Aécio Neves promete engajamento "absoluto" na campanha de Serra
Eleito senador por Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB) conseguiu eleger seu sucessor, Antônio Anastasia (PSDB), para o governo estadual e ajudou a eleger outro senador da oposição, o ex-presidente Itamar Franco (PPS). Agora, ele afirma estar “absolutamente dedicado à vitória do companheiro José Serra”.
Ao chegar nesta quarta-feira para encontro dos partidos de oposição, em Brasília, para mostrar apoio à candidatura presidencial de José Serra (PSDB), ao lado do ex-presidente Itamar Franco, Aécio disse: “Vencemos as eleições em Minas Gerais com larga margem. Agora estamos mais livres e vamos estar absolutamente dedicados à vitória do companheiro José Serra. Não só em Minas, nós estaremos à disposição dele”.
O ex-governador mineiro defendeu que a campanha de Serra bata na tecla de que “O Brasil somos todos”. “Não teria governo do presidente Lula se não tivesse havido o governo do presidente Itamar Franco, com o lançamento do Real, e do presidente FHC, que o consolidou”, afirmou.
“O Brasil não foi descoberto em 2003 pelo atual governo. Foi lá atrás com a redemocratização com o Tancredo [Neves, avô de Aécio]. Vamos ter coragem de ir a todas às praças defender com Serra teremos um governo menos excludente”, completou o tucano.
Sobre a estratégia da campanha de Dilma Rousseff (PT) de explorar as privatizações feitas no governo tucano, Aécio Neves ressaltou que é preciso explicar para o brasileiro que foi graças às privatizações das empresas de telecomunicação, por exemplo, que hoje a maioria dos brasileiros tem acesso a telefone celular. “Querem falar das privatizações? Vamos falar delas”, disse.
Sobre o possível apoio do PV, partido de Marina Silva (PV), dona de cerca de 20% dos votos no primeiro turno, Aécio Neves disse que, pelo menos em Minas, o PV estará ao lado de Serra. “O PV em Minas deverá estar conosco porque participou do nosso governo por oito anos, tem muita afinidade”.
Quem manda em Minas
Aécio Neves foi o político mais assediado pela imprensa na chegada do evento de José Serra, em Brasília. (na foto acima, à esquerda dele, Itamar Franco e, à direita, Antonio Anastasia).
Antes de entrar no encontro, no qual chegou com uma hora de atraso, Aécio deu o tom do discurso da oposição:
*Defendeu as privatizações do governo FHC.
*Afirmou que, com Serra, o estado brasileiro será mais eficiente.
Assim como os repórteres, Anastasia e Itamar só ouviram o chefe.
Um dos oradores mais aplaudidos no encontro de aliados de José Serra (PSDB), em Brasília, o ex-presidente da República Itamar Franco (PPS), eleito senador por Minas Gerais, disse nesta quarta-feira que a campanha tucana não deve “esconder quem quer que seja”. Sem citar nomes, ele se referiu à ausência do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso na campanha de José Serra (PSDB) à presidência.
“Não precisamos ficar escondendo qualquer um que seja do nosso lado. É por isso que tem que haver o confronto, mas o confronto das ideias. O povo quer saber o que nós pensamos. Qual é o nosso pensamento para os problemas estruturais? Qual é o nosso Brasil para esse mundo que vem?”, afirmou Itamar Franco, ao criticar postura do presidente Lula de creditar ao seu governo todas as conquistas do País. “Ninguém inventou o Brasil, porque daqui a pouco teremos que dizer que quem abriu os portos do Brasil não foi D. João VI, foi o presidente Lula”.
Itamar Franco sugeriu a Serra que ouça menos o apelo dos marqueteiros da campanha e que seja ele mesmo. “Me permita dizer isso: vossa excelência não precisa tanto dos maqueteiros, porque tem sua vida limpa. Seja mais o senhor do que o marqueteiro, porque vossa excelência tem uma vida limpa, uma vida honesta”.
O ex-presidente afirmou ainda que a campanha em Minas Gerais, onde ele e Aécio Neves (PSDB) foram eleitos senadores da República, e Antônio Anastasia (PSDB) venceu a disputa pelo governo estadual, a campanha de Dilma Rousseff (PT) levantou a tese de que os mineiros não poderia eleger senadores da oposição. “E a resposta que nós demos foi viril e forte. Nós dizíamos, a partir de Aécio e Anastásia, que em Minas os mineiros escolhem os seus candidatos”, disse Itamar, sendo muito aplaudido.
Em discurso, Aécio Neves seguiu a mesma linha do colega mineiro, e afirmou que a campanha petista tentou dividir o Brasil entre os bons e os maus. “Essa foi a grande tentativa dos nossos adversários, como se fossem eles os virtuosos”, afirmou o ex-governador.
O ex-governador mineiro terminou seu discurso afirmando que está em jogo não apenas a eleição de Serra, mas “a democracia e as liberdades individuais”. Segundo Aécio Neves, a campanha de Serra precisa vender a idéia, no segundo turno, de que “o Brasil somos todos nós”.