Grãos devem seguir trajetória de alta na Bolsa de Chicago
Além disso, a decisão dos produtores norte-americanos sobre quais culturas optarão - o que caracteriza a briga por área principalmente entre a soja e o milho - dependem do quão altos estarão os preços de ambas as commodities. Este fato deve continuar atuando como fator de sustentação às cotações.
A maior parte dos analistas pesquisados pela agência Bloomberg apostaram em mais dias de alta tanto para o cereal quanto para a oleaginosa. Na semana passada, a alta registrada pelo milho já era esperada pelos traders. Porém, a baixa no mercado da soja foi vista com surpresa pelos analistas.
Bolsa de Chicago
Nesta segunda-feira, o mercado da soja se mostra bastante volátil. No início da manhã os futuros operaram em queda, depois se recuperaram. Porém, no fim da sessão, voltaram a trabalhar do lado negativo da tabela. O pregão eletrônico encerrou em terreno misto.
Segundo Ricardo Lorenzet, da XP Investimentos, "a oleaginosa permanece pressionada devido ao quadro fundamental de curto prazo mais fraco atrelado à expectativa de retração da demanda pela soja norte-americana, boas condições das lavouras da América do Sul, além da firmeza do dólar".
Trigo
Seguindo esse bom momento dos grãos, o preço do trigo avança em Chicago e também em Zhengzhou, na China, onde registrou preços recordes. As cotações são sustentadas pelo aumento da demanda e pela especulação de que uma seca no país asiático está danificando as plantações.
As nevascas que caíram nas principais regiões produtoras da China não conseguiram aliviar a seca, e a estiagem provavelmente afetará as culturas, disse Chen Lei, vice-diretor do Centro de Controle de Dilúvio e Combate à Seca da nação.
O Egito, maior importador do grão, e Bangladesh anunciaram propostas de interesse no trigo na semana passada, e os fundos de hedge aumentaram suas apostas de alta do trigo para as máximas em mais de três anos.
“Notícias de possíveis danos na safra aliados a meses de seca nas principais áreas produtoras da China são a principal razão para a alta dos preços”, disse Carsten Fritsch, analista do Commerzbank em Frankfurt. "Embora a situação possa melhorar significativamente com as nevascas e chuvas previstas, as preocupações estão determinando o quadro atualmente", completou.