Brasil zera taxa de importação de algodão para compensar seca
O governo brasileiro decidiu reduzir de 10% para zero a tarifa sobre as importações de algodão em pluma, após o clima mais seco que o normal ter provocado perdas na produção nacional, informou a Camex (Câmara de Comércio Exterior) nesta terça-feira.
A redução na taxa valerá para o período de outubro deste ano a maio de 2011, até o limite de 250 mil toneladas.
"A decisão foi tomada tendo em vista as estimativas de quebra de safra...", afirmou a Camex para justificar a decisão.
Segundo o presidente da Abrapa (Associação Brasileira dos Produtores de Algodão), Haroldo Cunha, o setor não se vê afetado pela decisão, pois o consumo interno está aquecido.
"A indústria está consumindo bastante, e os estoques de passagem estão baixos", declarou ele. "Não prejudica o setor produtivo porque faltaria algodão este ano."
Cunha disse que, inicialmente, havia a expectativa de o Brasil colher 1,28 milhão de toneladas da pluma em 2009/10. Mas, devido a problemas climáticos, como a seca em Mato Grosso (principal produtor nacional), o país deverá colher 1,07 milhão de toneladas, contra 1,19 milhão de toneladas na temporada passada, quando já houve uma quebra de safra, de acordo com números da Abrapa.
O Ministério da Agricultura estimou a safra 2009/10 em 1,18 milhão de toneladas. A colheita de algodão 2009/10 já foi encerrada.
O consumo interno gira em torno de 1 milhão de toneladas, mas o Brasil também exporta parte de sua produção.
De janeiro a julho, o Brasil exportou 154 mil toneladas de algodão, segundo a Anea (Associação Nacional dos Exportadores de Algodão). As importações no mesmo período somaram 22 mil toneladas, de acordo com a Anea.