Eleições 2010 - É hora de apostar na TV

Publicado em 15/08/2010 10:41
Em um contexto em que a disputa não está claramente definida, a propaganda na TV pode fazer a diferença - principalmente para a fatia do eleitorado que ainda desconhece os candidatos

A corrida eleitoral ganha novo fôlego a partir da próxima terça-feira, 17 de agosto. Esta é a data em que começa o horário eleitoral gratuito no rádio e na TV – alvo das mais altas apostas das campanhas para as eleições de outubro. O empenho se justifica. Aparições de candidatos em rede nacional já modificaram cenários que pareciam decididos.

Em 2002, por exemplo, pesquisas feitas antes da propaganda eleitoral gratuita apontavam um possível segundo turno entre o candidato petista à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, e Ciro Gomes, do PPS. Com a exposição na TV, José Serra (PSDB) - antes em terceiro lugar - subiu seis pontos e viu Ciro despencar sete. O tucano virou o jogo e disputou o segundo turno com Lula.

Para especialistas ouvidos por VEJA.com, mais do que apresentar propostas, a campanha na TV será responsável por fixar a imagem dos candidatos no imaginário dos eleitores. Em um contexto em que a disputa não está claramente definida, avalia a cientista política e professora da Universidade de Brasília (UnB), Flávia Biroli, a propaganda na TV pode fazer a diferença - principalmente para a fatia do eleitorado que ainda desconhece os candidatos.

O efeito direto do horário eleitoral no resultado das eleições dependerá da estratégia de cada candidato. De acordo com a última pesquisa Datafolha, divulgada nesta sexta-feira (13), no Jornal Nacional, Dilma Rousseff (PT) tem 41%; José Serra (PSDB), 33% e Marina Silva (PV), 10%. Foi a primeira vez que a petista ultrapassou o tucano desde o início da corrida eleitoral. Agora, a expectativa é pela próxima pesquisa, que trará reflexos do desempenho dos candidatos na propaganda eleitoral gratuita. Para alcançar bons resultados, o desafio dos marqueteiros será utilizar o tempo que os candidatos terão na TV e no rádio para convencer os eleitores de que é hora de transferir a decisão do controle remoto para as urnas.

Dilma e Serra - Sob a batuta do marqueteiro João Santana, os programas de Dilma irão ao ar com objetivo claro: colar a imagem da candidata a de Lula. A petista irá aparecer tanto quanto o presidente para, segundo petistas, reforçar a ideia de que dará continuidade ao atual governo. Serra tentará passar a imagem de bom administrador - mais experiente do que a petista - e, ao mesmo tempo, mostrar sua relação com questões sociais. Segundo os tucanos, o marqueteiro Luiz Gonzalez apostará na inovação, com apresentação não linear da biografia de Serra.

Marina - A candidata do PV, Marina Silva, pretende apresentar-se como uma alternativa, mesmo afinada, em parte, com os dois discursos - oposição e situação. A estratégia comandada por Paulo de Tarso dos Santos será mostrar uma biografia de superação, por Marina ser de origem humilde e ter chegado à disputa pelo Planalto. A verde terá, porém, um grande desafio: tornar-se conhecida para 34% dos eleitores que, segundo o Datafolha, não sabem quem ela é.

A briga pelo tempo - Esta é a primeira vez o que PT irá superar o PSDB em tempo de televisão e rádio. Dilma Rousseff terá 10 minutos e 38 segundos de programa, enquanto José Serra terá 7 minutos e 18 segundos. Marina Silva vem em terceiro lugar, com 1 minuto e 23 segundos para apresentar suas propostas. “O tempo na TV é uma variável importante para a eficácia do programa, pois demonstra a capacidade de articular as estratégias de cada campanha e reunir aliados", diz Flávia Biroli.

Já para o cientista político e professor da Universidade Federal do ABC (UFABC), Cláudio Penteado, as pequenas inserções - os chamados spots - que aparecem no meio da programação influenciam mais do que os 25 minutos em bloco de horário eleitoral gratuito, já que podem alcançar um número maior de pessoas.

"Elas funcionam como um comercial de venda de sabonete ou cerveja, pois são voltadas para uma linguagem mais espetacular e comercial e recebidas pelo eleitor quando ele está relaxado, vendo a novela, por exemplo".

Clique na imagem abaixo para acessar o infográfico

Tempo de TV

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Fonte:
Veja.com

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