Agricultura familiar tem crédito garantido

Publicado em 01/07/2010 08:23
O ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, garantiu, ontem (30) em Curitiba, que os recursos do Plano Safra 2010/2011, anunciado este mês pelo Governo Federal, serão suficientes para atender a demanda da agricultura familiar. O Plano vai destinar R$ 116 bilhões para o campo, sendo R$ 100 bilhões para a agricultura empresarial e R$ 16 bilhões para a agricultura familiar.

"Esse é um valor confortável, que segue a estratégia do governo de ter mais recursos do que o necessário", disse, explicando que a expectativa é que os R$ 16 bilhões sequer sejam totalmente contratados, a exemplo do que já aconteceu em anos anteriores. A idéia, segundo ele, é trabalhar com folga no caixa, de modo a garantir que o agricultor encontre dinheiro disponível no banco quando precisar, sem riscos de perder o momento certo de plantio por falta de financiamento. O governo, segundo ele, também poderá disponibilizar mais recursos caso haja demanda, mas ele não acredita que será necessário.

Questionado sobre o problema de endividamento dos agricultores, o ministro frisou que a intenção do governo é negociar as dívidas e não restringir o acesso ao crédito. Como exemplo, disse que a expectativa é que sejam disponibilizados no Paraná este ano R$ 3,2 bilhões em crédito pelo Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).

Cassel esteve em Curitiba para fazer a entrega do trator 6 mil fabricado pela Case New Holland (CNH) e adquirido dentro do Programa Mais Alimentos. Criado em 2008, o programa é uma linha de crédito dentro do Pronaf destinada a modernizar unidades produtivas da agricultura familiar. ""Por décadas, a agicultura familiar foi considerada atrasada no Brasil. Hoje não é nada disso. Ela é produtiva, produz 70% dos alimentos consumidos no Brasil, responde por 10% do PIB (Produto Interno Bruto"). A percepção do setor mudou e o governo tem atuado no sentido de dar crédito, acesso às técnicas, garantir preços"", enumerou.

Para o ministro, o programa está resultando em ""uma revolução silenciosa no meio rural"", propiciando uma mecanização sem precedentes. Em dois anos, o programa fechou 60 mil contratos, num total de R$ 3 bilhões, para financiamento de maquinário. Foram financiados 30 mil tratores para a agricultura familiar, sendo 12 mil no Paraná.

Para o agricultor Paulo Carneiro, proprietário de 15 alqueires em Piraí do Sul, a aquisição de um trator novo vai significar a possibilidade de quase dobrar sua área de plantio. ""Hoje eu palnto quatro alqueires, mas agora quero abrir mais lavoura"", diz.

Para o presidente da CNH para a América Latina, Valentino Rizzioli, além de beneficar o campo, o programa significa garantia de produção e de emprego na cidade. A empresa - que tem uma fábrica em Curitiba - já vendeu 12 mil tratores nos dois anos do Programa Mais Alimentos, o que representa, segundo ele, 35% de sua produção anual.

Os resultados da mecanização já puderam ser sentidos no primeiro ano do programa, com um crescimento de 7,8 milhões de toneladas na produção de alimentos.

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Fonte:
Folha de Londrina

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