Produção de alimentos precisará crescer 40% para atender população de 7 bilhões de pessoas

Publicado em 01/11/2011 07:01 e atualizado em 01/11/2011 08:49
Relatório do Foresight Report on Food and Farming Futures, publicado no Reino Unido
Nesta segunda-feira, 31 de outubro de 2011, o planeta atingiu a marca de 7 bilhões de habitantes. De acordo com a ONU, apenas 12 anos depois de termos chegado ao sexto bilhão, já somos 7 bilhões de pessoas a serem alimentadas. A previsão é que até 2025 sejamos 8 e, até o fim do século, 10 bilhões de habitantes. Uma das questões que esse crescimento populacional impõe é como alimentar esse número de indivíduos de maneira sustentável. Para se ter uma ideia, o relatório Foresight Report on Food and Farming Futures, publicado no Reino Unido no início do ano, indica que a produção de alimentos deve crescer 40% nas próximas duas décadas para evitar o aumento da fome global.

Na opinião do pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (Cenargen) Elíbio Rech, o aumento na produção de alimentos terá que ser acompanhado da redução da área plantada, o que só será possível com o aumento dos índices de produtividade no campo. E o Brasil, segundo ele, deverá protagonizar o cenário mundial, ao lado dos Estados Unidos e da Ásia. Para tanto, o pesquisador recomenda que sejam utilizadas novas tecnologias, a exemplo da modificação genética de organismos vivos, da clonagem na pecuária e da nanotecnologia, uma vez que cresce consistentemente a necessidade de variedades mais produtivas, que apresentem resistência a doenças e que possam crescer em condições adversas (solos salinos, regiões secas ou que sofram inundações).

Para a diretora-executiva do CIB, Adriana Brondani, a biotecnologia empregada à agricultura representa um avanço importante e terá um papel fundamental nas próximas décadas, especialmente no desenvolvimento de variedades que melhorem a qualidade nutricional dos alimentos e aumentem a produtividade. “Cientistas de diversos locais no mundo estão desenvolvendo variedades transgênicas de grãos, frutas e legumes enriquecidos de nutrientes, que ampliarão as opções de alimentação e poderão auxiliar na prevenção de doenças”.

Ela cita estudos com morangos enriquecidos com vitamina C; mandioca, batata e arroz enriquecidos com vitamina A; trigo com maior concentração de ácido fólico; milho e soja com níveis elevados de aminoácidos; batatas ricas em proteína; beterrabas com maior teor de açúcar e tomates com mais licopeno, entre outros.

Certamente, a biotecnologia é mais uma ferramenta para aumentar a oferta de alimentos em consonância com práticas sustentáveis e preservação do meio ambiente. Contudo, serão necessárias ações integradas, que proporcionem mudanças nos sistemas de produção. Para tanto, segundo Anderson Galvão, sócio-diretor da Céleres Consultoria, é imperativo que se olhe para essa questão de maneira pragmática. “A agricultura comercial, conduzida com padrões elevados de produtividade e qualidade, é uma parte fundamental do desafio de prover alimentos, fibras e biocombustíveis para todos os mercados”.

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CIB

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1 comentário

  • Telmo Heinen Formosa - GO

    Ainda bem que o mercado acredita nesta tese. Para nós é muito bom isto, cria expectativa e sustenta os preços. Por outro lado, cá entre nós - eu desafio a qualquer ser humano normal a ficar uma semana interinha comendo todo dia a quota de alimentos que a agriucltura mundial coloca à sua disposição. Pelas minhas contas já produzimos atualmente para 12 bilhões de 'almas'. O azar do povo é que todos os filhos nascem onde moram suas mães... e tem muita mãe morando longe da produção de comida, ah! se tem... 40% dos alimentos se perdem entre a produção e o consumo de fato. Os motivos variam desde a logistica até os hábitos culturais, passando por crendices, preconceitos e emburrecimento geral sempre garantido pelos abobalhadores de plantão.

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