Petrolão – A ameaça do clube do bilhão (ouçam...)

Publicado em 17/11/2014 20:50 e atualizado em 18/11/2014 06:48
em veja.com

Petrolão – A ameaça do clube do bilhão

Por Robson Bonin, na VEJA.com:


A sétima etapa da Operação Lava Jato, que levou à prisão alguns dos maiores empreiteiros do país, confirma a existência de um lado ainda mais obscuro da quadrilha que atuava na Petrobras. Além de subornar políticos e corromper funcionários públicos para desviar bilhões da estatal, o cartel de empreiteiras, denunciado pelo ex-diretor Paulo Roberto Costa e pelo doleiro Alberto Youssef, estava ameaçando testemunhas do caso em uma tentativa flagrante de atrapalhar as investigações da polícia. Foi esse, aliás, um dos motivos que levaram o juiz Sérgio Moro a decretar a prisão dos empresários na sexta-feira passada. Em setembro, VEJA revelou que a contadora Meire Poza, uma das principais colaboradoras da investigação policial, havia sofrido ameaças diretas de emissários das empreiteiras. A ação, típica das organizações mafiosas, está registrada no despacho assinado por Moro.

Num encontro ocorrido em julho deste ano na praça de alimentação de um shopping em São Paulo, um homem identificado como Edson tentou convencer Meire Poza a aceitar os serviços de um escritório de advocacia contratado pelas empreiteiras envolvidas no escândalo de desvio de dinheiro de obras da Petrobras. A gravação da conversa não deixa dúvidas sobre as más intenções do grupo, claramente incomodado com o avanço das investigações da polícia, e muito preocupado com a colaboração de Meire. A intenção era intimidá-la. Edson, um suposto advogado, se dizia representante das empreiteiras Camargo Corrêa, OAS, UTC e Constran, justamente os alvos principais das prisões realizadas pela PF na sexta-feira passada. A conversa começa descontraída, amigável, e vai evoluindo para a ameaça. Prestativo, ele se põe à disposição para ajudar, dar apoio jurídico, mas a oferta é recusada. Em um tom de voz linear, o emissário passa a revelar os verdadeiros propósitos do encontro: “Sabemos que tem uma filha, que são somente vocês duas”, diz. No mesmo tom linear, lembra que Meire pertence a um “grupo fechado” e que, como pessoa de confiança de Alberto Youssef, não pode sair desse grupo ou recusar a ajuda de seus clientes. E vai ao ponto central do problema: “Dona Meire, o importante é não falar demais! De repente, uma palavra mal colocada pode ser perigoso, pode ser prejudicial”. Meire tenta se esquivar das ameaças, diz que está começando a não gostar do rumo da conversa, mas o advogado é ainda mais direto: “A senhora pode, sem querer, ir contra grandes empresas, políticos, construtoras. As maiores do país, a senhora entendeu?”.

 

O despacho das prisões, assinado pelo juiz Sérgio Moro, revela a íntegra da gravação e mostra que a intenção de ameaçar a contadora era clara. “O interlocutor prossegue ainda tentando convencer Meire a aceitar a ‘ajuda’ do grupo, mencionando que a mesma faria parte de um grupo fechado de pessoas que se ajudam, indicando claramente as técnicas de persuasão para que a mesma pudesse ser ‘controlada’ pela organização criminosa”, registra o despacho. Percebendo um sinal de nervosismo na contadora, ele avança, pergunta se Meire acha que ainda tem alguma coisa a acrescentar para a polícia e que tipo de acordo ela pretende fazer. Ela diz que não sabe como procederá. E o advogado vai direto ao ponto mais uma vez: “A gente não pode deixar que a senhora não aceite essa ajuda”. Diante da pressão, Meire finalmente reage. Afirma que se sente ameaçada, que não quer ajuda das empreiteiras e encerra a conversa com um recado: “O senhor provavelmente vai estar lá com os seus clientes, com a Camargo (Corrêa), com a UTC, com a Constran, com a OAS… Manda todo mundo ir tomar…”.

Entre os alvos do “juízo final”, como a ação foi batizada, está o advogado Carlos Alberto da Costa e Silva, que foi preso temporariamente e ainda teve seu escritório vasculhado pelos agentes. Meire Poza disse aos policiais que conheceu o porta-voz das ameaças no escritório do advogado Costa Silva, segundo ela o responsável por coordenar uma equipe de advogados contratados pelas empreiteiras. Procurado por VEJA em setembro, Costa Silva admitiu ter conversado com Meire, mas negou qualquer relação com as empreiteiras. Em nota encaminhada a VEJA, a UTC, que também controla a Constran, confirmou que o escritório de Costa Silva atuava no seu quadro jurídico. Costa Silva foi preso na Operação Anaconda, em 2003, acusado de participar de um esquema de venda de sentenças judiciais em São Paulo. E o tal Edson? “Não conheço, nunca ouvi falar.” A memória, ao que parece, não é o ponto forte do advogado.

Por Reinaldo Azevedo

 

Graça admite só agora escândalo que VEJA revelou em fevereiro e que ela própria negou em março. Vá pra casa, minha senhora!

É… Quando Dilma Rousseff vai demitir Graça Foster? Ou quando Graça Foster vai se demitir? Quando essa gente vai ter um pouco de bom senso? Por que escrevo essas coisas?

Em fevereiro, a VEJA denunciou que a empresa holandesa SBM havia pagado propina para funcionários e intermediários da Petrobras. A revista, claro!, apanhou da canalhada. No fim de março, Graça anunciou com solenidade que a empresa havia feito uma investigação interna e não havia encontrado nada de errado.

Na semana passada, o Ministério Público da Holanda aplicou uma multa de US$ 240 milhões à SBM por propinas pagas mundo afora, inclusive… no Brasil, em negócios com a Petrobras!

E eis que acontecem, então, milagres. O ministro Jorge Hage, da Corregedoria-Geral da União, revela que há, sim, uma investigação em curso. É mesmo? E, mais surpreendente, Graça Foster revela hoje que a Petrobras, de fato, tinha conhecimento do pagamento de propina desde meados do ano.

É? Alguém foi punido? Algum funcionário foi preventivamente afastado? Providências foram tomadas? É razoável que a confirmação oficial da roubalheira parta do Ministério Público da Holanda? Disse:
“Passadas algumas semanas, alguns meses [da investigação interna da Petrobras], eu fui informada de que havia, sim, pagamentos de propina para empregado ou ex-empregado de Petrobras. Imediatamente, e imediatamente é “imediatamente”, é que informamos a SBM de que ela não participaria de licitação conosco enquanto não fosse identificada a origem, o nome de pessoas que estão se deixando subornar na Petrobras. E é isso que aconteceu, tivemos uma licitação recente, para plataformas nos campos de Libra e Tartaruga Verde, e a SBM não participou.”

É pouco e errado, minha senhora! Quem estava informado sobre tudo isso? A Petrobras não é patrimônio seu, mas do povo brasileiro.

Esta senhora falou ainda outra coisa estranha. Disse não haver nenhuma “informação avassaladora” que justifique rompimento de contrato com empreiteiras. Epa! Eu também me oponho a que se paralisem todas as obras ou a que se rompam todos os contratos. Mas daí a dizer que não existem “informações avassaladoras” vai uma distância imensa.

Graça não considera “avassalador” que um mero estafeta do PT, como Pedro Barusco, aceite devolver R$ 252 milhões? Ela não considera “avassalador” que uma única empresa, a Toyo Setal, confesse ter pagado pelo menos R$ 154 milhões a dois diretores?

Graça, ouça um bom conselho, eu lhe dou de graça, como dizia Chico Buarque: vá para casa,  peça demissão, facilite a vida da presidente. Seu tempo acabou.

Por Reinaldo Azevedo

Mais um vídeo histórico: Lula promoveu Dilma, Erenice e Graça a heroínas da pátria porque a trinca de mediocridades varava madrugadas jogando conversa fora

Exumado pelo nosso comentarista Sharp Ramdom, o vídeo de 47 segundos será obrigatoriamente anexado aos autos da devassa de que a era lulopetista não escapará. Gravado em 2010, o documento de inestimável valor histórico mostra Lula enxergando heroínas a serviço da pátria em três mediocridades: Dilma Rousseff, Erenice Guerra e Graça Foster. Segue-se a reprodução literal do palavrório:

“No Ministério de Minas e Energia, a Dilma montou uma… um cunjunto de pessoas, era ela, a Erenice e era a Graça, que hoje é presidente … ãããn … da política de gais, da diretoria de gais da Petrobrais. (Alguém sopra que Graça Foster está na plateia). Taí? Taqui a Graça, nossa grande companhera Graça. Num vou falá nada prucê não chorá, Graça. Mas essa… essas três mulheres… essas três mulheres, às vezes eu chegava nove hora no Palácio do Planalto, convidava a Dilma pruma reunião e recebia a notícia: ‘Presidente, a Dilma tá dormindo porque elas saíram às quatro e meia da manhã, cinco e meia da manhã’”.

Nada como um escândalo depois do outro. Em 2010, Erenice Guerra foi obrigada a cair fora do governo por ter virado caso de polícia: descobriu-se que a melhor amiga de Dilma chefiava simultaneamente a Casa Civil e uma quadrilha de larápios especializados em tráfico de influência. Há poucos meses, o desmonte do maior esquema de corrupção de todos os tempos provou que Graça Foster, presidente da Petrobras desde 2012, é incapaz de enxergar diferenças entre um grupo de executivos e um bando de gatunos. É um defeito de fabricação que também afeta a visão da chefe de governo.

Se não tivessem sequer desconfiado da ladroagem bilionária, Graça e Dilma seriam duas ineptas implorando por demissão. Como souberam de tudo faz tempo, foram comparsas e não merecem o os cargos que ocupam. Também deslocado para o olho do furacão que gerou, tampouco Lula deve sonhar com a volta ao Planalto. Nenhum país merece ser governado por quem enxerga um gênio da raça em qualquer figura que goste de jogar conversa fora durante a madrugada.

Ninguém sabe que ideias as três andaram trocando ─ se é que tinham ideias para trocar. O certo é que, se dormissem mais cedo, o Brasil talvez tivesse economizado alguns bilhões de reais.

(Por Augusto Nunes)

 

Sem mudar a cultura do estatismo, “Compliance” na Petrobras vira cumplicidade

A presidente da Petrobras, Graça Foster, anunciou em teleconferência nesta segunda, em que tratou dos resultados da empresa no terceiro trimestre, que a estatal vai criar uma diretoria de governança corporativa e compliance para aumentar a transparência e o controle interno sobre contratos.

O que quer dizer “compliance”? Falta-nos uma palavra correspondente em português. Precisamos recorrer a um conjunto delas: trata-se de adesão a normas pré-estabelecidas de boa governança, que vão das leis que regem o país às regras do Regimento Interno da companhia. Segundo Graça, o Conselho de Administração já aprovou a proposta. De fato, é espantoso que a maior empresa brasileira e uma das maiores do mundo ainda não disponha dessa estrutura. Mas será que vai funcionar?

Eis o busílis. Sabemos, e temos exemplos recentes, que gigantes mundiais corromperam autoridades de vários países mundo afora. Para citar dois famosos, há a Siemens, que é alemã, e a SBM, que é holandesa. Assim, a gente percebe que empresas privadas também estão sujeitas a cometer ilicitudes — afinal, as empreiteiras que aparecem como corruptoras no escândalo da Petrobras são privadas.

Mas calma lá. Não vamos misturar alhos com bugalhos. Os agentes da Siemens, da SBM e das empreiteiras, todos eles agiram, sim, fora do arcabouço legal para tentar beneficiar seus respectivos negócios, ainda que à margem da lei. E devem responder por isso. Os que atuaram na Petrobras também aviltaram a legalidade, mas para fazer o contrário dos outros: a Petrobras perdeu! Os agentes privados quiseram aumentar o lucro de suas respectivas companhias; os larápios da Petrobras atentaram contra o patrimônio da empresa, que é público.

A minha questão de fundo: numa estatal com as características da Petrobras — ou, mais largamente, nas estatais brasileiras —, é possível haver um real sistema de Compliance? Faço uma pergunta objetiva, mas que soará como ironia: também essa diretoria estará sujeita a interferências partidárias?

O que pode uma estrutura de Compliance contra a nomeação, por partidos políticos, de diretores de Serviço, da Área Internacional, de Refino ou de Gás, por exemplo? Teria como saber se, no valor de um determinado contrato, há uma majoração de 3% ou 4%, que serão revertidos, depois, em propina? Se é para a Petrobras continuar uma empresa majoritariamente estatal — e ela vai continuar porque não há força política relevante com coragem de chamar as coisas pelo nome —, então é preciso mudar as regras para nomear os diretores.

E não apenas da Petrobras. O mesmo tem de valer para todas as estatais. Alguém pode me explicar uma boa razão para que um partido político queira a direção de uma hidrelétrica? Com que propósito? Para defender um credo, uma ideologia, uma convicção. Se não for para fazer caixa, serve pra quê?

Ora, como vocês leram aqui, um único gerente ligado ao petista Renato Duque, ex-diretor de Serviços, aceitou devolver US$ 97 milhões no processo de delação premiada — ou R$ 252 milhões. Um único membro médio da quadrilha toipa devolver um quarto de bilhão! E certamente não morrerão na pindaíba. O que devemos pensar de seus respectivos chefes?

Proponho uma outra questão: as agências reguladoras no Brasil deveriam ser uma espécie de representação técnica, neutra, arbitrando demandas que envolvem serviços públicos em nome da sociedade. E é do interesse da sociedade que os prestadores de serviços lucrem com a atividade, ou não poderão investir; que a cidadania seja atendida, ou o Estado não cumpre a sua função. Trata-se de um trabalho muito próximo disso a que se chama “compliance”.

O que fez o petismo com as agências? Transformou-as em cabide de empregos de militantes políticos ou loteou os cargos entre partidos da base aliada. Deixaram de servir a sociedade e hoje servem a arranjos de poder.

Sim, a diretoria de Compliance pode, sim, significar um pequeno avanço. Mas o buraco, definitivamente, é muito mais embaixo. O verdadeiro mal está na forma como o petismo e seus agregados ocupam o Estado brasileiro e seus entes. Hoje, essa estrutura não serve às necessidades da população, mas aos interesses de um partido político. É assim que o PT entende a tomada do poder. Isso não é uma acusação vazia ou uma hipótese conspiratória. Tal visão de mundo está consolidada em seus documentos e em suas resoluções.

Enquanto os companheiros estiverem no comando, o Estado e seus tentáculos servirão aos objetivos do companheiros, com ou sem diretoria de Compliance.

O balanço
Graça Foster informou ainda que a empresa não está em condições de fornecer já o balanço do terceiro trimestre. Dá a entender que precisa aguardar os desdobramentos das delações. Com a devida vênia, o cheiro que emana dessa decisão não é bom. Afinal, com ou sem corrupção, o resultado obtido é o resultado obtido, né, dona Graça? Por acaso a percentagem da corrupção será abatida da coluna de despesas? Será acrescida à de lucro líquido? O dinheiro que será devolvido vai se somar à conta corrente da Petrobras? Acho que não, né?

Há coisas que parecem não ter cura. No dia em que a presidente da Petrobras anuncia a criação de uma diretoria de Compliance, ela não explica por que não se divulgam os dados do balanço.

Essa gente não aprende nada nem esquece nada. E nós pagamos o pato.

Por Reinaldo Azevedo

 

Siga o dinheiro

transpetro

Para onde foi o dinheiro?

Os auditores que estão vasculhando a Transpetro identificaram uma movimentação de cerca de 1 milhão de reais que a gerência financeira da estatal até agora não conseguiu explicar para onde foi o dinheiro.

(Atualização, às 17h19: A assessoria da Transpetro enviou uma nota oficial afirmando que “desconhece a suposta “movimentação” de valores à qual a coluna se refere”. O Radar mantém a informação publicada)

Por Lauro Jardim

 

Queda de 55%

Petrobras: em queda violenta

Petrobras: em queda violenta

A Lava-Jato avança de um lado e as ações da Petrobras despencam de outro. De 24 de setembro de 2010, quando José Sérgio Gabrielli e Lula comandaram a “maior capitalização do mundo” (70 bilhões de dólares) até o final do pregão de sexta-feira na Bovespa, as ações ordinárias da Petrobras caíram 56,5%.

Por Lauro Jardim

 

Vão convocar?

Duque foi preso na sexta-feira

Duque foi preso na sexta-feira

Entre os que tiveram mandados de prisão expedidos na sétima fase da Lava-Jato, seis têm requerimentos de convocação na CPMI da Petrobras.

Ao se reunirem amanhã, deputados e senadores agora têm motivos de sobra para ouvirem o que têm a dizer os seguintes nomes: o ex-diretor da Petrobras Renato Duque; o vice-presidente da Camargo Corrêa Eduardo Leite; o diretor de desenvolvimento comercial da Queiroz Galvão, Othon Zanoide de Moraes Filho; o vice-presidente da Mendes Júnior, Sérgio Mendes; o presidente da Iesa, Valdir Lima Carreiro, e o vice-presidente comercial da Engevix, Gerson de Mello Almada.

A prisão dos executivos, porém, criou um impasse para os nobres da CPMI: a maioria ali presente recebeu doações das construtoras em que essa turma trabalha.

Por Lauro Jardim

 

O troféu de PRC

Orgulho e ética

Orgulho e ética

No começo de 2013, ao dar uma entrevista para um site de notícias do ramo do petróleo, o notório Paulo Roberto Costa exibiu, todo contente, o maior troféu de sua sala na recém-aberta Costa Global: um uniforme laranja da Petrobras com o autógrafo de Lula.

Com ar sério, logo de cara, mandou para o repórter:

- Não me pergunte nada sobre a administração da Petrobras que eu não poderei comentar por uma questão ética.

Por Lauro Jardim

 

Sinais de fumaça… e o novo governo Dilma nem começou!

Ainda estamos em 2014, nos últimos dias dos quatro anos medíocres do governo Dilma, que a maioria dos eleitores (votos válidos) resolveu postergar por mais quatro anos. Mas os sinais de fumaça já estão por todos os cantos, talvez forçando uma reflexão da própria presidente sobre o que ela mesma plantou e vai, agora, colher.

Para começar, temos o escândalo da Petrobras, de proporções gigantescas que podem abalar as estruturas de nossa República. Há a possibilidade de que o setor elétrico, em frangalhos por conta das intervenções arbitrárias do governo, também possa ser investigado, já que as mesmas empreiteiras atuam nele.

As ações das estatais derretem hoje na Bovespa. Petrobras já cai mais de 5% hoje, e Eletrobras cai quase 9%! O balanço de uma não foi divulgado dentro do prazo da CVM pela primeira vez na história, e o da outra veio com um prejuízo de quase R$ 3 bilhões na sexta-feira. As nossas estatais estão sendo destruídas pelo governo Dilma.

Mas não é “só” isso. O Tesouro não tem conseguido rolar sua dívida nas mesmas condições, apesar de pagar um dos maiores juros do mundo. Os resgates devem superar as novas emissões em mais de R$ 100 bilhões este ano, sendo que foram quase R$ 90 bilhões ano passado. Isso quer dizer que os investidores demonstram maior cautela com as contas públicas brasileiras:

Esse quadro pode ser lido, em primeiro lugar, como termômetro da piora da percepção de risco. Embora o Brasil ofereça um dos mais elevados retornos do mundo, o investidor está relutante em comprar esses papéis – ou, no mínimo, pelo prazo e condições estabelecidos nos leilões -, porque vê riscos à frente. “Há sinais de que o Tesouro está precisando mais de caixa e isso leva o investidor a ficar mais seletivo em termos de prazo e rendimento”, diz o diretor operacional da Tullet Prebon, Christiano Clemente.

Para o economista-chefe da LCA, Bráulio Borges, a postura mais seletiva do investidor reflete a “deterioração recente dos indicadores fiscais, sobretudo de fluxo, como os resultados primário e nominal, e de crescimento econômico, bem como pela falta de sinalizações objetivas do governo acerca das correções de trajetória da política macroeconômica que serão adotadas no futuro próximo.”

Como se não bastasse, o Brasil deverá fechar este ano com a menor geração de empregos desde 1999, quando começou a série histórica. Outubro teve um inesperado fechamento de mais de 30 mil vagas, enquanto os analistas esperavam a criação de empregos nessa magnitude. Se a tendência se confirmar, o país deverá criar apenas 400 mil vagas em 2014, bem aquém da meta de 1,4 milhão do governo no começo do ano.

Economia estagnada, inflação em alta, escândalo de corrupção fazendo tremer a alta cúpula do governo, estatais sendo destruídas, Tesouro com mais dificuldade de emitir títulos já pela possibilidade de perder o “grau de investimento” das agências de risco, a criação de emprego desacelerando rapidamente: assim está a situação do Brasil com Dilma reeleita. E isso porque nem começou seu novo mandato ainda…

Rodrigo Constantino

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