Coleta de embriões sem cirurgia em caprinos e ovinos

Publicado em 12/07/2011 11:35
A coleta de embriões em ruminantes através de cirurgia é um procedimento utilizado por muitos produtores rurais, mas esse sistema pode provocar danos aos animais, como aderências e morte. Para acabar com esse problema um procedimento não cirúrgico, foi desenvolvido pela Embrapa Caprinos e Ovinos em parceria com a Embrapa Gado de Leite especificamente para pequenos ruminantes, como caprinos e ovinos. O processo é composto por um circuito e uma sonda que trabalham em conjunto, formando um sistema de uso veterinário para coleta de embriões via transcervical.

Segundo Jeferson da Fonseca, pesquisador da Embrapa Caprinos e Ovinos, o circuito é acoplado a uma sonda que é passada pelo canal cervical e atinge, dessa forma, o útero do animal. Dentro do processo de coleta, o líquido é injetado dentro útero e retorna trazendo os embriões que por ventura estejam dentro do útero.
 
Esse equipamento foi desenvolvido em função da demanda do mercado de caprinos e ovinos, sobretudo porque todo o material utilizado anteriormente era voltado para vacas. Portanto, o diâmetro e os tamanhos eram inadequados para a anatomia específica dos pequenos ruminantes — afirma o pesquisador.
 
Em função disso, os coeficientes de rigidez e de flexibilidade das sondas, assim como o posicionamento e número de furos foram ajustados. Como o circuito foi desenvolvido para atender as peculiaridades dos pequenos ruminantes, a quantidade de líquido injetada passa a ser controlada via seringa.

O primeiro ponto forte desse sistema é a melhoria de produtividade e, além disso, o bem estar dos animais, uma vez que esse procedimento não é cirúrgico, diferentemente de procedimentos adotados mundialmente. Isso porque a cirurgia gera riscos, como aderências e até a morte do animal — explica Fonseca.

Para ele, o sistema proporciona melhoria tanto na produtividade animal, pois pode ser realizado até dez vezes, ao contrário do procedimento cirúrgico, que só pode ser realizado até três vezes. Além disso, ele promove maior eficiência e controle durante o procedimento, recuperando 99% do líquido injetado dentro do útero, de acordo com o pesquisador, que fala ainda sobre alguns cuidados durante a coleta.

Durante a coleta dos embriões, deve-se ter cuidado com a não abertura do líquido para o ambiente externo, evitando assim que sejam levados contaminantes do meio para dentro do útero do animal — orienta.

Esses equipamentos estão em fase final de licitação e devem ser disponibilizados a partir do segundo semestre desse ano de 2011. Segundo o pesquisador, há perspectivas de que eles sejam adotados mundialmente, tornando o procedimento totalmente não cirúrgico.

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Portal Dia de Campo

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