Certificação amplia produtividade e abre novos mercados para o algodão

Publicado em 17/09/2013 18:32

A cotonicultura brasileira aposta no Programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR) para mudar a imagem do algodão brasileiro por meio de práticas sustentáveis. O selo ainda tem um impacto pequeno na remuneração dos produtores que já o possuem, mas, comoestimula boas práticas, resultará no aumento na produtividade.
 
O ABR é encarado pelo setor como uma antecipação à exigência iminente do mercado consumidor por produtos cultivados de modo responsável. Todo algodão certificado possui um código de barras que permite o rastreamento da sua origem.
 
Um ano após a criação do programa pela Associação Brasileira de Produtores de Algodão (Abrapa), esse está prestes a fundir-se com a licença de comercialização internacional BCI (Better Cotton Initiative).
 
Quando isso acontecer, os 218 produtores certificados no ABR automaticamente receberão a licença. A junção tornará o País o maior fornecedor mundial de algodão certificado. “Sabemos que isso abre nichos de mercado. Alguns compradoes dão preferência a esse tipo de algodão”, diz o gestor de sustentabilidade da Abrapa, Denilson Galbero, lembrando que marcas mundiais como Nike, Adidas e Ellus só utilizam esse tipo de matéria-prima.
 
Imagem
 
A preocupação como respeito à legislação, não só a ambiental como a trabalhista, surgiu a partir de denúncias de trabalho infantil nas fazendas. Produtores do Mato Grosso resolveram, então, começar um trabalho de reversão dessa imagem.
 
A  Abrapa resolveu difundir o programa pelos estados produtores. Nesse primeiro ano, foram contemplados os cinco maiores –Mato Grosso, Mato do Grosso do Sul, Bahia, Maranhão e Minas Gerais, responsáveis por 90% da produção brasileira.
 
O objetivo da associação é atingir 50% dos produtores até 2015 e aumentar a adesão em 20% na próxima safra. Para ter a certificação,é preciso passar por uma avaliação de 188 itens dos oito critérios do programa.
 
No oeste baiano, 18 fazendas já adequaram a produção
 
Na Bahia, 18 fazendas da região oeste já possuem a certificação. Uma delas é a Independência I, em Barreiras. Seu dono,o produtor e diretor da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), João Carlos Jacobsen, começou a adequar sua propriedade há cinco anos como objetivo de ressaltar uma atitude
responsável.
 
Para participar do programa, o produtor tem que entrar em contato coma Abapa. A adesão é gratuita,mas a fase de certificação exige o trabalho de uma empresa especializada. A Abapa vai realizar um trabalho de mobilização dos produtores para aderirem ao programa, que começa mês que vem. A meta são 80 propriedades. Na safra de 2014/2015 a associação quer a adesão de 80% das cerca de 200 propriedades que cultivam algodão.
 
Trabalhadores
 
Uma das transformações mais significativas do processo de certificação, segundo Jacobsen, deu-se com os trabalhadores da fazenda. “O trabalho de infraestrutura é fácil, o de educação é mais difícil. Foi preciso tirar essa crença de que, se houve acidente, é porque chegou a hora. Se aconteceu é porque houve falha”, diz Jacobsen. “Mas, no final, há um aumento da produção porque o trabalhador se afasta menos”.

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Fonte:
Seagri-BA

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