Algodão: No MT, produtores esperam colher 70 mil toneladas de pluma

Publicado em 27/07/2010 07:43
O ano foi atípico para a agricultura – estiagem prolongada a partir de abril e frio intenso este mês – mas os produtores mato-grossenses iniciam a colheita do algodão adensado com expectativa de colher 70 mil toneladas de pluma na safra 09/10. A produtividade média deve oscilar entre 200 e 300 arrobas por hectare, devido à falta de chuva após o plantio.

“Apesar da estiagem, os produtores estão com boas perspectivas para a tecnologia [do adensado]. A produtividade pode não ter sido das melhores se comparada à do algodão plantado pelo sistema convencional, porém o produtor tem de considerar a redução de custo e olhar a rentabilidade”, avalia o diretor executivo da Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa), Décio Tocantins. O algodão adensado é plantado com a metade do espaçamento convencional e menor custo para o produtor.

Este é o segundo ano do cultivo do adensado em Mato Grosso, mas o primeiro em escala comercial. No ano passado, foram cultivados cinco mil hectares. Este ano os produtores aumentaram a área em mais de dez vezes, 51,50 mil hectares. Nas duas safras, situações opostas: enquanto em 2009 a safra foi prejudicada pelo excesso de chuvas, este ano a seca castigou as lavouras na fase de formação do caroço da pluma. Além da estiagem, veio o frio que atrapalhou as lavouras na fase da colheita.

“Produzimos o adensado em anos extremos. Mas, apesar da estiagem prolongada, o adensado é uma técnica de sucesso e o produtor mato-grossense sentiu menos”, disse. Em Mato Grosso a produtividade média deve cair entre 17% e 20%.

Até agora, 10% das lavouras de adensado – plantadas a partir de 20 de janeiro - já estão colhidos no Estado. Segundo Tocantins, a colheita “está dentro do planejado”, devendo ser concluída no começo de setembro.

Desempenho – Para o analista Denancil Martins Filho, da cadeia de Fibras do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), este ano ainda não vai ser possível fazer uma “leitura real” do desempenho do algodão adensado em Mato Grosso, devido ao longo período de estiagem. “2010 foi um ano atípico e ainda não podemos fazer uma análise acerca dos resultados com o cultivo do adensado. Só teremos um resultado mais preciso quando não tivermos interferências climáticas”, disse.

Em uma fazenda na região sul do Estado, um grupo plantou 17 mil hectares de algodão adensado nesta safra. Os resultados preliminares são bastante animadores: nos primeiros talhões colhidos, a produtividade alcançou 300 arrobas por hectare. Como a área a ser colhida é muito extensa, é provável que esta média seja reduzida. Mas os técnicos estão confiantes de que a produtividade média projetada para as lavouras, cerca de 280 arrobas de pluma por hectare, será confirmada em Mato Grosso.

A tendência, de acordo com a Ampa, é o cultivo do algodão adensado se expandir no Estado. As pesquisas financiadas pelo Instituto Mato-grossense do Algodão (IMA) apontaram que o custo adensado representa uma economia em relação ao algodão de ciclo convencional e permite a recuperação do investimento do produtor em curto prazo.

"A tecnologia e os processos de produção foram referenciados e os resultados apresentados pelo algodão adensado superam os do plantio convencional. Temos agora que ver o que é bom e o que não é, definir como trabalhar e investir neste sistema. Estamos conscientes de que esta alternativa não é a redenção total da cotonicultura, mas é um caminho viável", disse o presidente da Ampa, Gilson Pinesso.

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Fonte:
Diário de Cuiabá

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