Meirelles adota tom de despedida em evento na Fiesp

Publicado em 22/11/2010 21:13
'Eu espero terminar de fato esse mandato juntamente com o presidente Lula', disse o presidente do Banco Central

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou na noite desta segunda-feira (22) que seu encontro com da presidente eleita Dilma Rousseff "será anunciado na hora certa", indicando que não há uma data fechada. Ao ser perguntando se o discurso feito pouco antes, durante o evento Prêmio Qualidade 2010 Sinaprocim-Sinprocim, no prédio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), não tinha um tom de despedida do governo, Meirelles sorriu e respondeu: "Foi de celebração", o que repetiu por duas vezes. 

"Portanto, alguns me perguntam o que o senhor espera para o futuro, o que o senhor espera para a vida pública. Eu espero terminar de fato esse mandato juntamente com o presidente Lula, concluindo esse tipo de trabalho de responsabilidade do Banco Central do Brasil que é zelar pela estabilidade macroeconômica do País e, portanto, prover as condições básicas para o crescimento sustentado", disse, quase no final do seu discurso, depois de ter detalhado vários números que mostraram a evolução macroeconômica brasileira desde 2003 até o momento e a estabilidade dos  fundamentos econômicos com previsibilidade da condução da política econômica. 

Meirelles afirmou que a conjuntura econômica atual representa "um momento de gratificação" pois o País deve registrar um dos maiores índices de crescimento no mundo, de 7,3% em 2010 como estima o Banco Central, com inflação dentro da meta, forte criação de empregos e substancial aumento da renda das famílias. Ele ressaltou que o desemprego no Brasil, que está em 6,2%, deve ser a menor marca de todos os países que integram o G-20. Ele ressaltou que o desempenho do País gera satisfação para os empresários, os cidadãos e os membros do governo, no qual ele se incluiu, como colaboradores do processo de evolução econômico-social dos últimos oito anos. "E agora temos as bases para enfrentar novos desafios", afirmou, referindo-se ao futuro do Brasil.

Juro futuro sobe com aposta na saída de Meirelles e inflação

Diretor de Normas do BC, Alexandre Tombini, aparece como o nome mais cotado para o cargo


As projeções de juros a partir dos contratos futuros de depósito interfinanceiro (DI) negociados na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) ampliaram as altas no início da tarde e fecharam o pregão regular, às 16 horas, perto das máximas do dia. O movimento de alta ocorreu desde cedo e ganhou força à tarde, sempre em reação às dúvidas sobre a permanência de Henrique Meirelles na presidência do Banco Central no governo Dilma Rousseff, em meio a um cenário mostrado pela pesquisa Focus do BC da persistente elevação das expectativas de inflação no mercado financeiro.

"A leitura de uma provável saída de Meirelles é que as medidas necessárias para combater a pressão inflacionária corrente e a futura, detectada pela pesquisa Focus, podem não ser tomadas", comentou um operador. Além disso, há a avaliação de que Dilma vai centralizar a política monetária no Planalto, e para isso já estaria prevendo desvincular em algum momento do seu governo o status de ministro do cargo de presidente do Banco Central.

O mercado se defende dessa percepção elevando as taxas dos DI em todos os prazos. Nos contratos mais curtos, com vencimento em 2011, o impacto é menor, mas se amplia nos prazos intermediários e longos.  "O mercado reage em alta porque antevê uma política fiscal mais frouxa no governo Dilma", disse Paulo Rebuzzi, da mesa de renda fixa da Ativa Corretora, "sem que a equipe de transição dê sinalização em contrário".

Ao término da negociação normal, o DI com vencimento em janeiro 2012 projetava taxa de 11,77% ao ano, de 11,66% no ajuste de sexta-feira, com 229.505 contratos negociados hoje; o DI de janeiro 2013 avançou a 12,35% ao ano, de 12,16% na sexta, com 243.140 contratos negociados; o DI de janeiro de 2014 subiu para 12,38% ao ano, de 12,14% na sexta, com 23.390 contratos. Nos DI mais longos, os avanços foram ainda maiores, chegando a 0,32 ponto porcentual nos contratos com vencimento em janeiro de 2021:  o DI de janeiro de 2017 subiu a 12,37%, de 12,05% na sexta-feira, com 27.920 contratos; e o DI de janeiro de 2021 foi a 12,41%, ante 12,09%, com 4.650 contratos.

Nos contratos curtos, o DI de abril de 2011 fechou a 10,84%, de 10,80% no ajuste de sexta-feira, com 247.945 contratos, e o de julho de 2011 a 11,17% ao ano, de 11,11%, com 82.415 contratos.

Segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo de hoje, a presidente eleita não convidou nem pretende convidar Meirelles a permanecer no comando do Banco Central. Na semana passada, Meirelles declarou que só permaneceria no cargo com garantias de autonomia da instituição e confirmou ter recebido convite da equipe de transição para discutir esta semana o futuro da autoridade monetária. O diretor de Normas do BC, Alexandre Tombini, aparece como o nome mais cotado para o cargo.

Mercado eleva estimativas para inflação em 2010 e 2011

Expectativa para o IPCA neste ano passou de 5,48% para 5,58%, enquanto a projeção para o ano que vem subiu de 5,05% para 5,15% 


O mercado financeiro elevou a previsão para a alta de preços acumulada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2010 e em 2011, conforme a pesquisa Focus, divulgada nesta segunda-feira, 22, pelo Banco Central (BC). A expectativa para a inflação em 2010 subiu de 5,48% para 5,58%, em um patamar ainda mais distante do centro da meta de inflação para o ano, que é de 4,50%. Já a estimativa para o IPCA em 2011 avançou de 5,05% para 5,15%.

No caso da inflação de curto prazo, o mercado subiu de 0,55% para 0,65% a previsão para o IPCA de novembro. Para a inflação de dezembro, a taxa prevista manteve-se em 0,50%, de acordo com a Focus.

A previsão para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) em 2010, segundo a pesquisa semanal Focus, não foi alterada. A estimativa para a expansão da economia neste ano segue em 7,60%. Para o ano que vem, a previsão para o PIB foi mantida em 4,50%. A estimativa para a produção industrial em 2010 caiu de 11,07% para 11,00%. Para o ano que vem, a projeção para a expansão da indústria subiu de 5,25% para 5,40%.

Juros e dólar

De acordo com a pesquisa Focus, os analistas também mantiveram a previsão para a Selic (a taxa básica de juros da economia) para o fim de 2010 e 2011. A estimativa para a Selic no fim deste ano permaneceu em 10,75%. No fim de 2011, em 12,00%.

Os analistas mantiveram o patamar esperado para o dólar no fim de 2010. A taxa de câmbio esperada para o fim de dezembro permaneceu em R$ 1,70. Para o fim de 2011, a expectativa para a moeda americana permaneceu em R$ 1,75. A previsão do câmbio médio no decorrer de 2010 seguiu em R$ 1,76 e do câmbio médio em 2011 permaneceu em R$ 1,74.

Contas externas

O mercado financeiro manteve as previsões para o déficit nas contas externas em 2010. A previsão para o déficit em conta corrente neste ano é de US$ 50 bilhões. Para 2011, a previsão de déficit em conta corrente do balanço de pagamentos subiu de US$ 68,00 bilhões para US$ 68,06 bilhões.

Já a previsão de superávit comercial em 2010 seguiu em US$ 16,00 bilhões. Para 2011, a estimativa para o saldo da balança comercial permaneceu em US$ 8 bilhões. Analistas não alteraram a estimativa de ingresso de Investimento Estrangeiro Direto (IED) em 2010, de US$ 30 bilhões. Para 2011, a previsão caiu de US$ 37,0 bilhões para US$ 36,0 bilhões.

Balança comercial tem superávit 33% menor em 2010, a US$ 15,2 bilhões

Na 3ª semana de novembro, a balança comercial brasileira registrou déficit de US$ 663 milhões


A balança comercial brasileira acumula superávit de US$ 15,283 bilhões em 2010, até a terceira semana de novembro. De acordo com dados divulgados nesta segunda-feira, 22, pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), o saldo é 33,1% inferior aos US$ 22,858 bilhões registrados no mesmo período do ano passado. No entanto, a corrente de comércio (soma das exportações e importações) chegou a US$ 335,551 bilhões, superando em 36,8% o total de US$ 246,478 bilhões apurado em igual período de 2009.

Até a terceira semana de novembro, as exportações totalizaram US$ 175,417 bilhões, com média diária de US$ 793,7 milhões, equivalentes a um crescimento de 30,8% ante a média diária de US$ 606,6 milhões registrada no mesmo período de 2009. Neste ano, as importações já chegam a US$ 160,134 bilhões, com média diária de US$ 724,6 milhões, valor 43,9% superior à média diária de US$ 503,6 milhões registrada em igual período do ano passado.

3ª semana de novembro

A balança comercial brasileira registrou déficit de US$ 663 milhões na terceira semana de novembro. Entre os dias 15 e 21, as exportações somaram US$ 3,268 bilhões, com média diária de US$ 817 milhões, enquanto as importações chegaram a US$ 3,931 bilhões, com média de US$ 982,8 milhões, valor recorde para as compras brasileiras no exterior em uma semana.

No acumulado do mês até a terceira semana, a balança comercial brasileira tem superávit de US$ 662 milhões. Nos 13 primeiros dias úteis de novembro, as exportações totalizaram US$ 12,108 bilhões e as importações, US$ 11,446 bilhões. Em relação à média diária de embarques de novembro do ano passado, houve crescimento de 47,2%, enquanto ante outubro deste ano o aumento foi de 1,3%. Nas importações, o valor foi 46,2% superior à média registrada no mesmo mês de 2009 e 6,5% superior ao apurado em outubro de 2010.

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Fonte:
Ag. Estado

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