Semente pirata é risco para produção

Publicado em 08/09/2010 08:11
Pesquisadores da unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa-Cerrados) alertam os produtores quanto a importância da utilização de sementes certificadas, principalmente com a proximidade do período das chuvas e o início das plantações. De acordo com a pesquisadora Caroline Jácome Costa, a escolha de sementes de qualidade superior deve ser o ponto de partida para a sustentabilidade do agronegócio, pois a utilização de sementes certificadas é uma questão de qualidade.

A pesquisadora explica que no sistema de certificação o produtor de sementes tem que seguir determinadas normas estabelecidas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), atendendo uma série de requisitos ao longo da produção. Isso para que no final do processo haja a garantia de que se trata de um material representativo da cultivar e que atenda padrões mínimos de qualidade fisiológica e sanitária. A estudiosa ressalta ainda que é possível estabelecer uma relação direta entre a taxa de utilização de sementes de qualidade e os índices de produtividade registrados nas principais culturas.

Os especialistas avaliam que alguns fatores podem ter intensificado o uso de sementes piratas nos últimos anos no país. Entre eles a demora para a regulamentação da Lei de Biossegurança que trata, entre outros aspectos, da comercialização de organismos geneticamente modificados no país e a mudança da legislação referente à produção de sementes. Desde 2004 a Lei de Sementes permite a utilização de sementes próprias, o que pode estimular o desenvolvimento de um sistema de produção paralelo ao sistema formal.

A partir da utilização de sementes não certificadas acontece o problema da introdução de pragas e doenças em áreas indenes. A pesquisadora afirma que o recrudescimento de doenças já banidas em algumas culturas de importância econômica, como Cercospora sojina (mancha olho-de-rã) em soja e a disseminação de Sclerotinia sclerotiorum (mofo branco) em áreas livres da doença, já foram relatados como consequências da utilização de sementes piratas.

Segundo ela, a utilização de sementes sem procedência compromete não apenas o retorno dos investimentos do produtor, mas também, a continuidade dos programas de melhoramento genético já que o Brasil conta com uma indústria de sementes bem estabelecida, amparada por excelentes instituições públicas e privadas de pesquisa que oferecem um produto de qualidade ao mercado. São os royalties de uma semente que o produtor compra legalmente que alimentam toda a pesquisa. Para as grandes culturas, o custo de produção relativo às sementes fica em torno de 5% a 6%. "Se o produtor decidir economizar com isso ele pode ter problemas sérios lá na frente. O que certamente não vale a pena".

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Fonte:
Gazeta Digital

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