Estresse hídrico uniformiza florada do cafezal
Publicado em 23/09/2011 17:55
por Flávia Bessa e Juliana Caldas, da Área de Comunicação & Negócios da Embrapa Café
Como
utilizar o período seco em benefício da cafeicultura? Buscando
respostas para essa pergunta pesquisadores Embrapa Cerrados, instituição
participante do Consórcio Pesquisa Café, cuja programação de pesquisa é
coordenada pela Embrapa Café, descobriram a técnica do estresse hídrico
para paralisar e sincronizar o desenvolvimento das gemas do cafeeiro
por um período de tempo. O resultado é a uniformização e exuberância da
florada e a maturação dos cafeeiros no Cerrado para aumentar a qualidade
e a produtividade do café na região. Após ficar 72 dias submetida ao
processo de estresse hídrico, ou seja, sem irrigação no auge do período
de seca, a plantação de café irrigado localizada no campo experimental
da Embrapa Cerrados, chegou ao auge de sua floração na última
sexta-feira, 16 de setembro, quando foi realizado o dia de campo
interno.
“Suspendemos
a irrigação em 24 de junho e retomamos no dia 4 de setembro. De dez a
14 dias depois, a floração ocorre de maneira uniforme. Dessa forma, os
grãos cereja (que possuem maior valor no mercado) aparecem ao mesmo
tempo, o que aumenta a qualidade do café”, explica o pesquisador da
Embrapa Cerrados, Antônio Guerra. Segundo ele, com essa tecnologia é
registrado um aumento de produtividade em torno de 15%, devido ao melhor
enchimento de grãos e redução dos defeituosos. “E quando se trata de
qualidade, o ganho é ainda maior. O aumento de frutos cereja passa de
35%, sem a utilização da tecnologia, para 85%. Isso proporciona uma
melhor qualidade do produto, tanto no aspecto físico, quanto na
qualidade da bebida”. A orientação anterior era de que o café deveria
ser irrigado durante todo o ano, isso fazia com que a produção de frutos
ficasse desuniforme. “Com a paralisação da irrigação, o desenvolvimento
das gemas é sincronizado. Assim, quando a irrigação é reiniciada, a
floração ocorre ao mesmo tempo”, reforça.
Além
dos ganhos em qualidade e produtividade, o pesquisador enfatiza que se
trata de uma tecnologia de custo negativo. “A economia de água e energia
na irrigação chega a 35%. E o produtor deixa de usar a água justamente
no momento em que ela está sendo mais exigida por outras culturas, por
conta do período da seca”. Além disso, ele explica que o custo de
produção também é reduzido, já que a colheita do café é feita uma única
vez. “A redução do número de horas/máquina é de cerca de 40%”.
Essa
tecnologia obtida a partir das pesquisas sobre o uso na cafeicultura
irrigada de estresse hídrico para uniformização da florada e da
maturação dos grãos já está sendo validada em unidades montadas em
fazendas localizadas na Bahia, Goiás, Minas Gerais, Espírito Santo, além
do Distrito Federal. “Já são onze anos de pesquisas. Mais de 100
unidades de validação foram conduzidas. Esse pacote tecnológico já está
no forno”, conta.
Opinião dos participantes –
O analista de informática da Embrapa Café Ricardo Abu Hana considerou
importante conhecer a pesquisa. “Acredito que como tenho pouco tempo de
empresa, ter participado deste dia de campo me ajudou a entender melhor o
trabalho da minha unidade e do Consórcio Pesquisa Café”. A analista da
área de administração da Embrapa Café Érica Torres valorizou a
iniciativa e a possibilidade de participar do evento. “Porque colabora
para que tenhamos uma visão mais geral do nosso trabalho e reforçar
ainda mais sua importância, além de propiciar o conhecimento do processo
de produção de café. Além disso, me chamou bastante atenção a beleza e o
cheiro da florada”. A farmacêutica da Embrapa Cerrados Fernanda
Starling, que trabalha na área de qualidade dos laboratórios, estava
bastante satisfeita com as informações recebidas sobre a pesquisa. “É
uma forma de integrar as equipes e de ver, na prática, como a tecnologia
funciona no campo, o que nos fornece informações valiosas para o nosso
dia a dia de trabalho.
Vietnã inicia vendas da nova safra com 40 mil t p/ dez-jan
Vietnã inicia vendas da nova safra com 40 mil t p/ dez-jan
Gabriela Mello, da Agencia Estado
O
Vietnã iniciou as vendas da nova safra de café, com cerca de 40 mil
toneladas, ou 666,6 mil sacas de 60 quilos cada, comercializadas até
agora para entrega em dezembro e janeiro, quase metade da quantia
vendida em igual período do ano passado, disseram executivos nesta
sexta-feira.
Alguns
compradores aguardam por descontos maiores nos contratos futuros
janeiro e março na Bolsa de Londres (Liffe), prevendo que aumentarão
para cerca de US$ 120 a tonelada, assim que a colheita ganhar ritmo até
novembro, ante US$ 50 a US$ 60 por tonelada atualmente, de acordo com as
fontes.
As
compras também estão lentas devido aos temores de não receberem as
entregas e à expectativa de uma safra abundante, disse um executivo de
Cingapura. Participantes da indústria estimam a produção vietnamita no
ano comercial 2011/12 em 21 milhões de sacas de 60 quilos cada, alta de
14% ante 2010/11.
Além
disso, os vendedores não estão interessados em assinar acordos em
níveis de preço tão baixos, afirmou um executivo de Ho Chi Minh.
Exportadores vietnamitas atrasaram ou descumpriram embarques de quase
100 mil toneladas de café em 2010/11, conforme o avanço dos preços
internos tornou mais difícil comprar grãos e honrar compromissos de
exportação, de acordo com executivos. As informações são da Dow Jones.
Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Fonte:
Embrapa Café/CNC