Agronegócio discute metas para 2020 em SP

Publicado em 09/08/2010 07:28

A crescente demanda mundial por alimentos dá novas chances ao Brasil, grande produtor de commodities, mas impõe também uma série de desafios ao país. Entre eles está o de elevar a produção com menor agregação de área.

O tema volta à mesa de discussão nesta segunda-feira, quando a Abag (Associação Brasileira de Agribusiness) reúne representantes de toda a cadeia produtiva e de governos federal e estadual em um congresso em São Paulo.

As metas do setor são ambiciosas: elevar a produção de grãos -arroz, feijão, trigo, milho e soja- para 178 milhões de toneladas em uma década, 37% mais do que o obtido na safra 2008/9, e obter receitas de US$ 130 bilhões com exportações, o dobro do valor atual.

Para chegar a esses números, o setor deve elevar a produtividade em 20% e equilibrar custos, principalmente com uma autossuficiência na produção de fertilizantes.

Carlo Lovatelli, presidente da Abag, está ciente do desafio e diz que, para chegar a esses resultados projetados, "vamos precisar de todo o empenho do governo federal para resolver os crônicos problemas da infraestrutura e de logística, reduzir a carga tributária e garantir segurança jurídica no campo".

Lovatelli acredita que "é preciso tirar o Brasil do topo do ranking das nações mais burocratizadas do mundo".

O encontro que tem como foco central "cenário 2011, comunicação e governança" debaterá uma série de temas relacionados à produção, como controle do desmatamento, manejo de recursos naturais e pagamento por serviços ambientais.

Um dos focos da discussão será sustentabilidade e garantia de renda. Para o presidente da Abag, é necessária a busca de mecanismos para garantir não só a renda ao produtor mas a incorporação de 800 mil pequenos produtores no mercado.

O crescimento seguro e sustentável do agronegócio passa por seis pilares básicos, diz Lovatelli: garantia de renda para o produtor, infraestrutura e logística, comércio exterior, pesquisa e inovação, defesa agropecuária e institucionalidade do poder público.

Os temas foram submetidos a Dilma Rousseff, José Serra e Marina Silva, que vão se manifestar via vídeo.

Baixa Após sucessivas altas nas commodities, os fundos promoveram uma realização de lucros, derrubando os preços das commodities agrícolas. Em Nova York, houve queda generalizada, à exceção do algodão, que teve alta de 0,24%.

Trigo Em Chicago, o trigo foi o mais afetado, fechando com limite de baixa. Na quinta-feira, havia registrado limite de alta. Os negócios de ontem(6) foram efetuados a US$ 7,26 por bushel. Mesmo assim, o produto registra alta de 47% em 30 dias.

Interno Os preços internos do trigo começam a reagir às elevações externas. Pesquisa da Folha registrou elevação de 2%, com a saca atingindo R$ 26,1 em São Paulo. No Paraná, a reação é pequena, e ainda há negócios a R$ 23 por saca.

Café Com a safra de café conilon praticamente terminada, as discussões se voltam para o tamanho da safra. Os analistas do Escritório Carvalhaes acreditam que o volume fique próximo ao da Conab: 48 milhões de sacas.

Consumida Sem estoques e com exportações e consumo atingindo de 51 milhões a 52 milhões de sacas, toda a produção brasileira será consumida nesta safra, segundo avaliação do Escritório Carvalhaes.

Mais terra A SLC Agrícola, uma das maiores proprietárias de terras do Brasil, acrescentou 15,8 mil hectares de área para ser plantada. As áreas estão localizadas em Mato Grosso e Bahia.

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Fonte:
Folha de São Paulo

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