Desperdício com carga perdida à beira das rodovias preocupa
No Paraná, ao longo do caminho até os armazéns e portos, basta uma frestinha para deixar para trás parte da carga que acaba de sair do campo.
No Paraná é a soja, recém-colhida, que espalha pelas rodovias. Prejuízo para quem produz e para quem transporta também. O caminhoneiro César Alencar conta que o valor que falta é descontado do frete.
Só quem ganha com isso são os pombos, que encontram no asfalto, um banquete diário. E ainda sobra muita produção para ser retirada da estrada. Com vassouras e pás, a turma da limpeza faz uma colheita e tanto.
A colheita no asfalta é feita pelo menos duas vezes por semana e vai continuar nesse ritmo até o fim da safra. Nesse período, a turma da limpeza vai tirar da beira da estrada sacas e sacas de soja. Como ela vem misturada com muita sujeira, o destino de toda a produção é o lixo.
No Brasil não há dados concretos do quanto se joga fora a cada safra agrícola. Algumas estimativas do IBGE e Embrapa apontam perdas que da colheita até a armazenagem podem chegar a 10% da produção nacional. Só no campo, durante a colheita de soja, o desperdício no país, chega a duas sacas por hectare. “Com a orientação dos operadores e máquinas mais antigas, as perdas têm caído sensivelmente na região do corredor de produção da soja”, disse
Joaquim Girardi, agrônomo da Emater.