À espera de preços melhores, fumicultores atrasam entrega do produto no Rio Grande do Sul
De acordo com a Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Tabaco, apenas 20% da produção no Sul foi repassada às indústrias até agora. No ano passado, nesse mesmo período, o volume vendido já chegava a 30%. O presidente da Câmara, Romeu Schneider, destaca que o câmbio desfavorável e a alta produtividade da safra, de cerca de duas toneladas por hectare, são os principais fatores para esse resultado negativo. A classificação tem sido usada pela indústria para baixar o preço pago ao produtor.
– Nos últimos 10 anos, as indústrias vinham sendo mais tolerantes na classificação. Como a diferença de preço entre uma classe de tabaco e outra é grande, o produtor é que acaba pagando pela desclassificação – explica Schneider.
Apreensivo, José Armando Kroth, 46 anos, prepara na sua propriedade, no interior de Santa Cruz do Sul (RS), o fumo que deverá ser comercializado a partir desta semana.
– Os produtores estão reclamado bastante. Espero ter um preço melhor, se não terei de reduzir a produção na próxima safra – avalia Kroth.