No Piauí, repórter pergunta se Dilma é ‘homossexual’
No Piauí, repórter pergunta se Dilma é ‘homossexual’
Divulgação
Em viagem a Teresina, Dilma Rousseff foi surpreendida por uma pergunta inusitada. A candidata visitava um centro de reabilitação de deficientes.
Gravou imagens que serão levadas à propaganda de televisão. Inspeciona daqui, filma dali Dilma decidiu falar aos repórteres.
Discorria sobre o compromisso que assumira com pastores evangélicos em relação ao aborto e à união entre pessoas do mesmo sexo.
De repente, um repórter piauiense atravessou na conversa uma questão insólita. Quis saber de Dilma se ela é homossexual. Assim, na lata.
A candidata abespinhou-se: "Meu querido, eu não vou responder a isso. Não vou responder...”
“...Tenho uma filha e sou avó, pelo amor de Deus. Não vou discutir nesse nível. Me desculpa, mas esse tipo de discussão, eu não vou ter aqui".
Dilma lamentou lamentou a boataria que a rodeia: “Isso não contribui em nada para o desenvolvimento do país”.
À noite, a pupila de Lula escalou, ao lado de seu cabo eleitoral, o segundo palanque do segundo turno.
Ao discursar, Lula serviu à platéia doses de plebiscito. Disse que o antecessor FHC só tinha olhos para o Sul e o Sudeste.
"Vocês sabem como era o Nordeste antes de eu chegar na Presidência da República. [...] Vocês sabem o que era a vida dos pobres antes de eu chegar na Presidência...”
“...Antes, os de lá diziam que o Bolsa Família era esmola".
Lula defende união gay, que Dilma renegará em carta
Em reunião com representantes de 51 denominações evangélicas, Dilma Rousseff assumiu o compromisso de divulgar uma “carta aberta” ao povo de Deus.
No texto, a pupila de Lula vai assumir o compromisso de não legislar sobre matérias como a descriminalização do aborto e a união de casais gays.
Lula participou do encontro. Entrou pelos fundos, cumprimentou os presentes, apoiou a ideia da carta e saiu. De novo, pela porta de trás.
Em entrevista à TV Brasil, veiculada em setembro de 2008, o patrono de Dilma discorrera sobre a união civil entre pessoas do mesmo sexo (assista lá no alto).
Lula disse o seguinte: “Eu a vida inteira defendi a união civil. Temos que parar com a hipocrisia, porque a gente sabe que existe...”
“...Tem homem morando com homem, mulher morando com mulher e, muitas vezes, vivem bem, de forma extraordinária...”
“...Constroem uma vida junto, trabalham juntos e por isso eu sou favorável. [...] Por que os políticos que são contra não recusam os votos deles?...
“...Por que o Estado brasileiro não recusa o imposto de renda que eles pagam? O importante é que sejam cidadãos brasileiros, respeitem a Constituição...”
“...E cumpram com seu compromisso com a nação. O resto é problema deles e eu sou defensor da união civil”.
Ou seja, para o ex-Lula, esse presidente de dois anos atrás, a carta que Dilma está na bica de assinar fará dela uma política “hipócrita”.
Candidata, deveria “recusar o voto deles”. Eleita, teria de “recusar o imposto de renda que eles pagam”.
Na mesma entrevista, Lula falou sobre o aborto. Soou aquém da Dilma de 2007, que defendera a “descriminalização” da prática, numa sabatina na Folha. Porém...
Porém, o ex-Lula tratou do tema sob a ótica do chefe de Estado, não do pedinte de votos evangélicos e católicos:
“Há 26 anos, tenho uma posição, que é tratar de aborto como questão de saúde pública...”
“...Se você perguntar pra mim, presidente Lula, o senhor é contra o aborto? Sou contra, minha mulher é contra, mas o Estado tem que dar atendimento”.
Serra ‘foca’ campanha em 4 praças: SP, MG, RJ e RS
Apu Gomes/Folha
Escorado no prestígio de Aécio, Serra espera atenuar a vantagem de Dilma em Minas
O Quartel General de José Serra decidiu concentrar a campanha do segundo turno em quatro Estados.
A lista inclui os três maiores colégios eleitorais do país –São Paulo, Minas e Rio—, além do Rio Grande do Sul.
É nesses pedaços do mapa que o tucanato imagina que Serra reúne maiores condições de extrair novos votos.
A estratégia foi delineada em reunião do conselho político do comitê de Serra. Deu-se em São Paulo, na segunda-feira (11).
Nesta quarta (13), Serra voou para o Rio Grande do Sul. Foi a três cidades. O evento principal ocorreu na capital, Porto Alegre.
Reuniram-se ao redor de Serra, num auditório de hotel, algo como 300 pessoas. Gente da coligação (PSDB, DEM, PPS e PTB) e de fora dela (PMDB e PP).
Nesta quinta (14), Serra amanhece em Belo Horizonte. Vai a uma pajelança comandada pelo cacique local, o tucano Aécio Neves.
Deu-se ao evento um nome pretensioso: “Minas é Serra pelo Brasil, Arrancada para a Vitória”. Informou-se que reunirá cerca de 3 mil pessoas, incluindo 300 prefeitos.
Organiza-se para a semana que vem um ato semelhante ao de Porto Alegre, com três centenas de poíticos. Dessa vez, no Rio. Ocorrerá na quarta-feira (20).
Entre uma viagem e outra, Serra correrá o interior de São Paulo. Vai Privilegiar as cidades mais prósperas. Praças em que a incidência do Bolsa Família é menor.
O tucanato retomou em São Paulo uma meta que não logrou atingir no primeiro turno.
Deseja-se cavar no Estado uma dianteira de 4 milhões de votos. Coisa mais fácil de querer do que de obter.
Joga-se com a eleição de Geraldo Alckmin. Ungido governador nas urnas do primeiro turno, Alckmin incorporou-se à coordenação da campanha de Serra.
Comprometeu-se a percorrer, também ele, o interior do Estado. Cuidará da mobilização de prefeitos e lideranças locais.
O último Ibope, divulgado nesta quarta (13), injetou ânimo nos operadores do comitê de Serra.
Nessa sondagem, a distância que separa Serra de Dilma encurtou-se para seis pontos, dois a menos que os oito pontos contabilizados pelo Datafolha de domingo (10).
Em votos válidos, o Ibope atribuiu 53% a Dilma e 47% a Serra. A caciquia tucana enxergou nesses dados o insucesso do novo estilo de Dilma.
Os pesquisadores do Ibope foram ao meio-fio entre segunda (11) e quarta. Depois, portanto, do debate da TV Bandeirantes.
Um debate em que Dilma foi à jugular de Serra. Quem assistiu enxergou uma candidata mais agressiva que o habitual. Ela própria definiu-se como “assertiva”.
Para a cúpula do PSDB, agressiva ou assertiva, a nova Dilma não agregou votos. Prova-o o Ibope.
Os aliados de Serra preferem não dar crédito à outra pesquisa que veio à luz nesta quarta, do Vox Populi: Dilma 54,5% X Serra 45,4%. Diferença de 9,1 pontos.
Os operadores de Serra alegam que suas sondagens internas ornam mais com o Ibope do que com o Vox Populi. Aguardam pelo próximo Datafolha como olhos de tira-teima.
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