No Piauí, repórter pergunta se Dilma é ‘homossexual’

Publicado em 14/10/2010 11:27 e atualizado em 06/03/2020 09:37

No Piauí, repórter pergunta se Dilma é ‘homossexual’

Divulgação

 

Em viagem a Teresina, Dilma Rousseff foi surpreendida por uma pergunta inusitada. A candidata visitava um centro de reabilitação de deficientes.

Gravou imagens que serão levadas à propaganda de televisão. Inspeciona daqui, filma dali Dilma decidiu falar aos repórteres.

Discorria sobre o compromisso que assumira com pastores evangélicos em relação ao aborto e à união entre pessoas do mesmo sexo.

De repente, um repórter piauiense atravessou na conversa uma questão insólita. Quis saber de Dilma se ela é homossexual. Assim, na lata.

A candidata abespinhou-se: "Meu querido, eu não vou responder a isso. Não vou responder...”

“...Tenho uma filha e sou avó, pelo amor de Deus. Não vou discutir nesse nível. Me desculpa, mas esse tipo de discussão, eu não vou ter aqui".

Dilma lamentou lamentou a boataria que a rodeia: “Isso não contribui em nada para o desenvolvimento do país”.

À noite, a pupila de Lula escalou, ao lado de seu cabo eleitoral, o segundo palanque do segundo turno.

Ao discursar, Lula serviu à platéia doses de plebiscito. Disse que o antecessor FHC só tinha olhos para o Sul e o Sudeste.

"Vocês sabem como era o Nordeste antes de eu chegar na Presidência da República. [...] Vocês sabem o que era a vida dos pobres antes de eu chegar na Presidência...”

“...Antes, os de lá diziam que o Bolsa Família era esmola".


Lula defende união gay, que Dilma renegará em carta

Em reunião com representantes de 51 denominações evangélicas, Dilma Rousseff assumiu o compromisso de divulgar uma “carta aberta” ao povo de Deus.

No texto, a pupila de Lula vai assumir o compromisso de não legislar sobre matérias como a descriminalização do aborto e a união de casais gays.

Lula participou do encontro. Entrou pelos fundos, cumprimentou os presentes, apoiou a ideia da carta e saiu. De novo, pela porta de trás.

Em entrevista à TV Brasil, veiculada em setembro de 2008, o patrono de Dilma discorrera sobre a união civil entre pessoas do mesmo sexo (assista lá no alto).

Lula disse o seguinte: “Eu a vida inteira defendi a união civil. Temos que parar com a hipocrisia, porque a gente sabe que existe...”

“...Tem homem morando com homem, mulher morando com mulher e, muitas vezes, vivem bem, de forma extraordinária...”

“...Constroem uma vida junto, trabalham juntos e por isso eu sou favorável. [...] Por que os políticos que são contra não recusam os votos deles?...

“...Por que o Estado brasileiro não recusa o imposto de renda que eles pagam? O importante é que sejam cidadãos brasileiros, respeitem a Constituição...”

“...E cumpram com seu compromisso com a nação. O resto é problema deles e eu sou defensor da união civil”.

Ou seja, para o ex-Lula, esse presidente de dois anos atrás, a carta que Dilma está na bica de assinar fará dela uma política “hipócrita”.

Candidata, deveria “recusar o voto deles”. Eleita, teria de “recusar o imposto de renda que eles pagam”.

Na mesma entrevista, Lula falou sobre o aborto. Soou aquém da Dilma de 2007, que defendera a “descriminalização” da prática, numa sabatina na Folha. Porém...

Porém, o ex-Lula tratou do tema sob a ótica do chefe de Estado, não do pedinte de votos evangélicos e católicos:

“Há 26 anos, tenho uma posição, que é tratar de aborto como questão de saúde pública...”

“...Se você perguntar pra mim, presidente Lula, o senhor é contra o aborto? Sou contra, minha mulher é contra, mas o Estado tem que dar atendimento”.


Serra ‘foca’ campanha em 4 praças: SP, MG, RJ e RS

Apu Gomes/Folha

Escorado no prestígio de Aécio, Serra espera atenuar a vantagem de Dilma em Minas 

 

O Quartel General de José Serra decidiu concentrar a campanha do segundo turno em quatro Estados.

A lista inclui os três maiores colégios eleitorais do país –São Paulo, Minas e Rio—, além do Rio Grande do Sul.

É nesses pedaços do mapa que o tucanato imagina que Serra reúne maiores condições de extrair novos votos.

A estratégia foi delineada em reunião do conselho político do comitê de Serra. Deu-se em São Paulo, na segunda-feira (11).

Nesta quarta (13), Serra voou para o Rio Grande do Sul. Foi a três cidades. O evento principal ocorreu na capital, Porto Alegre.

Reuniram-se ao redor de Serra, num auditório de hotel, algo como 300 pessoas. Gente da coligação (PSDB, DEM, PPS e PTB) e de fora dela (PMDB e PP).

Nesta quinta (14), Serra amanhece em Belo Horizonte. Vai a uma pajelança comandada pelo cacique local, o tucano Aécio Neves.

Deu-se ao evento um nome pretensioso: “Minas é Serra pelo Brasil, Arrancada para a Vitória”. Informou-se que reunirá cerca de 3 mil pessoas, incluindo 300 prefeitos.

Organiza-se para a semana que vem um ato semelhante ao de Porto Alegre, com três centenas de poíticos. Dessa vez, no Rio. Ocorrerá na quarta-feira (20).

Entre uma viagem e outra, Serra correrá o interior de São Paulo. Vai Privilegiar as cidades mais prósperas. Praças em que a incidência do Bolsa Família é menor.

O tucanato retomou em São Paulo uma meta que não logrou atingir no primeiro turno.

Deseja-se cavar no Estado uma dianteira de 4 milhões de votos. Coisa mais fácil de querer do que de obter.

Joga-se com a eleição de Geraldo Alckmin. Ungido governador nas urnas do primeiro turno, Alckmin incorporou-se à coordenação da campanha de Serra.

Comprometeu-se a percorrer, também ele, o interior do Estado. Cuidará da mobilização de prefeitos e lideranças locais.

O último Ibope, divulgado nesta quarta (13), injetou ânimo nos operadores do comitê de Serra.

Nessa sondagem, a distância que separa Serra de Dilma encurtou-se para seis pontos, dois a menos que os oito pontos contabilizados pelo Datafolha de domingo (10).

Em votos válidos, o Ibope atribuiu 53% a Dilma e 47% a Serra. A caciquia tucana enxergou nesses dados o insucesso do novo estilo de Dilma.

Os pesquisadores do Ibope foram ao meio-fio entre segunda (11) e quarta. Depois, portanto, do debate da TV Bandeirantes.

Um debate em que Dilma foi à jugular de Serra. Quem assistiu enxergou uma candidata mais agressiva que o habitual. Ela própria definiu-se como “assertiva”.

Para a cúpula do PSDB, agressiva ou assertiva, a nova Dilma não agregou votos. Prova-o o Ibope.

Os aliados de Serra preferem não dar crédito à outra pesquisa que veio à luz nesta quarta, do Vox Populi: Dilma 54,5% X Serra 45,4%. Diferença de 9,1 pontos.

Os operadores de Serra alegam que suas sondagens internas ornam mais com o Ibope do que com o Vox Populi. Aguardam pelo próximo Datafolha como olhos de tira-teima.

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Fonte:
Blog Josias de Souza (Folha)

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