Nova pesquisa do PSDB já mostra Serra e Dilma em empate técnico

Publicado em 12/10/2010 10:21 e atualizado em 12/10/2010 14:56


Empate técnico:

As pesquisas encomendadas pelo PSDB não batem com o Datafolha: dão empate técnico entre José Serra e Dilma Rousseff. Não há nada mais controverso nesta campanha que pesquisas, mas todos continuam tomando decisões estratégicas guindo-se por elas.

Ainda que pareça suspeito uma pesquisa cujo cliente é o próprio PSDB dar um resultado favorável a Serra, justiça se faça: no primeiro turno, já no finalzinho de setembro essas pesquisas garantiam que a eleição teria uma segunda etapa.

Por Lauro Jardim

Os internautas do PV

Terminou a pesquisa interna do PV sobre os rumos do partido nas eleições presidenciais. Apesar de o resultado não ter o poder de definir nada efetivamente, é um sinal do que poderá acontecer na reunião da Executiva Nacional amanhã.

Ao todo, 3 492 filiados e simpatizantes votaram pela internet. A maioria, 2 060 pessoas, escolheu José Serra (59%). A posição de neutralidade ficou em segundo com 1 017 votos (29,1%). O apoio a Dilma Rousseff teve o apoio de apenas 415 pessoas (11,9%).

Por Lauro Jardim

Serra vai rezar

A ida hoje de José Serra à Basílica de Nossa Senhora Aparecida não tem relação específica com o embate religioso que dominou esta campanha eleitoral. Ao lado de Geraldo Alckmin, Serra visitou o templo no segundo turno da corrida presidencial de 2002. Diferentemente do que fez Lula em 2006 e 2002, Dilma foi ao santuário ontem.

Já Alckmin é assíduo frequentador do santuário. Visita a basílica todos os anos no dia 12 de outubro. Em 2006, quando enfrentava Lula no segundo turno da disputa pelo Palácio do Planalto, não foi diferente.

Por Lauro Jardim

A portadora da santa

A propósito, o Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida planeja entregar  hoje a Mônica Serra uma réplica da imagem original da santa. Pedirá à mulher de José Serra, que é chilena, para levá-la à embaixada do Chile com uma missão: dar o exemplar aos 33 mineiros refugiados sob a terra no deserto do Atacama que estão prestes a serem resgatados. A peça deve ser enviada ao bispo local, que definirá o destino da imagem.

Por Lauro Jardim

Batalha no Paraná

Líderes do PMDB do Paraná acham difícil virar o jogo a favor de Dilma Rousseff no estado no segundo turno. Avaliam que Beto Richa, agora governador eleito, terá muito mais poder de barganha na negociação de apoios com prefeitos e líderes partidários. Lá, José Serra recebeu 43,9% dos votos válidos no primeiro turno, contra 38,9% de Dilma. Marina Silva somou 15,9%.

Por Lauro Jardim
PT vislumbra a possibilidade de Serra vencer e tenta criar clima de intranqüilidade na eleição. Ou: A derrota que Lula já sofreu

Entre os fatores que concorreram para Dilma Rousseff não ser o estrondo que se esperava nas urnas, está, quero crer, a agressividade de Lula no último mês de campanha, especialmente depois que ficou evidente que uma quadrilha operava na Casa Civil. Estivessem certos os institutos sérios (não creio que estivessem; os não-sérios são apenas bandidos, mas esse é outro debate), não haveria uma miserável razão, recorrendo à metáfora futebolística de que ele gosta tanto, para o presidente optar pelo jogo bruto: deu carrinho por trás, entrou de sola, foi na canela, usou pé alto, chegou mesmo a bolinar a democracia ao sugerir que era preciso eleger senadores servis ao Executivo… Por quê? Aquilo não era comportamento de quem estava vencendo a partida por um placar tão largo.

É que o PT, que nunca soube perder, também não sabe vencer, o que é típico de grupos fascistóides. A iminência da vitória no primeiro turno lhes trouxe o sonho de sempre: extirpar — Lula usou esse verbo em Santa Catarina para se referir ao DEM — os adversários. O presidente atacou a imprensa, que chamou de “partido”; declarou-se a si e aos seus a própria “opinião pública”; cobrou, em palanque, onde estavam, afinal, os sigilos violados dos tucanos e dos familiares de Serra — em vez de condenar o jogo sujo, pediu que o crime fosse exibido em praça pública; asseverou que venceria “esse sujeito”, referindo-se a Geraldo Alckmin, em São Paulo; prometeu ser ele a pôr a faixa em Mercadante… Arrogante! Bruto! Antidemocrático! Por isso o Manifesto em Defesa da Democracia, em três semanas, passa a marca dos 80 mil signatários. Já o manifesto do oficialismo, em apoio ao presidente, sumiu no ralo da história.

Por que toda essa histeria do PT, que vai da denúncia calhorda e falsa de que existe uma guerra santa contra o partido à ida de Dilma Rousseff à Basílica de Aparecida (onde errou ao persignar-se), passando pelo comportamento destrambelhado da candidata no debate e por um ato ilegal de intelectuais petistas (oximoro delicioso) na Faculdade de Direito da USP? O que se tenta é classificar de artificialismo e golpe uma eventual virada no jogo eleitoral, como se a derrota de Dilma não fosse uma das possibilidades que sempre estiveram presentes. Por isso se disputa eleição, não é? Para ganhar ou para perder. Não para os petistas!

Tentam fazer crer a sociedade que só uma tramóia tira a eleição de Dilma. Esse não é um comportamento sem desdobramentos práticos.

A sabotagem na vitória
Vitorioso em 2002, o PT passou longos oito anos desconstruindo o governo FHC da maneira mais calhorda e mentirosa possível. Porque não bastava a Lula, dentro da lógica normal da democracia, implementar o seu programa, corrigir erros, cometer os seus próprios, acertar. Notem: era preciso não deixar pedra sobre pedra, sustentar que nada de bom, NADA!!!, veio do governo anterior. A edição que o marqueteiro de Dilma fez do debate da Band é uma súmula das mistificações erigidas ao longo desses anos.

Lula não tentou ser melhor do que FHC na comparação — essa é outra mentira. Ele tentou destruir o seu antecessor, como tenta destruir os seus adversários.

Sabotagem na derrota
E que partido agia assim? Aquele mesmo que passara os oito anos na oposição sabotando o… mesmo governo FHC: lutou contra o Real, denunciou o Proer, recorreu à Justiça contra a Lei de Responsabilidade Fiscal, chutou o traseiro de investidores durante a privatização de estatais, votou contra o Fundef, ATACOU OS PROGRAMAS DE RENDA MÍNIMA, CHAMANDO-OS DE ESMOLA…

Agora, vislumbrada a possibilidade Serra vencer a disputa, o PT faz o quê? Denuncia uma grande conspiração — sabe-se lá de quem; seria dos cristãos? — e, acreditem, já anuncia que, se tudo der errado, retoma o seu velho padrão, aquele celebrizado nos oito anos de oposição: sabotagem!

Uns bobocas dizem: “Ah, você sataniza o PT; é muito mais rigoroso com ele do que com os outros partidos”. Eu não me obrigo a distribuir igualmente as minhas broncas só para mostrar a minha isenção. Não tenho partido, mas tenho lado (democracia, estado de direito, economia de mercado, essas coisas…). Ao longo de oito anos, é consenso que  faltou ao PSDB um teor mais ato de oposicionismo. O partido não se caracterizou por dizer “não” a tudo o que viesse do governo Lula. Já o PT teve a cara-de-pau de implementar projetos e de adotar práticas que, na oposição, considerava lesivas aos interesses da pátria e do povo.

Falta de compostura
A falta de compostura do presidente da República no processo eleitoral, de que ele é, no Executivo, um magistrado, fala por si. Pensem no exemplo de civilidade que deu FHC em 2002 na iminência da derrota e vejam o comportamento destrambelhado de Lula,  mesmo as pesquisas apontando, por enquanto ao menos, a dianteira de Dilma. Aquele presidente soube ganhar e soube perder; Lula não sabe nem uma coisa nem outra. Se vence, tenta destruir o adversário, como tentou; se vislumbra o risco de perder, denuncia uma conspiração e tenta qualificar, de antemão, de ilegítima a eventual vitória dos adversários.

Não vai colar. Nem o PT fará o que bem entende se Dilma ganhar a eleição — e eles já perceberam que a sociedade não aceita arreganhos autoritários — nem Serra terá maculada a sua vitória, se acontecer, por uma clima de intranqüilidade que o PT tenta criar artificialmente.

Essa batalha, ao menos, o lulo-petismo já perdeu. A não-eleição de Dilma no primeiro turno significou um “não” aos arreganhos autoritários do partido e de seu chefe máximo. Lula pode incluir mais essa derrota em sua carreira.

Por Reinaldo Azevedo

Olhem, eu não estaria tratando deste assunto aqui não fosse essa exploração vulgar que os petistas fazem da religião, alimentando a farsa de que existe uma guerra santa contra Dilma, o que é mentira. Ontem, como vocês viram, a candidata foi à Basílica de Aparecida para provar toda a sua fé, a sua “formação católica”. Vejam um vídeo da Band. Volto em seguida.

Negou-se, evidentemente, tratar-se de exploração eleitoreira da fé, embora ela se fizesse acompanhar de Gilberto Carvalho, chefe de Gabinete de Lula, que estava matando o serviço, e de Gabriel Chalita, deputado eleito pelo PSB, novo coroinha do socialismo de resultados e, quero crer,  destacado membro do Ministério da Educação caso a petista se eleja. Se bem que ele tem tantas e tamanhas habilidades que, do Ministério da Pesca à Secretaria da Mulher, poderia ocupar qualquer pasta — e ainda torturaria o estilo  e a Inculta & Bela escrevendo um livro por mês sobre a sua experiência.

Essa conversão tardia de Chalita ao socialismo ainda vai render muitas revelações. Paulo, supõe-se, caiu do cavalo (embora não haja cavalo do Texto) ao receber o sinal; Chalita subiu no cavalo que lhe pareceu mais lustroso na época. É um Apóstolo Paulo às avessas.

Como às avessas é o “Pelo Sinal” de Dilma Rousseff, aquelas três cruzes que fazem no corpo as pessoas que se persignam, a saber:
Primeira cruz, na testa - Texto: “Pelo sinal da Santa Cruz…”
Segunda cruz, na boca - Texto: “Livrai-nos Deus, Nosso Senhor,…”
Terceira cruz  no peito - Texto: “Dos nossos inimigos”.

Há uma seqüência, como sabe todo católico. As cruzes, a exemplo do Sinal da Cruz que se segue a essa persignação, deve ser feita da esquerda para a direita, não da direita para a esquerda. Recém-convertida, vocês sabem, Dilma se atrapalhou um tantinho: a primeira  saiu da direita para a esquerda, a segunda da esquerda para direita (e, notem bem, o Lenho sagrado ganha um ponto a mais, no nariz!!!), e a terceira da direita para a esquerda de novo. Vai ver é influência da Igreja Ortodoxa búlgara, que faz o final da Cruz da direita para a esquerda…

Que importância tem isso? Não perguntem a mim, mas a quem recorre a um templo católico para evidenciar uma fé que, em abril do ano passado, se resumia a isso:
“Fui batizada na Igreja Católica, mas não pratico. Mas, olha, balançou o avião, a gente faz uma rezinha”.
A declaração foi dada à revista 
Marie Claire.

Chalita, que cevou seu eleitorado entre católicos não exatamente fãs da Teologia da Libertação e do socialismo, ou Gilberto Carvalho, um católico de esquerda (dizem que existe isso…), poderiam fazer ao menos uma espécie de “God training” com Dilma.

Ao sair da Igreja, Dilma concedeu uma entrevista coletiva — sobre política, é claro. Estava lá por isso. A Nossa Senhora de Forma Geral (lembram-se?) virou a Nossa Senhora das Urnas. É desrespeitoso!

O PT cometeu um erro ao inventar que havia uma guerra santa contra o partido. Agora paga o preço de mexer com aspectos da cultura e da vivência das pessoas cujo alcance desconhece. E não pode ir, assim, arrombando a porta do templo na certeza de que, também nessa área, a exemplo do que se faz na política, tanto faz dizer uma coisa ou outra, tanto faz ir da esquerda para a direita ou da direita para a esquerda.

Por Reinaldo Azevedo

No Estadão:
Aborto, debate na televisão e prática religiosa foram os principais temas de que a petista Dilma Rousseff tratou na entrevista coletiva de ontem de manhã, no auditório do Santuário Nacional de Aparecida, depois de assistir à missa das 9 horas, na véspera da festa da Padroeira do Brasil.

Dilma começou tendo de explicar por que decidiu rezar na Basílica de Aparecida, ao iniciar a campanha do segundo turno para as eleições de 31 de outubro.

“É a primeira vez que venho à basílica, mas tenho devoção especial a Nossa Senhora, mais especial a Nossa Senhora Aparecida, por circunstâncias recentes na minha vida. Preferiria não falar sobre isso, é uma questão pessoal. Prefiro ter uma manifestação (religiosa) mais recatada. Minha religião diz respeito à minha convicção, à imagem de Deus dentro de mim.”

Mais adiante, quando um repórter insistiu no assunto, informando que do lado de fora, enquanto ela falava à TV Aparecida, um devoto estranhou sua presença ali - “pois Dilma não é católica e está fazendo do santuário um palanque” - a candidata retomou a questão. “Ninguém tem o direito de dizer qual é a minha crença. Quem pode julgar sobre crença religiosa é Deus. Eu fui por opção para um colégio de freiras. Naquela época, eu queria fazer a primeira comunhão. Sou da época em que era muito importante o retiro espiritual. Tenho uma formação religiosa muito forte. Nos caminhos que sua vida toma, você muitas vezes faz atalhos, faz desvios, mas você sempre volta a seu caminho. Eu tive um processo recente e esse processo me fez retomar várias coisas.” Dilma se referia ao câncer de que tratou há alguns meses, mas insistiu que não queria falar sobre o assunto, quando um jornalista perguntou se estava se referindo à doença. Aqui

Comento
Eu poderia, em tom de pilhéria, sugerir que, no colégio, não lhe ensinaram o rigor da persignação (ver post acima). Ninguém tem nada a ver com a crença pessoal de Dilma se ela não sai por aí fazendo proselitismo a respeito. Ao se expor, expõe-se também à reação das pessoas.

Embora a candidata acuse o jogo baixo desse ou daquele, noto que, à exploração da questão religiosa, somou-se a da doença. Aí não dá!  E sempre resta uma visão meio utilitarista do Altíssimo. Fica a sugestão de que o “processo espiritual” se deveu, então, a seu tratamento “bem-sucedido”. Mas Deus subsiste mesmo nos casos em que não se logra sucesso: não sendo uma loteria, a fé também não é uma caderneta de poupança.

E encerro: a crença, ou descrença, de um político é, sim, matéria de interessa da coletividade quando, como foi o caso de Dilma na Casa Civil, pauta políticas públicas ou diretrizes para essas políticas.

Se, como afirma a candidata, ninguém tem nada com isso, então que ela não force a barra com o objetivo de parecer o que não é.PS - Os leitores que me acompanham desde Primeira Leitura, quando extraí os tumores da cachola, sabem como acho irritante esse papo de “receber lições espirituais” nos momentos difíceis. É novela ruim. Fosse assim, mais edificante seria a iluminação num momento bom, não é? Alguns chegaram a me perguntar o que aprendi de especial naqueles dias de horror e terror etc e tal.

Nada!

Aprendi que bom é não ter as bolotas na cabeça e ficar na companhia da minha mulher, das minhas filhas, dos meus leitores, das minhas cachorras e da minha tartaruga. E vocês podem até meter um Baudelaire aí…

Ninguém passa a entender melhor os Evangelhos porque algumas células decidiram conspirar. Chega-se à fé pelo entendimento, não por um exame de laboratório. Essa conversa é torta.

Por Reinaldo Azevedo

Ninguém precisa ser cristão para ser político. Eu mesmo não exijo que os candidatos que escolho partilhem da minha fé. Conheço agnósticos excelentes e católicos detestáveis. O que não é certo é tentar enganar as pessoas. Aí não! Os políticos têm o direito de dizer tudo o que pensam — e, se for o caso, de perder eleições fazendo-o. Em 1985, num debate, Boris Casoy perguntou se Fernando Henrique Cardoso, candidato à Prefeitura de São Paulo, acreditava em Deus. O jornalista foi injustamente massacrado por isso. FHC não pagou o mico de se dizer um crente. Afirmou que respeitava a crença das outras pessoas. Atribui-se a sua derrota, por estreita margem de votos, à pergunta e à resposta. É possível haver péssimos e excelentes administradores pios ou ateus? Claro que sim! Mas os eleitores têm o direito de saber o que pensam os homens públicos. E tomam, então, a sua decisão. Quanto mais informação, mais liberdade têm para decidir. “Ah, mas crença é matéria de convicção pessoal”. É, sim! Já a religião apela a uma coletividade.

Dilma é católica só quando o avião balança e acredita que a descriminação do aborto é um bem para a sociedade? Então ela tem de dizer essas coisas com clareza. Ninguém a obriga a sustentar o que não pensa. Pode tentar convencer a sociedade do acerto de suas proposições. O que é inaceitável é que homens públicos e governos empreendam políticas sub-reptícias para pôr em prática aquilo que não foi acertado com a sociedade. O filme defendendo o aborto patrocinado pelo Fiocruz (ver post de ontem) é, antes de tudo, um crime de natureza democrática. Por quê? Oficialmente, a política do governo Lula não é de incentivo à descriminação. Não obstante, é essa a militância permanente do Ministério da Saúde e da Secretaria da Mulher. Os brasileiros estão sendo enganados.

Não se trata de obscurantismo nenhum, como afirmou editorial da Folha, senão de defesa da clareza! Digam os defensores do aborto o que acharem melhor, e aqueles que forem contrários também exporão seus argumentos. O Datafolha já demonstrou que Erenice tirou mais votos de Dilma do que essa polêmica. Creio que, hoje, o que mais prejudica Dilma não é a sua convicção favorável à descriminação, mas o seu esforço de estar nas duas posições ao mesmo tempo.

E os políticos, reitero, podem falar a verdade. Peguemos o exemplo de Plínio de Arruda Sampaio: porque teve mais tempo, disse mais besteiras no horário eleitoral do que o Zé Maria, do PSTU. E teve aquela mixuruquice de votos. À sua maneira, foi honesto: defende o aborto, quer propriedades rurais de no máximo mil hectares, aluguel forçado para quem tem imóvel vazio, socialização da medicina, o fim do capitalismo… Ninguém quer isso, como a gente viu, embora ele assegure falar em nome dos “trabalhadores”, junto com Rui Pimenta e o já citado Zé Maria.

“Ah, Reinaldo, se Dilma dissesse tudo, não teria chegado tão longe!” É? Então as pessoas têm o direito de fazer por ela o que ela não fez por si mesma: aproximá-la de suas reais convicções. Ora, por que a legalização do aborto foi parar no Programa Nacional de Direitos Humanos? Porque é o que pensam as lideranças que estiveram envolvidas com o texto, Dilma inclusive, embora os brasileiros não tivessem clareza disso.

No fim das contas, não são os cristãos que querem impor uma agenda à candidata Dilma Rousseff; é o PT que pretende impor a sua agenda aos cristãos, chamando de conspiração a reação negativa a seu ideário. Quando tudo dá errado, quando balança o avião da candidatura, então ela começa a  rezar e a persegnar-se, ainda que a seu modo.

Por Reinaldo Azevedo

O Manifesto em Defesa da Democracia já está com mais de 80.100 assinaturas. Clique aqui para assinar. Divulgue. Tentemos atingir a marca mais do que simbólica dos 100 mil signatários. Ouçam um breve depoimento de Hélio Bicudo. Volto em seguida.

É vexaminoso para a história do 11 de Agosto, o Centro Acadêmico da Faculdade de Direito da USP, o relato de Bicudo. Ele foi impedido de ler o manifesto SUPRAPARTIDÁRIO nas dependências da faculdade. Não emprestaram nem um mísero aparelho de som! Nada!

Na sexta-feira passada, professores petistas da São Francisco, acompanhados de Marilena Chaui, a primeira-professora-dama do partido na universidade, cederam a Sala dos Estudantes para um ato em apoio à candidatura de Dilma Rousseff, o que é ilegal, expressamente vedado pela Lei Eleitoral.

Assim se faz a democracia deles numa faculdade de direito: aos amigos, tudo — menos a lei; aos inimigos, nada — nem a lei.

Essa mancha vai ficar. Já ficou.

Por Reinaldo Azevedo

Por Rubens Santos, no Estadao:
O candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, afirmou hoje que, se eleito, terá o apoio da maioria no Congresso e fará um governo voltado para a população e para o crescimento socioeconômico do País. “Vamos governar tendo a maioria no Congresso Nacional”, disse o tucano. “E não vamos dividir o Brasil em uma região contra a outra, como se fez no pré-sal”, defendeu Serra, após comício e caminhada em Goiânia.

Ele se mostrou irritado com as críticas feitas pela oposição ao Plano Real e ao governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o que considerou “uma ingratidão”. “Quando vou para o governo, não fico xingando, não sou ingrato como esse governo foi com o FHC”, afirmou durante entrevista à imprensa.

Apoiado pelo candidato ao governo de Goiás Marconi Perillo (PSDB), que disputa o segundo turno com Iris Rezende (PMDB), cercado pelos senadores Demóstenes Torres (DEM) e Lúcia Vânia (PSDB), Serra prometeu apoiar o plano tucano de transformar o Estado na quinta maior economia do País. Atualmente, Goiás ocupa a nona posição no ranking nacional.

Para que isso aconteça, Serra prometeu investimentos na construção de novos aeroportos, ampliação do aeroporto Santa Genoveva, de Goiânia, a finalização das obras da Ferrovia Norte-Sul com um ramal interligando Anápolis a São Paulo, e a duplicação de rodovias federais que cortam o Estado. Empolgado pelo calor dos militantes na cidade gerida pelo PT, também anunciou a construção do metrô e do anel viário.

Também não perdeu a oportunidade de voltar suas críticas para Brasília. Disse que a falta de isenção de quem conduz a sucessão presidencial tumultua o processo: “O presidente da República tem que saber como se comportar numa eleição”, disse José Serra. “O Alberto Goldman, governador de São Paulo, é um bom exemplo, pois nunca usou a máquina do governo para favorecer um candidato”.

Animado
No centro da cidade, e antes de embarcar para Brasília, a caminhada dos tucanos com Serra começou na praça do Bandeirante, na avenida Anhanguera. Terminou na avenida Tocantins, em frente ao Teatro Goiânia. Serra foi recebido com festa por uma multidão. Portando bandeiras, camisetas e adesivos, cerca de cinco mil pessoas seguiram Serra, que discursou, animou a plateia com planos de governo e deu entrevistas. Jovens e mulheres ignoraram o feriadão para gritar a partir das lojas, das calçadas, das ruas e do alto dos prédios.

“Estou muito alegre em estar em Goiânia”, disse o candidato, no hangar, antes de embarcar num jatinho para Brasília. “Para mim, estar em Goiás é ganhar mais energia, confiança e força política”, afirmou. No primeiro turno, o tucano perdeu por uma diferença de 2,75% dos votos válidos. Somou 1.217.203 contra 1.301.985 votos da petista. Agora, duas pesquisas internas do PSDB de Goiás indicam Serra vencendo Dilma com vantagens que variam de 5% a 12%.

Por Reinaldo Azevedo

Pesquisa Datafolha evidencia que mais leitores desistiram de Dilma por causa de Erenice Guerra do que por causa de sua opinião sobre o aborto — ao menos até o primeiro turno. Depois disso, o escarcéu religioso ficou por conta do PT. É brutal o esforço do partido para caracterizar Dilma como aquilo que ela não é: uma católica fervorosa! E isso cheira a desrespeito com os católicos em particular e com os cristãos como um todo.

Escoltada pelo ex-seminarista e atual petista Gilberto Carvalho, chefe de gabinete de Lula, e por Gabriel Chalita — neolulista, neodilmista e neo-socialista, deputado federal eleito pelo PSB (SP) —, Dilma foi à Basílica de Aparecida, na véspera do dia de Nossa Senhora, onde assistiu à missa. Depois, concedeu uma entrevista coletiva e se disse devota de Nossa Senhora de Aparecida. Então tá!

Em abril de 2009, Dilma concedeu a já famosa entrevista à revista Marie Claire, aquela em que defendeu a legalização do aborto. Ela também falou sobre a sua religiosidade e seu vínculo com Deus. Vamos ver o que ela disse:

“Fui batizada na Igreja Católica, mas não pratico. Mas, olha, balançou o avião, a gente faz uma rezinha”.

Rezinha? Depois do “amor Belchior” — “Foi por medo de avião/ que peguei pela primeira vez na sua mão…” —, Dilma descobriu o “catolicismo Belchior”. Vejam vocês:  nem o triunfo do heliocentrismo de Copérnico sobre o geocentrismo de Aristóteles pôs fim a Deus. Mas um avião imune a turbulências, se e quando isso for possível, tornaria o Altíssimo obsoleto.

Eu tenho a impressão de que o esforço de Dilma para se mostrar uma convertida é contraproducente; acho que isso mais irrita os cristãos do que propriamente os mobiliza ou impede de mudar de idéia.  Se poucos eleitores desistiram da petista por causa de sua opinião sobre aborto ou religião, esse esforço de última hora talvez consiga o que a repulsa dos cristãos mobilizados não conseguiu até agora. Não é possível defender a descriminação do aborto até abril de 2009 e depois dizer que mudou de idéia; não é possível afirmar o que ela afirmou sobre Deus há pouco mais de um ano e depois posar de católica convicta. E, entendo, não é prudente. Mas isso é com os petistas. Eles devem saber o que fazem de sua campanha.

No dia 14 de maio, ao sair de “Missa dos Excluídos”, que encerrou o 16º Congresso Eucarístico Nacional, promovido pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), em Brasília, Dilma foi indagada sobre o aborto. E deu esta resposta:
“Não é uma questão se eu sou contra ou a favor; é o que eu acho que tem que ser feito. Não acredito que mulher alguma queira abortar. Não acho que ninguém quer arrancar um dente, e ninguém tampouco quer tirar a vida de dentro de si”.

Encerro
Está tudo aí:
1 - o aborto é comparado à extração de um dente;
- Dilma reconhece que se trata de “vida”;
3 - mas ela insiste no “que tem que (sic) ser feito”.

Ninguém está atribuindo a Dilma uma vírgula que ela não tenha dito. Quem quer que a tenha aconselhado a ir a Aparecida hoje, acredite, candidata, deu-lhe um mau conselho., eleja-se a senhora ou não. Aparecida é um lugar de fé, oração e peregrinação para devotos de Nossa Senhora. Não pode fazer parte de campanha eleitoral.

PS -  Gilberto Carvalho tirou licença ou estava matando o trabalho à custa dos brasileiros?

Por Reinaldo Azevedo

Arcebispo de João Pessoa acusa Dilma e PT por defesa do aborto

Por Adelson Barbosa dos Santos, na Agência Estado:
O arcebispo de João Pessoa, Dom Aldo Pagotto, postou no Youtube um vídeo de 15 minutos no qual ele acusa diretamente o PT e a candidata do partido à Presidência da República, Dilma Rousseff, de pregarem a cultura da morte no País. O arcebispo se refere à polêmica sobre o aborto. Segundo ele, Dilma e o PT querem “descriminalizar o aborto e o transformar em direito humano fundamental”. Para o arcebispo, “ataques à vida precisam ser combatidos”. No discurso lido, Pagotto se dirige aos diocesanos e afirma: “Não podemos ficar calados diante da atitude pró-aborto do PT”.

No vídeo, o arcebispo ataca, inclusive, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Pagotto afirma que o presidente jurou - em carta redigida de próprio punho, endereçada aos bispos brasileiros em agosto de 2005 - que era contra o aborto, mas enviou um projeto de lei ao Congresso legalizando a ação.

“Na carta, ele jurava pela própria mãe que tivesse qualquer intenção de legalizar o aborto, mas os fatos desmentem as palavras do presidente”, afirma Pagotto, acrescentando que a “desonestidade (do presidente) quase alcançou seu objetivo” e que “o engodo” sobre a legalização do aborto, contido no projeto de lei, “foi descoberto pelos deputados dez minutos antes da votação.

Na gravação, Pagotto aparece ao lado de uma imagem de Nossa Senhora e de uma fotografia do Papa Bento XVI. Pede que os católicos divulguem a mensagem ao maior número possível de pessoas, “porque estamos diante de um partido institucionalmente comprometido com a cultura da morte e que proíbe seus membros de seguirem suas próprias consciências”. Segundo ele, o PT utiliza a mentira para enganar a população.


“Privatização da Petrobras” é tão verdadeira quanto “namorada de Dilma”. O que as distingue? Um dos boatos tem origem clara!

Quando ficaram evidentes as invasões de sigilo fiscal de tucanos e de familiares do Serra, qual foi a reação de Lula, de Dilma e do comando do PT? É tudo tramóia da oposição!

Quando a VEJA publicou a primeira reportagem sobre as lambanças na Casa Civil, qual foi a reação de Lula, de Dilma e do comando do PT? É tudo tramóia da oposição!

Quando a Folha publicou a segunda reportagem sobre as lambanças na Casa Civil, qual foi a reação de Lula, de Dilma e do comando do PT? É tudo tramóia da oposição!

A coisa ficou insustentável. Erenice caiu.

Dilma defende a descriminação do aborto. Concedeu entrevistas muito convictas a respeito. Várias confissões cristãs decidiram se manifestar contra a opinião da candidata. Qual foi a reação de Lula, de Dilma e do comando do PT? É tudo tramóia da oposição!

Notem: não há nenhuma mentira no que vai acima, certo?

Agora, consta que há uma corrente na Internet sobre uma suposta namorada de Dilma Rousseff, que a estaria processando. Vocês podem não acreditar, mas não sei do que se trata. Esse tipo de material não me interessa. O que as pessoas fazem na cama não me interessa, ainda que seja tudo verdade. O que me chega é que Dilma e sua turma atribuem também esse troço a uma tramóia da oposição.

O PT precisa tomar mais cuidado com o que chama de “tramóia”: se trata fatos comprovados como boatos, não tem, depois, como qualificar os boatos, que acabam se misturando aos fatos.

E, em sua campanha dita “limpa”, o que faz o PT? Ora, espalha o boato de que o adversário pretende privatizar a Petrobras e o pré-sal. Isso é diferente da “namorada de Dilma”? Não é! São, até onde se sabe, duas mentiras. Ou uma mentira sobre estatais é mais decorosa do que uma mentira sobre a vida privada? A única diferença entre as duas coisas é esta: o PT não tem em mãos a menor evidência de que os tucanos tenham algo a ver com o boato da “namorada”. Já o boato sobre a privatização da Petrobras é parte do horário eleitoral do PT.

O PT quer debater fatos e boatos? Acho uma boa idéia!

Por Reinaldo Azevedo
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Fonte:
Veja.com

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