Diesel B registra recorde de 32,9 milhões de m³ no 1º semestre e demanda por diesel A cresce 1,6%
O mercado de diesel B registrou recorde histórico no primeiro semestre de 2025, com vendas totais de 32,9 milhões de m³, marcando alta de 2,2% em relação ao mesmo período de 2024, conforme dados divulgados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Esse avanço é decorrente do crescimento das atividades agrícolas e industriais no país. “O índice ABCR confirmou essa tendência, mostrando aumento de 2,2% no fluxo de veículos pesados nas principais rotas pedagiadas em comparação ao ano anterior”, destaca o analista de Inteligência de Mercado da StoneX, Bruno Cordeiro.
Para o segundo semestre, a demanda por diesel será influenciada por alguns fatores. De acordo com Cordeiro, na ponta agrícola, o final da colheita do milho safrinha e o início do plantio da soja serão determinantes para a evolução do indicador, com as expectativas de um novo recorde da safra de soja para a temporada 2025/26 influenciando em um aumento do transporte de insumos aos campos, principalmente ao longo do terceiro trimestre.
“Em contrapartida, a produção industrial menos aquecida nos últimos meses e a situação das tarifas norte-americanas podem frear o crescimento do consumo pelo setor industrial, impactando parcialmente as vendas totais”, realça o analista. Diante desse cenário, a StoneX revisou levemente suas projeções de vendas de diesel B para 2025, reduzindo o crescimento esperado de 3% para 2,7%, totalizando 69,1 milhões de m³ no ano.
Nordeste lidera crescimento de demanda por diesel B
Nos primeiros seis meses de 2025, o Nordeste liderou o crescimento da demanda por diesel B, com 227 mil m³, em meio à um avanço expressivo das exportações de produtos agrícolas e da indústria de transformação. Com a expectativa de manutenção desse cenário no segundo semestre, a StoneX revisou levemente para cima as projeções de crescimento da região, de 1,8% para 2,1%.
As regiões Sul e o Centro-Oeste registraram acréscimos de 173 mil m³ e 170 mil m³, respectivamente, beneficiados pela boa safra de soja no início do ano e pelo escoamento de grãos para os portos.
“No Sudeste, o crescimento foi mais modesto, de 116 mil m³. Apesar do aumento do fluxo de grãos pelo estado de São Paulo (+9,3% nas exportações agrícolas), a queda da atividade industrial impactou negativamente as vendas, levando a StoneX a reduzir a projeção de crescimento da região de 1,9% para 1,3%”, ressalta Cordeiro.
Demanda por biodiesel A cresce 1,6%
Ao longo do primeiro semestre de 2025, a demanda por diesel A alcançou 28,7 milhões de m³, registrando alta de 1,6% em relação ao mesmo período de 2024. De acordo com Bruno, o avanço mais moderado em comparação ao diesel B reflete a maior participação do biodiesel na mistura, já que o B14 está em vigor desde janeiro, enquanto em 2024 o B14 só começou a ser usado em março, após dois meses de B12.
Para o segundo semestre, a entrada do B15 em agosto deve continuar limitando o crescimento do diesel fóssil. As projeções da StoneX indicam que, enquanto o diesel B deve registrar alta de 3,2% na segunda metade do ano, o consumo de diesel A deve crescer 1,3%, com o biodiesel acelerando sua participação no mercado.
“No lado da oferta, a produção doméstica de diesel A recuou 2,6%, totalizando cerca de 23 milhões de m³. Com isso, as importações cresceram 13,2%, atingindo 7,9 milhões de m³, elevando a participação das compras externas na oferta total para 25,4%, ante 22,9% no mesmo período de 2024”, finaliza Cordeiro.
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