Premiê chinês confia em controle inflacionário após alta nos juros

Publicado em 26/12/2010 10:34
O Banco Central da China anunciou ontem alta de 0,25 ponto percentual nas taxas de juros para empréstimos e depósitos. Em um ano, esses índices chegarão a 5,81% e 2,75%, respectivamente. Com isso, o governo acredita que conterá a inflação e controlará os empréstimos bancários.


O governo chinês conseguirá manter a inflação sob controle, disse neste domingo o primeiro-ministro Wen Jiabao, um dia após o banco central elevar a taxa de juros. Ele também prometeu acelerar os esforços para frear o aumento dos preços na habitação.

Medidas tomadas na semana passada, entre elas apertos financeiros e controles administrativos para combater a especulação, começaram a produzir resultados, afirmou Wen.

O Banco do Povo da China elevou a taxa de juros no dia de Natal. Foi o segundo aumento em pouco mais de dois meses, em um momento no qual Pequim endureceu sua batalha contra a inflação.

Analistas disseram que o aumento mostrou que medidas como elevar as exigências de reservas dos bancos para controlar a liquidez não eram suficientes, e que as autoridades chinesas estavam determinadas em manter a inflação sob controle.

"Aumentamos a proporção das exigências de reservas por seis vezes consecutivas e elevamos as taxas de juros por duas oportunidades para absorver a liquidez em excesso no mercado e mantê-la em um nível aceitável para apoiar o desenvolvimento econômico", afirmou Wen em transmissão em uma emissora de rádio estatal, um dia após a elevação nos juros.

"Acredito que podemos manter os preços em um nível aceitável por meio dos nossos esforços. Como um importante líder do governo, tenho a responsabilidade e a confiança também," disse Wen em comentários publicados no website www.cnr.cn.

O aumento da taxa de juros ocorreu depois de Pequim ter dito, neste mês, que estava mudando o foco para uma política monetária "prudente". Antes, a postura era de "liberdade moderada."

"O aumento da taxa mostra que a China está aumentando a sua velocidade para normalizar suas políticas monetárias," afirmou Ba Shusong, economista do Centro de Pesquisas do Desenvolvimento, sob o comando do Conselho do Estado, o gabinete do país.

As autoridades chinesas têm insistentemente salientado a importância de se antecipar nas questões do controle da inflação. "A expectativa de inflação é pior do que a inflação propriamente dita", afirmou Wen à radio.

"Onde há inflação, devemos estabelecer a confiança, conhecer nossos pontos vantajosos e tomar medidas vigorosas e decisivas de maneira oportuna para conter o aumento dos preços."

O banco central disse na sexta-feira que iria tomar uma série de medidas para conter as pressões inflacionárias e as bolhas de ativos.

A China também intensificou suas medidas de aperto habitacional em abril e setembro para tentar impedir a elevação dos preços imobiliários.

"Até agora, as medidas não foram implementadas bem o suficiente, e vamos reforçar nossos esforços em duas frentes," revelou Wen.

O governo planeja construir 10 milhões de unidades residenciais a preços baixos em 2011, contra meta de 5,8 milhões neste ano.

A China elevará esforços para conter a especulação no mercado imobiliário, principalmente por meio de políticas monetárias e um uso restrito da terra, afirmou Wen, sem dar maiores detalhes.

As bolsas chinesas caíram quase 10 por cento desde meados de novembro, devido a temores sobre se o governo endureceria sua política monetária para conter a inflação.

Contudo, analistas sugeriram que o mercado de ações da China pode subir na segunda-feira, devido ao otimismo sobre o panorama geral dos índices para 2011.

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Fonte:
Terra

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