Brasil poderá dobrar a produção agrícola sem desmatar, diz Kátia Abreu

Publicado em 08/12/2010 12:27 e atualizado em 08/12/2010 16:06

“Uma das maiores potências do mundo está dando um passo gigantesco, unindo seu setor produtivo, governamental e científico, para que se possa duplicar a produção de alimentos sem desmatar”, disse a senadora Katia Abreu, presidente da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), durante lançamento do projeto Biomas no Espaço Brasil, durante a Conferência das Partes sobre o Clima (COP-16), da Organização das Nações Unidas (ONU), em Cancun, no México. Também esteve presente o pesquisador Gustavo Curcio, coordenador técnico do projeto, da Embrapa Florestas.

Curcio afirmou que a árvore pode se traduzir num elemento crucial para vitalizar o uso da propriedade rural, trazendo benefícios socioeconômicos e socioambientais, além de gerar subsídios científicos para embasar o aprimoramento da legislação ambiental brasileira. A senadora Kátia Abreu afirmou que o projeto, por meio do qual serão estudados seis biomas brasileiros, funcionará como seis vitrines tecnológicas para os proprietários rurais, que poderão escolher o melhor para a sua propriedade, a partir de exemplos reais já colocados em prática. “Agora os produtores poderão produzir com segurança, tendo a certeza e o embasamento científico de que não farão mal ao meio ambiente”, constata a senadora Kátia. Segundo ela, o projeto Biomas dará as respostas e as diretrizes para que o Brasil possa dobrar a produção de alimentos sem derrubar uma árvore sequer. “Pelo contrário, introduzirá o componente arbóreo para a recuperação de áreas sensíveis e vitalização da produção rural."

Durante o debate foi perguntado se a mudança do Código Florestal causaria mais desmatamento. A senadora reiterou a posição da CNA, dizendo que em seu entendimento o projeto que tramita no Congresso em nenhum momento permite o avanço do desmatamento. Ele apenas libera as pequenas propriedades de manter a reserva legal, mas não permite que se destrua o remanescente de qualquer mata nativa. Carlos Rivaci Sperotto, vice-presidente da CNA e presidente da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Sistema Farsul), disse que se o Código Florestal não for alterado a maioria dos produtores de arroz do Rio Grande do Sul, que possuem suas plantações nas várzeas de rios, estará produzindo ilegalmente.

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CNA

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2 comentários

  • Telmo Heinen Formosa - GO

    Dona Kátia e demais da CNA, este tipo de "confissão" é um reconhecimento de culpa. É enganar-se a si mesmo. Dobrar a produção sem desmatar? Só se plantar tudo com milho e colher 8.000 kg/ha de média. Vejamos... 37 milhões de hectares que temos X 8,0 t = 296 milhões de toneladas que é o dobro das 148 milhões a serem colhidas agora. Pode conferir: O Brasil ocupa apenas 37 milhões de hectares de área fisica com plantio de grãos. É a maior lorota a afirmação recorrente de que podemor cultivar mais 100 milhões de hectares "sem derrubar uma árvore".... É verdade, teremos que derrubar milhões delas... E quem ainda não desmatou a parte que pode derrubar legalmente? Por que os ambientalistas não revindicam a legalização do uso do solo urbano, é lá que o pessoal sente mais calor, é lá que precisa de árvores para fazer sombra!

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  • Paulo Renato Coelho Sinop - MT

    Gostaria que alguem me explicasse cientificamente, onde está o problema em desmatar, se não é a mata que controla o clima e sim os oceanos. Se as matas existem por causa das chuvas e não as chuvas por causa das matas. Se já esta provado que o CO2 não eleva a temperatura, e sim a temperatura elevada é que libera CO2 na atmosfera. Se os paises "desenvolvidos" já removeram toda sua mata e não cogitam o reflorestamento.

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