Vantagem de Dilma se mantém, diz Datafolha

Publicado em 27/10/2010 04:10 e atualizado em 27/10/2010 04:45

Na terceira semana de campanha no segundo turno da eleição presidencial, a candidata Dilma Rousseff (PT) manteve a vantagem sobre José Serra (PSDB). Ela tem 49% das intenções de voto, e o tucano, 38%, segundo pesquisa Datafolha divulgada ontem. Em relação à sondagem anterior, feita no dia 21, Dilma e Serra oscilaram para baixo - ela um ponto e ele dois. O número de indecisos passou de 6% para 8%. 

Levando-se em conta apenas os votos válidos, a candidata do PT lidera por 56% a 44% - o mesmo índice revelado na semana passada. A pesquisa capta os efeitos do último debate entre os presidenciáveis, realizado na noite de anteontem, na TV Record, e da polêmica sobre a agressão que Serra teria sofrido em uma caminhada no Rio de Janeiro. 

Tanto o tucano quanto a petista levaram o episódio ao horário eleitoral. Serra acusou o PT de truculência e a campanha de Dilma expôs uma suposta "armação", segundo a qual o candidato teria simulado um ferimento na cabeça. 

Geografia do voto. A principal novidade em relação à pesquisa anterior é o fato de que, na Região Sudeste, a mais populosa do País, Dilma saiu da situação de empate técnico e assumiu a ponta, com 44% a 40%. 

No Sul, onde lidera, Serra viu sua vantagem cair quatro pontos. Ele tem agora 48% (eram 50%) contra 41% (eram 39%). 

Estabilidade no Datafolha: Dilma 56% X 44% Serra

O novo Datafolha, divulgado na noite desta terça (26) revela um quadro de estabilidade na disputa presidencial.

Na conta dos votos válidos (sem brancos, nulos e indecisos), o resultado é ideêntico ao da pesquisa anterior: 56% para Dilma Rousseff, 44% para José Serra.

Na contabilidade total dos votos, leves oscilações, todas dentro da margem de erro, que é de dois pontos –para mais ou para menos.

Dilma escorrega de 50% para 49%. Serra desliza de 40% para 38%. Brancos e nulos, que somacam 4%, vai a 5%. A soma dos indecisos vai de 6% para 8%.

Tudo considerado, tem-se que, nos votos válidos, a vantagem de Dilma sobre Serra se mantém na casa dos 12 pontos percentuais.

No total de votos, a diferença oscila de 10 para 11 pontos. Consdierando-se que só faltam cinco dias para a eleição, Dilma mantém a condição de favorita.

No Nordeste, principal reduto da petista, a vantagem dela se manteve em 37 pontos, mas os dois candidatos oscilaram um ponto para baixo (de 65% para 64% e de 28% para 27%).

O Datafolha também mediu a aprovação ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que pela terceira semana consecutiva atingiu patamar recorde. 

Alta ansiedade,por Renata Lo Prete

A estabilidade do favoritismo de Dilma Rousseff apontada pelo novo Datafolha foi recebida com alívio por integrantes da campanha petista. Nas 24 horas que antecederam a divulgação da pesquisa, alguns chegaram a apostar, em privado, na redução pela metade da vantagem sobre o tucano José Serra, hoje de 12 pontos nos votos válidos, segundo o instituto.
Quem ouviu essas manifestações ficou na dúvida entre duas hipóteses, não necessariamente excludentes: a) escaldada pelo primeiro turno, a campanha não estaria cem por cento segura de seus próprios números; b) a vantagem, no tracking interno, seria inferior aos 14 ou 15 pontos divulgados para os jornalistas.



Flashback Em 2006, a quatro dias do segundo turno, o Datafolha mostrava 3% de eleitores indecisos e 2% inclinados a votar em branco ou nulo. Agora, eles são 8% e 5%, respectivamente

Contagem regressiva, por Eliane Cantanhêde

A cinco dias da eleição, a pesquisa Datafolha cristaliza a diferença de Serra e Dilma em 12 pontos dos votos válidos e assim define virtualmente o segundo turno no próximo domingo. Serra não tem armas para lutar por mais votos, nem espaço no eleitorado para crescer e virar a eleição.

Lula, Dilma, o governo, o PT e seus aliados levaram um susto com o resultado do primeiro turno, no dia 3, depois de atravessar meses cantando vitória - e uma vitória que esperavam acachapante. Mas, desde o início, as condições têm sido mais favoráveis a Dilma, apesar das vantagens objetivas do candidato Serra.

Com seus 80% de popularidade, e uma gestão bem avaliada, Lula inventou a candidatura Dilma, passou dois anos empenhado em fazê-la conhecida nacionalmente e não teve pudor em colocar a administração direta, as estatais e todos os meios, maquiavelicamente, para eleger a sucessora. Não poupou nem mesmo o próprio cargo de presidente.

Serra lucrou bravamente, a bordo de seu currículo exemplar de ex-presidente da UNE, 14 anos de exílio, deputado federal, senador, prefeito de São Paulo, governador do Estado mais poderoso do país. Mas não tinha arsenal político e estratégico para enfrentar o canhão Lula e seu exército.

Na reta final, quando Dilma surgia com a cara inchada e parecendo descomposta pelo baque de não chegar nem a 47% no primeiro turno, os tucanos animaram-se com a perspectiva de virada. Mas Lula e Dilma multiplicaram a campanha petista por dois, um para um lado, outro para outro. E conseguiram imagens muito fortes para o programa eleitoral. Uma delas foi a reunião com os artistas no Rio, à frente Chico Buarque. Conseguiram dois efeitos: seguraram a sangria e impediram que os votos de Marina migrassem para o tucano.

Em cinco dias, não há mágica, nem eleitor sobrando para uma virada pró-Serra, mesmo com a perspectiva de que ele tenha melhor desempenho no principal debate de toda a campanha, o da TV Globo, na sexta-feira à noite. Isso pode reforçar a imagem positiva para o pós-campanha, mas, por si só, não é capaz de reverter o quadro.

A eleição, portanto, caminha para a eleição da primeira mulher presidente no Brasil. Ou, na prática, para um terceiro mandato de Lula. A ver.

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Fonte:
O Estado de S. Paulo/Folha

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