Aumenta pressão contra venda da Potash no Canadá

Publicado em 03/11/2010 09:26
Aumenta a pressão no Canadá para que o governo do país vete a oferta hostil de US$ 39 bilhões da BHP Billiton pela PotashCorp. Mais três Estados juntaram-se a Saskatchewan na oposição ao negócio.

Segundo uma fonte próxima ao Partido Conservador, uma pesquisa privada em Saskatchewan concluiu que a maioria dos 13 membros do Parlamento pertencentes ao partido corre o risco de perder seus assentos caso o acordo siga adiante. Os conservadores lideram um governo de minoria, com 144 dos 308 assentos no Parlamento.

"A mudança de humor em Ottawa vem sendo bastante drástica", afirmou um lobista, que acrescentou que é difícil prever de que lado o governo ficará. O ministro da Indústria do Canadá, Tony Clement, afirmou na sexta-feira que tomará uma decisão final até a meia-noite de 3 de novembro, prazo determinado pela lei de investimentos do país.

O primeiro-ministro do Canadá, Stephen Harper, havia afirmado anteriormente que o "critério será claro e a decisão será tomada no melhor interesse de longo prazo da economia canadense".

Brad Wall, premiê de Saskatchewan, onde a PotashCorp tem sede, encabeçou um protesto contra o acordo. Alberta, Quebec e Manitoba também apoiam Saskatchewan. Os liberais, de oposição, pediram ao governo para rejeitar a oferta da anglo-australiana BHP.

A BHP busca recuperar a transação com uma blitz publicitária, prometendo, entre outras coisas, que incluirá a palavra "Saskatchewan" no nome da PotashCorp. Mesmo alguns defensores da BHP, no entanto, criticam o grupo por ter concentrado por demasiado tempo seus esforços de lobby em Ottawa e não no Estado em que a empresa tem sede.

Na sexta-feira, Wall disse em discurso a empresários em Toronto que Saskatchewan não pode dar-se o luxo de ter um recurso estratégico controlado por um conselho estrangeiro em Melbourne, onde fica a sede da BHP. A maioria dos 12 diretores integrantes do conselho da PotashCorp, incluindo o presidente do conselho, é de canadenses.

Wall descreveu a PotashCorp como um caso especial, já que controla mais de 30% das reservas mundiais de um ingrediente-chave para a produção de fertilizantes. Acrescentou que outros investimentos da BHP em seu Estado são bem-vindos.

As ações da PotashCorp fecharam em alta de quase 2% na sessão de sexta-feira passada, cotadas a US$ 145,09, bem acima do valor da oferta da BHP, de US$ 130 por papel.

Até o fim da semana passada, o governo parecia estar inclinado a favor da mineradora australiana.

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Fonte:
Valor Econômico

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