Lula e a sua própria biografia, por Reinaldo Azevedo (+ Lauro Jardim)

Publicado em 20/09/2010 16:10


É evidente que Lula não haveria de ficar feliz com as acusações que pesam contra o seu governo, com demissão da ministra da Casa Civil. É claro que ele teme um eventual efeito eleitoral, impedindo “a vitória no primeiro turno”, como alardeia o programa do partido na TV. Mas ele é também arrogante o bastante para achar que a fatura já está liquidada. Por que, então, a fúria, apelando a uma violência retórica que, não sei não, deve ser inédita nos seus quase oito anos como presidente?

O problema aí é sua própria biografia. Está a pouco mais de três meses do fim do segundo mandato e sabe que sai maculado do cargo. Seu governo, nos dois períodos, é impróprio para o consumo ético. Convenham: mensalão, aloprados, dossiê na Casa Civil, dossiês eleitorais, invasão inconstitucional de sigilos, politização da Receita (caso Lina Vieira), associação explícita, sem tarja preta, com Renan Calheiros e Sarney… Já estava de bom tamanho.

As lambanças na Casa Civil vêm coroar todo o resto. Entre os crimes, os cometidos no coração do palácio são os mais graves. Caso Dilma venha mesmo a se eleger, o começo pode não ser nada auspicioso nesse terreno, ainda que a PF decida enterrar tudo antes da posse, num daqueles casos em que o crime fica sem criminosos — e, pois, sem punição. O problema é que ela iniciaria uma gestão que já teria um passado maior do que o futuro.

Por Reinaldo Azevedo

Dilma e Erenice: da boca para fora

Dilma Rousseff disse anteontem, a propósito do escândalo de Erenice e seu bando (de familiares), que “qualquer ato que a desabone tem que ser provado”. A frase é da boca para fora, para manter a pose. Internamente, desde a semana passada Dilma (com justa razão) soltou os cachorros sobre Erenice, acusando-a de toda a sorte de adjetivos desabonadores.

Lula tomou posse do povo

Depois de aparelhar o estado por oito anos, numa versão petista de “o estado sou eu”, Lula  bradou ontem num comício em Campinas que “a opinião pública somos nós”. Do alto de sua popularidade, nosso Luis XIV tropical  acha definitivamente que tomou posse do povo brasileiro.

Por Lauro Jardim


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Veja.com.br

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