 mil por ano.
Raupp aplicou o dinheiro na seleção genética do rebanho da raça europeia angus e comprou fertilizantes para a pastagem.
"A primeira vez que ouvi falar em energia eólica foi quando vieram aqui com a proposta de arrendamento. É uma receita extra, não dá para viver disso, mas ajuda a investir", disse Raupp.