Usineiros de Mato Grosso aguardam R$ 1,1 bilhão para renovar canaviais

Publicado em 22/03/2011 07:33
Com 60% dos canaviais necessitando de renovação, a indústria sucroalcooleira de Mato Grosso aguarda com urgência a aprovação de uma linha de crédito no valor de R$ 1,1 bilhão para socorrer o setor. De acordo com os estudos, em média um canavial leva até cinco anos sem a necessidade de rotação para alcançar uma boa produtividade média.

Entretanto, este prazo está praticamente no limite e as plantações entram para a sua última safra com a necessidade de renovação. “Sem a erradicação do canavial velho e a utilização da área para plantio de outra cultura por pelo menos uma safra, a produtividade cai drasticamente, tornando o investimento inviável”, aponta o diretor- executivo do Sindicato das Indústrias Sucroalcooleiras de Mato Grosso (Sindálcol), Jorge dos Santos. Em média, segundo ele, o custo do plantio de um hectare de cana-de-açúcar vai de R$ 4 mil a R$ 5 mil. O custo varia de acordo com o solo e clima de cada região.

A proposta de criação de uma linha de crédito específica para a renovação de canaviais foi encaminhada em nível nacional e aguarda aprovação em Brasília. “Os usineiros estão na expectativa, pois o setor trabalha com uma margem apertada e não dispõe de recursos próprios”. Segundo o executivo, em Mato Grosso, 80% das usinas precisam de financiamentos. “Hoje as usinas estão trabalhando com o crédito rural normal. O que queremos é uma linha diferenciada, com carência de dois anos, taxas de juros compatíveis e prazo de até 120 meses para pagamento”, explicou Santos.

Os usineiros entendem que o ideal seria a renovação gradual da área, em uma proporção de 20% a cada ano. “A nossa atividade é intensiva de capital e mão-de-obra, por isso estamos brigando por esta linha de crédito”, frisou o diretor do Sindálcool. Nesta safra Mato Grosso plantou cerca de 220 mil hectares de cana-de-açúcar, com incremento de 10% em relação à safra anterior (200 mil hectares).

Entretanto, apesar da expansão da área, os investimentos, principalmente na construção de novas usinas e destilarias, estão suspensos desde 2009, quando o setor foi duramente impactado pela crise de liquidez, após dois anos de receita em queda pelos preços não remuneradores de açúcar e etanol.

ESTOQUE - No ano passado, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) chegou a obter autorização do Conselho Monetário Nacional (CMN) para começar a operar uma nova linha de financiamento para a formação de estoques de etanol. O Banco oferecerá R$ 2,4 bilhões em crédito, que serão repassados em operações indiretas, intermediadas por instituições financeiras. O objetivo é criar um mecanismo capaz de diminuir a volatilidade do preço do etanol com a queda na produção durante a entressafra.

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Diário de Cuiabá

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