Agronegócio é o setor que mais emprega em MT

Publicado em 26/10/2011 06:52
O agronegócio é o principal setor econômico gerador de empregos diretos em Mato Grosso, com 23,38% de participação sobre o total de postos de trabalho existentes no Estado, com base em dados de 2010. A informação faz parte de um estudo divulgado nesta terça-feira (25), pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), na Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato).

Em segundo lugar está o comércio, que responde por 22,89% dos empregos no Estado. Os demais setores são: serviços (22,25%), administração pública (19,93%), indústria de transformação (5,27%), construção civil (5,09%), serviços industriais de utilidade pública (0,77%) e extrativa mineral (0,42%).

A pesquisa, denominada "Análise do Mercado de Trabalho no Estado de Mato Grosso e Brasil", foi elaborada com dados do Programa de Disseminação de Estatística do Trabalho (PDET), da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) e da Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) - todos do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

O objetivo do trabalho foi identificar a dinâmica do emprego nos diferentes segmentos da economia estadual e brasileira, especialmente do agronegócio, assim como as diferenças de renda, evolução no número de empregos e as principais ocupações do setor agropecuário. Vale ressaltar que o agronegócio representa todas as atividades que envolvem o trabalho no campo, na indústria e no comércio e estão ligados diretamente à agropecuária.

O estudo mostra que o número de empregos formais gerados nas propriedades mato-grossenses cresceu 37,6% entre 2006 e 2010, passando de 64.170 para 88.300 pessoas contratadas no período.

A participação do agronegócio em Mato Grosso se destaca até mesmo quando comparado às regiões do Brasil. No Centro-Oeste, por exemplo, este setor representa apenas 12,1% dos empregos existentes na região. No Sul e Sudeste a participação do agronegócio no mercado de trabalho equivale a 9,84% e 5,9%, respectivamente. Nestas regiões, as vagas estão mais concentradas nos setores de comércio e serviços.

"Nós não temos mais apenas uma safra e uma safrinha, temos hoje praticamente duas safras por ano. A safra de milho ficou muito forte e a safra de algodão também. É em virtude desses trabalhos no campo, que tem aumentado o volume de contratações e também os patamares de remuneração aos trabalhadores rurais", afirmou o presidente do Sistema Famato, Rui Prado.

No ano passado, o setor agropecuário do Estado empregou 5,25% a mais de trabalhadores do que em 2009, totalizando 88.300 postos de trabalho. No Brasil, o segmento registrou uma pequena queda de 1,26% no número de vagas no mesmo período, passando de 1,42 milhão para 1,40 milhão.

A pesquisa apresenta também os cargos que mais se destacam no campo: gerentes; engenheiros agrônomos, veterinários e afins; técnicos agrícolas, florestais e pecuários; trabalhadores rurais e outros.

De 2006 para 2010, o volume de trabalhadores rurais cresceu 30,80% (de 42,65 mil para 55,78 mil empregos formais). No mesmo intervalo, o número de gerentes nas fazendas também aumentou 42,10% (de 897 para 1,27 mil).

Outro grande destaque da pesquisa foi o aumento substancial da remuneração dos trabalhadores da agropecuária mato-grossense. Em 2006, o trabalhador rural ganhava em média R$ 686,08 por mês. No ano passado, o salário deste funcionário subiu para R$ 986,6/mês, representando um ganho de 43,80%. Outro aumento de salário significativo foram dos gerentes que tiveram reajuste de 42,10% (de R$ 1.471,65, em 2006, para R$ 2.091,61 mensais, em 2010).

"Além da maior participação do agronegócio na geração de empregos em Mato Grosso, o que mais nos surpreendeu foi o nível salarial, que no caso de trabalhadores e técnicos supera os demais setores de atividade. Com este trabalho, verificamos que a demanda por funcionários qualificados nas fazendas é cada vez maior. Se não houvesse essa demanda, não haveria aumento de salário, como identificamos na pesquisa", avaliou o superintendente do Imea, Otávio Celidonio.

Qualificação profissional - O Sistema Famato, por meio do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso (Senar-MT), forma mão de obra qualificada para o setor agropecuário.

Para 2012, a meta do Senar-MT é qualificar 39.885 profissionais, o que representa um crescimento de 44% em comparação a 2010, quando foram formados 27.765 pessoas.

"Para mudar a sociedade, as pessoas precisam de conhecimento e o Senar-MT possibilita a capacitação de produtores, trabalhadores rurais e seus familiares", ressaltou Rui Prado.

Segundo o superintendente do Senar-MT, Tiago Mattosinho, a maior demanda por treinamentos é para operadores de máquinas agrícolas, manejo e recuperação de pastagens, confinamento de bovinos, piscicultura, armazenamento e classificação de grãos, inseminação artificial de bovinos e para a NR 31.8, que trata da saúde e segurança do trabalhador.

"O principal entrave que encontramos atualmente é mão de obra qualificada para operação de máquinas agrícolas, mas estamos investindo neste setor. Dobramos a capacidade de instrutores para oferecer treinamento de máquinas agrícolas. A partir de 2012, os treinamentos serão oferecidos por cadeias de produção. Faremos o credenciamento de 150 profissionais para oferecer os treinamentos nas diversas cadeias produtivas do Estado", informou Mattosinho.

A Famato é a entidade que reúne e representa os sindicatos rurais de todo o Estado. Junto com o Imea e o Senar-MT, forma o Sistema Famato.

Agronegócio de MT atrai mão de obra

Aprosoja

O setor que lidera a geração de empregos formais diretos em Mato Grosso é o “agronegócio” com 23,38%, seguido por “serviços” (22,25%) e “comércio” (22,89%). Os dados são da “Análise de Mercado de Trabalho no Estado de Mato Grosso e no Brasil” que o Instituto Mato-grossense de Economia e Agropecuária (Imea) divulgou nesta terça. Em 2010, o agronegócio foi responsável por 4408 novas vagas no estado, um crescimento de 5,25% em comparação com 2009. O segmento inclui agropecuária, extração vegetal, caça e pesca, indústrias de transformação ligadas ao agro, comércio ligado ao agro e serviços ligados ao agro. No Brasil, o setor registrou queda de 1,26%.

O técnico agrícola Marcelo Lipke, 20, é exemplo de mão de obra recém contratada no setor. Há um mês ele começou a trabalhar na Fazenda Bigolin, produtora de soja na Região Oeste de Mato Grosso. Marcelo veio de mudança de Horizontina/RS, onde se formou este ano no curso técnico. O gerente da fazenda, Leonídio Rodrigues Filho, explica que a decisão de contratar o jovem profissional foi feita durante o estágio de seis meses que ele fez na propriedade durante a última safra. “Nós queremos abrir oportunidades pra eles e investir na formação da nossa equipe”, comenta.

Apesar da oferta de vagas no campo, proprietários e gerentes agropecuários reclamam da qualidade da mão de obra disponível. Segundo o Imea, a alta tecnologia no campo exige pessoal capaz de executá-la, mas o trabalhador de campo qualificado está em extinção. É preciso especialização e treinamento. “Falta mão de obra qualificada. Tanto que nos precisamos pegar pessoas novas, que não têm conhecimento, e adaptar de acordo com o que nós precisamos aqui dentro. O investimento é alto, mas futuramente o retorno pode compensar”, concorda Leonídio.

De olho nesta demanda, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural oferece treinamentos no segmento. Em 2011, foram 2165 cursos em comparação com 1851 em 2010. Para 2012, a meta é promover 2659 cursos com 39.885 novos profissionais formados. Entre os temas dos treinamentos está a NR31, que trata da saúde e segurança do profissional rural - feito em parceria com o programa Soja Plus, da Aprosoja. Além disso, há cursos para operação de máquinas agrícolas, manejo e recuperação de pastagens, classificação de grãos e outros.

Soja Plus – é um programa de Gestão Econômica, Social e Ambiental da soja brasileira que pretende capacitar os produtores de soja de Mato Grosso através da aplicação de cinco módulos de gestão das propriedades. Em 2011, os cursos foram sobre “qualidade de vida no trabalho”, abordando saúde, segurança e relações trabalhistas dos funcionários. Além disso, o programa pretende discutir nos próximos anos “melhores práticas de produção”, “viabilidade financeira e econômica”, “qualidade do produto” e “responsabilidade social”.

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Famato e Aprosoja

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