Bolsas europeias sobem com possível plano para capitalizar bancos

Publicado em 05/10/2011 10:15 e atualizado em 05/10/2011 14:01
As bolsas europeias registraram o primeiro dia de alta após quatro baixas consecutivas, com os investidores reagindo a uma reportagem do Financial Times (FT) divulgada no fim da tarde de ontem, informando que os reguladores da zona do euro estudam uma ação coordenada para recapitalizar os bancos da região.

A chanceler alemã Angela Merkel manifestou hoje que pode apoiar um movimento amplo da Europa para recapitalizar os bancos no continente se tais ações forem consideradas necessárias.

Também colaborou para o clima positivo do mercado a declaração dada hoje pelo chefe do Departamento Europeu do Fundo Monetário Internacional (FMI), Antonio Borges, de que o Fundo pode ajudar o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (EFSF, na sigla em inglês) a apoiar os mercados de bônus na Itália e Espanha, que se encontram pressionados.

Ele comentou que o FMI pode "investir junto" com o EFSF quando comprar bônus da Itália e Espanha, dois países que viram disparar seus custos de financiamento, e que o FMI pode conceder linhas de crédito preventivas a ambos.

As observações vieram em meio a uma piora severa na crise da dívida europeia e um dia depois de a agência Moody's reduzir a nota de crédito da Itália em três degraus, de "Aa2" para "A2".

Entre as principais bolsas da região, o índice FTSE 100, de Londres, subiu 3,19%, para 5.102 pontos; em Paris, o CAC 40 ganhou 4,33%, para 2.974 pontos; e em Frankfurt, o DAX avançou 4,91%, para 5.473 pontos.

As ações do banco Dexia, que haviam desabado ontem diante dos rumores sobre a situação de suas finanças por conta da crise na Grécia, recuperaram parte das perdas, com alta de 6,5%.

Os governos da França e da Bélgica anunciaram que vão separar os “ativos podres” do banco para garantir seu funcionamento. Outros papéis do setor, como Societe Generale (8,7%) e BNP Paribas (8,5%) também fecharam com ganhos expressivos.

Entre os indicadores do dia, as vendas no varejo da zona do euro recuaram 0,3% em agosto na comparação com julho e 1,0% frente a agosto do ano passado. Analistas previam quedas menores, de 0,2% na comparação mensal e 0,7% na anual.

O Índice dos Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) composto da zona do euro caiu de 50,7 em agosto para 49,1 em setembro. É a primeira vez desde julho de 2009 que o PMI fica abaixo de 50, marca que divide contração de expansão.

Nos EUA, o setor privado criou, em termos líquidos, 91 mil vagas de trabalho em setembro, segundo a ADP e a consultoria Macroeconomic Advisers. O resultado é melhor que a previsão de analistas, de criação de 75 mil vagas de trabalho no mês passado, e representa leve aumento frente aos 89 mil empregos criados em agosto.

Ações de bancos puxam alta das bolsas europeias

As bolsas de valores da Europa operavam em alta nesta quarta-feira (5), puxadas por ações de bancos, depois que os ministros de Finanças da zona do euro concordaram em proteger as instituições financeiras da região, enquanto investidores caçavam barganhas após três dias de quedas.

Perto das 9h15 (horário de Brasília), o índice FTSEurofirst 300 , que reúne as principais ações no continente, subia 1,93%, após declínio de 2,7 por cento no pregão anterior. Em 2011, o FTSEurofirst 300 já perdeu 19%. Em Londres, a alta era de 1,98%, em Frankfurt, de 3,22%, em Paris, de 2,61%, e, em Madri, de 1,77%.

O índice do setor bancário subia 2,4%, embora ainda acumule perda de mais de 35% em 2011. Entre os destaques estavam BNP Paribas e Crédit Agricole. Nesta quarta-feira, o índice referencial do mercado da Itália subia 2,12%, apesar do rebaixamento de sua nota de crédito pela Moody's em três graus.

"Esse rali pode não durar. Muitas ações estão baratas. Nós precisamos de uma estratégia para resolver a crise de dívida soberana na zona do euro. Precisamos de uma estratégia para superar o problema de dívida dos Estados Unidos", disse Jeremy Batstone-Carr, estrategista do Charles Stanley.

Os ministros europeus de Finanças concordaram na terça em proteger seus bancos, enquanto dúvidas cresciam sobre o progresso do segundo pacote de resgate para a Grécia.

Mais cedo naquele dia, o banco franco-belga Dexia se tornou o primeiro banco europeu a ter de ser socorrido, devido à crise da zona do euro.

Bolsas asiáticas seguem em baixa

A maioria das Bolsas da Ásia permaneceu no vermelho, em que pese a recuperação de Wall Street no dia anterior. Os investidores, novamente, foram influenciados pelos temores de calote na dívida da Grécia. Não houve negociações em Hong Kong e na China por ser feriado.

A Bolsa de Taipé, em Taiwan, também mostrou desapontamento com a fala de Ben Bernanke, presidente do Fed (o Banco Central dos EUA) e o lançamento do novo produto da Apple. O índice Taiwan Weighted caiu 0,83% e terminou aos 6.989.15 pontos. Entre as tecnológicas, Hon Hai recuou 1,9% e Largan caiu 6,6%.

A Bolsa de Tóquio fechou em queda pela quarta sessão consecutiva, pois o sentimento frágil em relação às empresas exportadoras se deteriorou diante da instável cotação do euro, enquanto o corte no rating da divida soberana da Itália pela agência Moody’s prejudicou as ações do setor financeiro. O índice Nikkei caiu 73,14 pontos, ou 0,9%, para 8.382,98 pontos.

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Fonte:
Valor/G1/Estadão

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