Dólar em baixa reduz força do agronegócio

Publicado em 01/11/2010 08:42
Exportador agrícola de peso, o Brasil amarga o peso da desvalorização do dólar. A cada venda para fora do país, agricultores e indústrias acabam recebendo menos em reais por produtos como açúcar, café, suco de laranja, carnes e grãos, um golpe na rentabilidade. O prejuízo é amenizado pela elevação circunstancial das cotações internacionais de commodities como milho, trigo e soja. Mas a situação pode mudar. O economista e professor da Unijuí, Argemiro Luis Brum, alerta que não há garantias de que os preços estarão bons quando os produtores colherem a safra de verão a partir de janeiro. "As valorizações são artificiais, não estão relacionadas à oferta e demanda, mas a um movimento especulativo do mercado para compensar a queda do dólar", opina.

Segundo o pesquisador, a desvalorização da moeda norte-americana frente ao real é de 40% desde 1999, quando o Brasil flexibilizou o câmbio. Isso significa dizer que a atual taxa cambial de R$ 1,70 estaria em R$ 2,32, o que, para os sojicultores, significaria receber hoje cerca de R$ 10,00 a menos por saca exportada. Uma fortuna, se considerada a projeção da Safras & Mercados de que o Brasil deverá exportar 30,2 milhões de toneladas.

Neste cenário, o especialista Fernando Muraro, da AG Rural, aconselha que o produtor realize um controle rigoroso dos custos e venda antecipadamente pelo menos parte da safra. Mesma realidade se aplica ao milho e ao trigo.

Uma das poucas conse-quências positivas é a queda de preço de matérias-primas importadas. De acordo com o consultor da Fecoagro, Tarcísio Minetto, o câmbio tem impactado principalmente os herbicidas. Já em relação aos fertilizantes, beneficiou somente quem comprou no primeiro semestre do ano.

Para o presidente do Siargs, Torvaldo Marzolla Filho, as variações não são reflexo apenas do câmbio, mas de oscilações do preço em dólar. "Ferrosos e não ferrosos subiram, Muitos deles acima da valorização cambial."

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Fonte:
Correio do Povo

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