Produtores querem ajuste fiscal para manter a competitividade paranaense
Com a legislação vigente, os produtos de outros estados têm um custo menor do que os paranaenses, o que faz com que as empresas paranaenses percam a competitividade nos principais mercados consumidores do país. "Solicitamos ao governador medidas para adequar a legislação atual em relação à malha tributária do ICMS", disse o presidente do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná (Sindicarne), Péricles Pessoa Salazar.
O estado de São Paulo é o maior consumidor dos produtos paranaenses, responsável por absorver cerca de 60% da produção. "Mas nossos clientes de São Paulo não aceitam o crédito de ICMS que geramos para eles. Assim, ou eles não compram nossos produtos ou querem um desconto proveniente do crédito na nota", explica Salazar.
O mesmo problema enfrenta a indústria de laticínios e derivados. "Do leite longa vida consumido no Paraná, apenas 24% é produzido aqui, enquanto 76% vêm de outros estados. Isso se deve à guerra tributária, que torna o produto paranaense menos vantajoso", explica o presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Paraná (SindileitePR), Wilson Thiesen. Segundo ele, outros estados, principalmente em São Paulo, têm feito mudanças frequentes na legislação, o que tem dificultado a comercialização da produção paranaense.
"Propomos um ajuste na legislação em relação à malha tributária do ICMS que contribua para gerar maior competitividade para as empresas do Paraná sem que se altere a arrecadação tributária do Estado", disse o presidente do Sindicarne, Péricles Pessoa Salazar.
Qualidade
De acordo com o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Rodrigo Rocha Loures, o Paraná tem a melhor tecnologia na área de leite, de suínos, de aves e cooperativas, o que faz do estado um exportador de primeira linha no Brasil. E a agroindústria é responsável por empregar cerca de um terço dos trabalhadores do Paraná.
"O tema tem uma enorme importância social e também tecnológica. A indústria que envolve suínos, carnes, aves e leite emprega diretamente mais de 200 mil pessoas, e o número chega a 1 milhão se considerado o resto da cadeia produtiva. Só os produtores de leite são 120 mil", informou.
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