Andef: Posicionamento sobre o uso de tecnologias na produção de alimentos

Publicado em 27/09/2011 08:08
É necessária uma reflexão entre todos aqueles seriamente preocupados com o desenvolvimento sustentável brasileiro e mundial. A população do planeta chegará a 9 bilhões de pessoas em 2050. Alimentar essas pessoas com carne, fibras e verduras exigirá o aumento da produção e qualidade agrícola em níveis muito superiores aos que assistimos hoje. Além disso, o aumento de produção enfrentará os desafios de um clima cada vez mais instável e a limitação da expansão das áreas plantadas.

A produção agrícola moderna, com alto uso de tecnologia, tem se mostrado a resposta mais eficiente e segura de garantir aos consumidores a disponibilidade crescente de alimentos baratos e saudáveis. O Brasil se tornou reconhecido, mundialmente, como o melhor exemplo desse fato.

O País é o terceiro maior exportador do agronegócio mundial. A produtividade de grãos e oleaginosas cresceu 147% nos últimos 30 anos e chegou a 159 milhões de toneladas em 2010. O setor contribuiu atualmente com 22% do PIB nacional.

Apesar desta importância, para o País e para o mercado mundial, a competitividade agrícola brasileira com base nas modernas tecnologias na produção de alimentos vem sendo alvo de infundados ataques. No momento, é o que se observa com as críticas aos defensivos agrícolas por movimentos sociais, que criaram a 'Campanha Permanente Contra o Agrotóxico'. Exemplo desta infundada campanha contra as tecnologias na produção de alimentos é o documentário intitulado 'O veneno está na mesa'. Tais críticas têm sido prontamente esclarecidas.

O uso dos defensivos nas plantações evita a perda de 40% dos alimentos que atualmente chegam aos consumidores, segundo estudos da FAO. No Brasil, de acordo com o Dieese, esse aumento de produtividade permitiu a redução de 50% dos preços da cesta básica no Brasil desde a década de 1970 - portanto, beneficiando diretamente a população. Do ponto de vista da sustentabilidade, os defensivos são imprescindíveis para a garantia da produtividade, qualidade das culturas e, portanto, de sua rentabilidade; ou seja, são ferramentas indispensáveis para a produção sustentável de alimentos e fibras. Possibilitam, ainda, aos agricultores, cultivarem mais por unidade de área, o que reduz as pressões sobre vegetações nativas; portanto, com maior conservação dos recursos naturais.

A extensão geográfica do Brasil e o predomínio das condições climáticas tropicais permitem a produção de até três safras por ano. Ao mesmo tempo, porém, favorecem a incidência de maior número e tipos de pragas e doenças nas lavouras, que não possuem a proteção natural das baixíssimas temperaturas - casos dos países produtores localizados no hemisfério Norte, como Europa e Estados Unidos.

Os defensivos agrícolas são regulamentados e registrados por órgãos governamentais antes de irem ao mercado. No Brasil, a Agência Nacional da Vigilância Sanitária, Anvisa; o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente, IBAMA; e o Ministério da Agricultura são responsáveis por analisar e autorizar, sob os aspectos toxicológico, ambiental e agronômico, os registros de novos defensivos agrícolas.

Para proteger a saúde dos consumidores, a legislação exige estudos toxicológicos que permitem avaliar os riscos agudos e crônicos no uso dessas substâncias, além de determinar os Limites Máximos de Resíduos, para cada cultura, bem como determinar a Ingestão Diária Aceitável (IDA), valor considerado seguro, sendo uma medida utilizada mundialmente para a ingestão de qualquer substância química. A IDA é um índice 100 vezes menor que a dose que não produz efeito adverso em estudos realizados com animais de laboratório.

Esta garantia científica é confirmada pelo médico toxicologista Ângelo Zanaga Trapé, professor-doutor da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de Campinas, Unicamp, em entrevista à rádio CBN (24.06.10): 'Tenho 30 anos de trabalho em clínica pública de saúde e, em todos esses anos, jamais detectei um caso de intoxicação alimentar por essas substâncias', atesta o toxicologista.

A educação do agricultor é fundamental para que sejam aprimoradas as boas práticas no campo. No Brasil, ela foi de responsabilidade, até 1990, da Empresa Brasileira de Assistência Técnica e Extensão Rural, Embrater. No entanto, naquele ano, o governo federal extinguiu a empresa e o serviço vem sendo mantido, nos estados, pelas Emater, empresa de extensão rural vinculados às secretariais de agricultura e, em todo o país, pela iniciativa privada.

As empresas filiadas à Associação Nacional de Defesa Vegetal, Andef, têm realizado inúmeras ações de educação para a aplicação segura dos defensivos, o uso dos equipamentos de proteção individual, EPI, e a conscientização socioambiental. Em 2010, os cursos alcançaram cerca de 3,4 milhões de agricultores, técnicos e trabalhadores rurais. Entre 2005 e 2010, registraram o resultado expressivo de 7,4 milhões de pessoas capacitadas.

Outro trabalho exemplar realizado pela indústria do setor no Brasil é realizado por meio do InpEV, Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias, criado e mantido pelas empresas. O InpEV recolhe e destina, de forma ambientalmente correta, 95% das embalagens vazias - o maior índice mundial no setor.

Dessa forma, a ANDEF reitera seu firme empenho, juntamente com demais entidades do agronegócio do País, em construir uma agricultura fortalecida, caminho-chave para uma nação econômica e socialmente desenvolvida.

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Fonte:
Andef

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1 comentário

  • MOYSES GALVÃO VEIGA Vitória - ES

    Boa noite!

    Que beleza hein!!

    Mas... sei não... porque segundo recente relatório da Agência Internacional para Pesquisa em Câncer (IARC)/OMS (World Cancer Report 2008), o impacto global do câncer mais que dobrou em 30 anos. Estimou-se que, no ano de 2008, ocorreriam cerca de 12 milhões de casos novos de câncer e 7 milhões de óbitos. O contínuo crescimento populacional, bem como seu envelhecimento, afetará de forma significativa o impacto do câncer no mundo. Esse impacto recairá principalmente sobre os países de médio e baixo desenvolvimento. A IARC/OMS estimou que, em 2008, metade dos casos novos e cerca de dois terços dos óbitos por câncer ocorrerão nessas localidades.

    Neste cenário, torna-se fundamental que os recursos e esforços sejam direcionados no sentido de orientar as estratégias de prevenção e controle de câncer. O estabelecimento de medidas efetivas para o controle do câncer pressupõe informações de qualidade sobre a distribuição de incidência e mortalidade, possibilitando assim melhor compreensão sobre a doença e seus determinantes; formulação de hipóteses causais; avaliação dos avanços tecnológicos aplicados à prevenção e tratamento, bem como a efetividade da atenção à saúde. Um sistema de vigilância estruturado fornece informações sobre a magnitude e o impacto do câncer, como também sobre a efetividade de programas de controle de câncer, bem como a avaliação de seu desempenho. Os registros de câncer (de base populacional e hospitalares) são parte desse sistema de vigilância.

    A utilização das informações sobre mortalidade, em função de sua abrangência e disponibilidade, tem sido utilizada para descrever a magnitude e o impacto do câncer. Essa estratégia, entretanto, não expressa a real compreensão da magnitude do problema, uma vez que existem diferenças importantes, entre os vários tipos de câncer, em função da letalidade e da sobrevida. Para os tumores de maior letalidade, a mortalidade permite uma aproximação do que seria a incidência, o que não acontece com aqueles de melhor prognóstico, como é o caso dos tumores de pele não melanoma, mama feminina, colo do útero, cólon e reto e próstata.

    Em 2008, a IARC/OMS estimou que ocorreriam 12,4 milhões de casos novos e 7,6 milhões de óbitos por câncer no mundo. Destes, os mais incidentes foram o câncer de pulmão (1,52 milhões de casos novos), mama (1,29 milhões) e cólon e reto (1,15 milhões). Devido ao mau prognóstico, o câncer de pulmão foi a principal causa de morte (1,31 milhões), seguido pelo câncer de estômago (780 mil óbitos) e pelo câncer de fígado (699 mil óbitos). Para América do Sul, Central e Caribe, estimou-se em 2008 cerca de um milhão de casos novos de câncer e 589 mil óbitos. Em homens, o mais comum foi o câncer de próstata, seguido por pulmão, estômago e cólon e reto. Nas mulheres, o mais frequente foi o câncer de mama, seguido do colo do útero, cólon e reto, estômago e pulmão (WORLD CANCER REPORT, 2008).

    No Brasil, as estimativas, para o ano de 2010, serão válidas também para o ano de 2011, e apontam para a ocorrência de 489.270 casos novos de câncer. Os tipos mais incidentes, à exceção do câncer de pele do tipo não melanoma, serão os cânceres de próstata e de pulmão no sexo masculino e os cânceres de mama e do colo do útero no sexo feminino, acompanhando o mesmo perfil da magnitude observada para a América Latina.

    Em 2010, são esperados 236.240 casos novos para o sexo masculino e 253.030 para sexo feminino. Estima-se que o câncer de pele do tipo não melanoma (114 mil casos novos) será o mais incidente na população brasileira, seguido pelos tumores de próstata (52 mil), mama feminina (49 mil), cólon e reto (28 mil), pulmão (28 mil), estômago (21 mil) e colo do útero (18 mil)(Figura 1).

    Os tumores mais incidentes para o sexo masculino (Tabela 4) serão devidos ao câncer de pele não melanoma (53 mil casos novos), próstata (52 mil), pulmão (18 mil), estômago (14 mil) e cólon e reto (13 mil). Para o sexo feminino (Tabela 5), destacam-se os tumores de pele não melanoma (60 mil casos novos), mama (49 mil), colo do útero (18 mil), cólon e reto (15 mil) e pulmão (10 mil).

    A distribuição dos casos novos de câncer segundo localização primária mostra-se heterogênea entre Estados e capitais do país; o que fica em evidência ao observar-se a representação espacial das diferentes taxas brutas de incidência. As regiões Sul e Sudeste, de maneira geral, apresentam as maiores taxas, enquanto que as regiões Norte e Nordeste mostram as menores taxas. As taxas da região Centro-Oeste apresentam um padrão intermediário.

    Diante desse cenário, fica clara a necessidade de continuidade em investimentos no desenvolvimento de ações abrangentes para o controle do câncer, nos diferentes níveis de atuação, como: na promoção da saúde, na detecção precoce, na assistência aos pacientes, na vigilância, na formação de recursos humanos, na comunicação e mobilização social, na pesquisa e na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS).

    A publicação Estimativa 2010: Incidência de Câncer no Brasil, com atualização bienal, conserva seu objetivo de subsidiar gestores e planejadores na área da saúde com informações atualizadas sobre o número de casos novos esperados de câncer. Especial agradecimento a todos os Registros de Câncer de Base Populacional (RCBP) que contribuíram para que esta análise se concretizasse e fosse conquistado o desejável acréscimo de qualidade e atualidade das informações.

    Pesquisa aponta relação entre câncer e agrotóxicos. Pesquisa de doutorado realizada na Faculdade de Ciências Médicas (FCM) aponta para uma relação entre cânceres hematológicos e a utilização de agrotóxicos, na região Sul de Minas Gerais. Trata-se de um dos poucos estudos feitos no Brasil sobre o assunto. "Em geral, a bibliografia foca em pesquisas realizadas em outros países. No Brasil, a abordagem sobre o câncer é ligada, principalmente, à mortalidade" revela a médica sanitarista Jandira Maciel da Silva, que obteve o título de doutora em Saúde Coletiva, sob a orientação do professor Heleno Rodrigues Corrêa Filho. Segundo a médica sanitarista, sua principal motivação para desenvolver o estudo seria a preocupação dos trabalhadores rurais com relação à exposição aos agrotóxicos. Nas regiões estudadas, a cafeicultura e a bataticultura, entre outras, utilizam as mais diversas substâncias para combater pragas e doenças. Para o estudo, Jandira aplicou questionário em uma população de 149 portadores dos três tipos de câncer hematológico: leucemias, linfomas e mieloma múltiplo. "Recorri às informações contidas na autorização de procedimentos de alta complexidade oncológica da região para identificar os casos e prontuários médicos que confirmavam os diagnósticos", explica. Também aplicou as mesmas questões para um grupo não-portador de cânceres hematológicos, composto por 161 moradores da região e usuários dos serviços médicos e ambulatoriais locais.

    As perguntas envolviam, basicamente, características do estilo de vida, atividades ocupacionais realizadas até o momento do diagnóstico e hábitos de tabagismo e álcool. "A relação mais forte encontrada nas comparações dos dados foi referente à exposição a agrotóxicos, tanto no preparo como na aplicação destes produtos". Foi observada também correlação, de menor intensidade, na manipulação de solventes orgânicos. Jandira explica que há contradições na literatura científica com relação a apontar o uso de agrotóxico como fator de risco ocupacional para cânceres hematológicos, o que contribui para que este tipo de estudo seja alvo de muitas polêmicas. Por isso, a médica defende a necessidade de mais estudos e pesquisas que avaliem os impactos causados pela exposição ocupacional aos agrotóxicos sobre a saúde humana de modo geral e em relação aos cânceres, de forma particular.

    Fonte: http://pt.shvoong.com/humanities/1690570-pesquisa-aponta-rela%C3%A7%C3%A3o-entre-c%C3%A2ncer/#ixzz1a8rEcgFP

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