Ana Julia liga imagem à de Marina no 2º turno no Pará

Publicado em 19/10/2010 13:51

Vinte pontos percentuais atrás do candidato do PSDB ao governo do Pará, segundo pesquisa Ibope, a governadora Ana Júlia Carepa (PT) resolveu se associar a Marina Silva (PV) para fortalecer sua imagem de "mulher guerreira" e tentar virar o quadro do segundo turno no Estado.

Marina tem aparecido em inserções recentes de TV de Ana Júlia. Nas peças publicitárias, é mostrada uma sequência de mulheres anônimas, enquanto uma voz em "off" fala sobre a importância delas para o país.

Ao final, aparecem fotografias de Ana Júlia, de Dilma Rousseff (PT), candidata governista à Presidência, e, por último, de Marina --que é citada nominalmente.

A ideia é aproximar a governadora paraense do modelo de mulher que luta pelo que acredita, a despeito dos preconceitos machistas.

Com a estratégia, ela tenta também apagar a imagem de alguém distante dos problemas da população, crítica feita por parte do próprio PT.

Um ex-secretário estadual da comunicação disse em seu blog que a imagem da governadora "ficou mais para madame que para a lutadora" no primeiro turno.

Essa mudança de estratégia é um dos artifícios para tentar reverter uma situação difícil para a petista.

Segundo pesquisa Ibope divulgada no último sábado, o ex-governador tucano Simão Jatene tem 60% dos votos válidos na disputa do segundo turno no Pará, contra 40% de Ana Júlia.

Petistas questionam estratégia de atacar governo Serra em SP

Em privado, alguns expoentes do PT questionam a orientação da campanha de Dilma Rousseff de se concentrar no ataque ao governo de José Serra em São Paulo, informa o "Painel" da Folha.

Segundo a coluna, eles argumentam que isso tende a reverberar numa faixa do eleitorado restrita aos 35% obtidos por Aloizio Mercadante, que perdeu a disputa estadual no primeiro turno para o tucano Geraldo Alckmin.

Defendida pelo QG dilmista como instrumento para desconstruir o legado de Serra, a crítica sistemática a setores como educação e segurança embute o risco de afastar Dilma definitivamente da parcela do eleitorado local que optou pelos "verdes" e até por Alckmin.

A coluna informa que, a cada rodada de críticas de Dilma às gestões tucanas no Estado, Serra insistirá na tecla de que a petista "não gosta de São Paulo". Trata-se de reedição da tática usada por Alckmin contra Mercadante.

FHC aparece pela 1ª vez ao lado de Serra

Escondido pelos estrategistas tucanos em todo o primeiro turno, o ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso (PSDB) apareceu ontem, pela primeira vez na campanha, em um evento ao lado de José Serra, candidato do partido a presidente.

A campanha de Dilma Rousseff (PT) vem apostando, como estratégia eleitoral, na comparação entre o governo tucano e o atual.

A ausência, por parte de Serra, de uma defesa mais explícita das ações do governo FHC gerou críticas por parte de integrantes da campanha do PSDB.

Marlene Bergamo/Folhapress
Ex-presidente Fernando Henrique aparece pela 1ª vez ao lado de Serra
Ex-presidente Fernando Henrique aparece pela 1ª vez ao lado de Serra

No segundo turno, ainda que timidamente, o legado de Fernando Henrique passou a ser mais explorado por Serra. O ex-presidente, no entanto, nunca gravou um depoimento para o programa do tucano na TV.

A primeira aparição de FHC ao lado de Serra na campanha foi no ato de declaração de apoio de integrantes do PV paulista e do candidato derrotado ao governo do RJ, Fernando Gabeira.

Anteontem, a ex-presidenciável Marina Silva (PV) declarou neutralidade no segundo turno. Apesar disso, FHC deixou implícito que a verde apoia José Serra.

Sem citá-la nominalmente, mas afirmando que o público sabia a quem ele se referia, o ex-presidente disse que, "mesmo que não falem", aqueles que são realmente ambientalistas estão apoiando Serra.

"Os mais sensíveis que estão dentro do Partido Verde e no movimento ambientalista estão com fileiras cerradas com José Serra", afirmou FHC, ao lado do candidato.

"Não posso falar em nome de ninguém, mas eu tenho certeza que, no fundo da alma, aqueles realmente ambientalistas, vocês sabem a quem me refiro, também sabem disso. Mesmo que não falem. Sabem que não é a mesma coisa votar em Dilma ou em Serra", disse.

PETROBRAS

Antes do evento, FHC afirmou ser "totalmente eleitoreira" a declaração do presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, que, em entrevista à Folha, afirmou que o governo tucano preparou a privatização da estatal.

"Nunca esteve em cogitação a privatização da Petrobras", disse FHC. "Nós transformarmos a Petrobras no que ela é hoje."

"É lamentável que ele [Gabrielli] se meta na política dessa maneira, e com injúrias, com infâmias, com mentira", completou o tucano. Gabrielli disse ser "natural" que a empresa esteja no debate eleitoral.

"A Petrobras tem papel fundamental na questão energética do país. Por isso é natural que se discuta se ela deve ser fortalecida ou enfraquecida", afirmou.

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Fonte:
Folha de S. Paulo

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