Brasil Foods vê aumento de demanda russa por alimentos após seca

Publicado em 17/08/2010 08:42
A Brasil Foods (BRF) acredita que haverá um aumento na demanda da Rússia por importações de alimentos como carnes após a forte seca que atingiu o país e que reduziu a produção de matérias-primas para a indústria de ração animal.

Maior exportador global de aves, a BRF tem na Rússia um de seus principais mercados, mas o país tem buscado reduzir sua dependência de carnes importadas nos últimos anos, estimulando o aumento da produção local.

No entanto, a forte seca que atingiu o país nas últimas semanas reduziu bastante a produção de grãos, principalmente trigo, e fará com que o país tenha dificuldade em manter os níveis de produção animal pela escassez de matérias-primas.

"A Rússia vai demandar mais alimentos nesse ano. Eles precisam preparar o inverno agora com perspectiva de custo interno mais alto (de matéria-prima), então é possível que a demanda russa se fortaleça", afirmou o presidente executivo da Brasil Foods, José Antonio do Prado Fay, em teleconferência com analistas nesta segunda-feira sobre os resultados do segundo trimestre.

A Brasil Foods registrou lucro trimestral de 132 milhões de reais, ante resultado proforma de 476 milhões há um ano.

A companhia, apesar de esperar por um aumento das compras da Rússia, também comentou o impacto que a seca no país e em outras partes do hemisfério norte pode provocar no custo dos grãos, e por consequência na ração animal.

"Efeitos dessa situação podem gerar percalços de curto prazo nos custos, mas o impacto nos concorrentes será mais severo que no Brasil, já que a quebra maior é no trigo", afirmou o diretor financeiro Leopoldo Saboya.

Em muitos países do hemisfério norte o trigo tem peso grande no mix para produção de ração, enquanto no Brasil é o milho o principal ingrediente.

Fay comentou sobre a tramitação do processo da fusão de Perdigão e Sadia nos órgãos reguladores e descartou que a empresa pense em recorrer à Justiça sobre a questão.

Na última sexta-feira, o copresidente do conselho da empresa, Luiz Fernando Furlan, disse que a demora na aprovação do negócio está atrapalhando a estratégia de expansão internacional da companhia.

"Nós temos argumentos consistentes sobre a legalidade da operação. Ir para o Judiciário não é intenção da companhia. Esperamos resolver em esfera administrativa", afirmou Fay.

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Tags:
Fonte:
Reuters

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário