Crise institucional uma ova! Ou: A única conspiração em curso é aquela para manter no poder o PT, que está caindo de podre! Ou:

Publicado em 20/07/2015 04:17
por REINALDO AZEVEDO, de veja.com (+ blogs) + Noblat (em O Globo)

Crise institucional uma ova! Ou: A única conspiração em curso é aquela para manter no poder o PT, que está caindo de podre! Ou: Crise é a continuidade do governo Dilma!

Aqui e ali se diz que o rompimento de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) com o governo elevou a temperatura para uma “crise institucional”. Só pode ser piada! A crise institucional existe quando as ditas instituições já não podem exercer as suas prerrogativas sem uma consequente convulsão social. Ou, então, quando a força da lei está manietada pela lei da força.

É o caso no Brasil? Quem impede as instituições de se exercer plenamente? Alguns ilustres só não põem em prática todo o poder que têm, que lhes assegura a Constituição, por covardia mesmo ou coisa pior. Peguemos o caso de Rodrigo Janot. Motivos não faltam para que ele peça ao menos a abertura de um inquérito contra a presidente da República. É uma prerrogativa do Ministério Público. Se ele o fizesse, qual seria o trauma? Nenhum! O Supremo poderia aquiescer ou não! Se aquiescesse, qual seria o terrível desdobramento? Nenhum também! Só poderia fazer bem ao país.

Crise institucional porque um presidente da Câmara se declarou na oposição? Ora, tenham um pouco de noção do ridículo! Só advoga essa tese quem está querendo criar uma redoma que proteja Dilma de si mesma e de seu governo. Agora virou música: se Cunha rompe com o governo, fala-se em crise institucional; se o TCU recomendar a rejeição das contas e se o Congresso acatar, vê-se o risco de crise institucional; se o TSE cassar a diplomação da presidente, ameaça-se com a… crise institucional.

Ora, vamos fazer, então, o seguinte: assegurar, desde já, a inimputabilidade da presidente, por atos cometidos antes, durante e, se possível, até depois do exercício da Presidência. A gente não toca mais nesse assunto. O petrolão se consolida, então, como uma grande tramoia urdida por empreiteiros, por Cunha, por Renan, por alguns funcionários larápios e por outros parlamentares de segunda linha. É bem verdade que João Vaccari, o ex-tesoureiro do PT, está lá, mas era só para fazer caixa de campanha, que, claro!, nada tem a ver com a presidente. Ou é assim, ou é… crise institucional!

Vão caçar sapo barbudo na beira do brejo! Pra cima de mim, não! No discurso que fez na sexta-feira para aquela seleta plateia que incluía o assassino Nicolás Maduro, o protoditador Evo Morales e Cristina Kirchner, a presidente do país em que um promotor foi suicidado, Dilma Rousseff demonstrou o seu amor pelas urnas e disse que só elas legitimam um governante.

É verdade. Urnas são condição necessária, mas não suficiente, da democracia. A presidente só se esqueceu de dizer que eleições não conferem aos eleitos o direito de cometer crimes ou de tolerá-los. Não lhe ocorreu lembrar, naquele ambiente viciado, que governantes podem se deslegitimar e que todos os regimes democráticos, inclusive o nosso, apontam a porta de saída caso isso aconteça.

Não há crise institucional nenhuma em curso no país. Não há conspiração de nenhuma natureza. A única que está por aí, muito visível, é aquela que pretende usar as urnas como tribunal de absolvição da má gestão — na hipótese benigna — e da gestão condescendente com o crime, na hipótese intermediária. Com rigor, há que se examinar se não se trata, efetivamente, de uma gestão criminosa.

Crise institucional uma ova! A única conspiração em curso, enfim, é aquela para manter no poder o PT, que está caindo de podre! E, para tanto, chama-se de “golpista” qualquer um que ouse brandir a lei contra o governo Dilma Rousseff. Então era um ato de legítima democracia impichar Collor — com Lula liderando as manifestações —, mas é um crime cobrar a responsabilidade do governo petista?

Quem sai agora gritando “risco de crise institucional” está apenas tentando, pela via do terrorismo político, silenciar as vozes contrárias ao governo. É para assustar o PMDB. É para assustar a oposição. É para assustar o Congresso. É para assustar a imprensa. É para assustar a nação.

Lamento! A cara da crise, hoje, de todas as crises, é a continuidade do governo Dilma. As alternativas, desde que de acordo com a lei, são apenas soluções.

Por Reinaldo Azevedo

 

Com Cunha acuado, Dilma ressurge mais forte nesta segunda. Pra quê? Pra nada! Ou: Máquina continua ativa e operante

Se a vida fosse como sonham os petistas, esta segunda começaria sob novos auspícios. Aquele que o governo tinha como seu principal inimigo está, obviamente, acuado pela acusação do lobista Julio Camargo e pela avalanche de notícias negativas que a ela se seguiu. Refiro-me obviamente a Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara. Antes que siga, uma nota.

É evidente que o principal inimigo do governo nunca foi Cunha — ele acabou se tornando, mas não era. As forças que mais atuam contra Dilma são a herança maldita do PT, que durará gerações, a incompetência política do governo e, num outro plano, Luiz Inácio Lula da Silva, que desestabiliza a presidente em seu próprio terreno.

Querem um exemplo? Se Dilma não tivesse atravessado a rua só para ser derrotada por Cunha na eleição para a presidência da Câmara, as relações certamente teriam sido outras. Mas a mulher não quis conversa com a realidade.

Vamos seguir. Na quinta, Camargo muda a versão de uma série de depoimentos anteriores e diz ter pagado, sim, propina a Cunha. No sábado, já é manchete de jornal uma investigação que busca ligar ao deputado algumas contas no exterior — e olhem que se trata de investigação, em tese, sigilosa. Como esse tipo de especulação não vem à luz da noite para o dia, quem preparou esse segundo material para ser divulgado só estava à espera do primeiro. Ou por outra: estava tudo pronto para ser vazado, só aguardando que Julio Camargo fizesse a denúncia. Eis aí.

Os jornalistas se divertem associando a figura de Cunha ao sinistro Frank Underwood, da série “House of Cards”. Pois é… A julgar pelo que está em curso e, na hipótese, de que a associação faça algum sentido, então ele não está só, não é mesmo? Há mais “Franks” à solta, como se pode ver. O boato que circula é que as contas podem estar relacionadas a Cunha. “Podem”… E se não estiverem? Bem, isso não importa. O trabalho já está feito.

Retomo
Volto ao ponto. Ainda que não se diga alto e com todas as letras, os magos do Palácio já dão Cunha como carta fora do baralho. Agora, para arremate, só aguardam que Rodrigo Janot ofereça denúncia contra ele. Se o Supremo aceitar, avança-se um pouco mais. O procurador-geral pode dar uma ajuda final com uma ação cautelar para que ele se afaste da presidência da Casa. O que quer que faça Cunha agora será tratado como coisa de gente ressentida, que foi pega com a boca na botija. Aliás, CPIs que, pela regra, têm de ser instaladas já entraram na lista das retaliações. Frank Underwood pode assumir várias faces e estar em vários lugares, não é mesmo?

Ainda é cedo para decretar, como fazem os petistas e alguns analistas, a morte de Cunha, mas é fato que o Planalto cravou um tento e tanto, há muito buscado, há muito esperado. Voltemos a esta segunda-feria: seria o dia de Dilma anunciar o novo amanhecer. Mas com o quê?

O que o governo tem a oferecer? É evidente que a hipótese do impeachment ficou um pouco mais distante, ao contrário do que supõem muitos. Sem a prova material, inequívoca, de que Ricardo Pessoa foi coagido a fazer doações ao PT, é difícil que o TSE casse a diplomação de Dilma Rousseff. E Janot, até aqui, não demonstra interesse em pedir que se abra ao menos um inquérito para apurar a atuação da presidente, conforme autoriza jurisprudência do Supremo.

Assim, o que sai reforçada até agora é a possibilidade de Dilma permanecer mais três anos e meio no poder. Pra quê? Como diria Ascenso Ferreira, o poeta pernambucano, “pra nada!”.

Há uma possibilidade de a investigação sobre Cunha, ao fim e ao cabo, depois de muito tempo, dar em nada? É claro que há. Vai que Camargo estivesse falando a verdade antes de ser ameaçado, não depois… É que a natureza do jogo não é distinguir culpados de inocentes, mas manter o controle da máquina do estado.

Dilma ressurgirá mais forte nesta segunda.

Pra quê?

Pra nada!

Por Reinaldo Azevedo

 

O pouso conjunto no pântano confirma que Lula e Collor nasceram um para o outro

No fim de 1992, pouco depois do despejo de Fernando Collor, o radialista Milton Neves quis saber o que Lula achava do adversário escorraçado do gabinete presidencial por ter desonrado o cargo. “Você tem pena de Fernando Affonso Collor de Mello?”, pergunta o entrevistador no começo do áudio. O parecer de Lula merecia ser transmitido toda semana em cadeia nacional de rádio e TV. Sempre valerá a pena ouvir de novo o que se segue:

“Tenho. Não é que eu tenho pena. Como ser humano eu acho que uma pessoa que teve uma oportunidade que aquele cidadão teve de fazer alguma coisa de bem para o Brasil, um homem que tinha respaldo da grande maioria do povo brasileiro, ou seja. E ao invés de construir um governo, construir uma quadrilha como ele construiu, me dá pena, porque deve haver qualquer sintoma de debilidade no funcionamento do cérebro do Collor.
Efetivamente eu fico com pena, porque eu acho que o povo brasileiro esperava que essa pessoa pudesse pelo menos conduzir o país, se não a uma solução definitiva, pelo menos a indícios de soluções para os graves problemas que nós vivemos.
Lamentavelmente a ganância, a vontade de roubar, a vontade de praticar corrupção, fez com que o Collor jogasse o sonho de milhões e milhões de brasileiros por terra.
Mas de qualquer forma eu acho que foi uma grande lição que o povo brasileiro aprendeu e eu espero que o povo brasileiro, em outras eleições, escolha pessoas que pelo menos eles conheçam o passado político”.

Quase 14 anos depois, o abraço de urso no palanque em Palmeira dos Índios informou que os antagonistas do século passado se haviam tornado amigos de infância. Em julho de 2009, de novo no interior de Alagoas, Lula renegou publicamente o diagnóstico gravado por Milton Neves — e comunicou que o antigo pecador se convertera num exemplar servidos da pátria.

“E eu quero aqui fazer justiça ao comportamento do senador Collor e do senador Renan, que têm dado uma sustentação muito grande aos trabalhos do governo no Senado”, aparece Lula dizendo no vídeo de 18 segundos. O afago retórico em Collor prorrogou por prazo indeterminado o contrato de casamento celebrado em outubro de 2008. O descaramento dos noivos vai merecer um post à parte.

Escalados para pagar a conta do enlace, só perderam os pagadores de impostos. Lula ganhou um aliado incondicional e um impetuoso líder da bancada do cangaço. Collor ganhou duas diretorias da Petrobras Distribuidora (e logo ganharia um diploma de doutor em propina). O elenco do Petrolão ganhou a companhia de dois presidentes da República. A Polícia Federal ganhou uma dupla de ilustres investigados.

O Ministério Público e o Judiciário não podem perder a chance de ganhar o respeito do Brasil decente. Para tanto, só precisam ensinar a Collor e Lula que ex-governantes merecem o mesmo tratamento dispensado a ex-governados que afundam em delinquências. Pouco importa o que foram. Devem ser julgados pelo que são: dois reincidentes sem remédio.

(por Augusto Nunes)

 

 

Três grandes espertalhões

por Ricardo Noblat (em O Globo)

 
 

Há mais coisas a aproximarem Lula, Fernando Collor e Eduardo Cunha do que possa supor a vã imaginação.

Primeira: são amorais. Não existe o certo e o errado para eles, existe o que lhes convém.

Segunda: amam o poder acima de tudo, da família, dos amigos, dos parceiros.

Terceira, e paremos por aqui: no momento, reclamam da Justiça como se fossem perseguidos por ela. Quem não os conheça que os compre!

Na última sexta-feira, Lula entrou com reclamação no Conselho Nacional do Ministério Público pedindo a suspensão de inquérito aberto contra ele pelo Ministério Público Federal. Conseguiu que o inquérito corra em segredo.

Lula é suspeito de tráfico de influência para favorecer aqui e lá fora a construtora Odebrecht, o maior cliente do BNDES, banco movido a dinheiro público.

A Odebrecht é também o maior cliente de Lula desde que ele deixou a presidência da República e se tornou lobista e palestrante de quem lhe pague, por vez, R$ 300 mil para falar bem de si mesmo e dos seus governos. Do governo de Dilma, não, porque ele está no “volume morto”.

Lula continua um cara de pau. Disse outro dia: "Se tem um brasileiro indignado sou eu. Indignado com a corrupção."

Ainda na presidência, Lula não se constrangia em pedir favores às construtoras, hoje enroladas com a roubalheira na Petrobras. Desde favores pequenos do tipo o empréstimo de um helicóptero para transportar parte da comitiva dele, a favores milionários que o beneficiariam diretamente.

Foi assim que se tornou devedor de Léo Pinheiro, presidente da OAS, preso em novembro último.

Pinheiro não cobrou um tostão para terminar a construção de um apartamento tríplex de Lula no Guarujá (SP). Nem mesmo para reformar inteiramente o cinematográfico sítio que Lula e a família frequentam em Atibaia (SP).

Amigos de Lula o defendem com a desculpa de que ele procede como ex-presidentes dos Estados Unidos que ganham a vida na condição de lobistas e palestrantes.

É fato que ganham. Com algumas diferenças. A menor: ex-presidentes americanos não escondem o lobby que fazem. Lula, sim.

A maior diferença: ex-presidentes americanos não podem ser candidato a mais nada. Lula pode. Que tal devolvermos ao poder um ex-lobista de empreiteiras que enriqueceu a serviço delas? Já pensaram? Não seria algo promíscuo? Ou deveras arriscado?

Perguntem a Collor o que ele acharia. Não perguntem. Seria perda de tempo. De adversário visceral de Lula, a quem derrotou na eleição de 1989, Collor passou a seu aliado ganhando em troca duas diretorias da BR Distribuidora, uma subsidiária da Petrobras.

Deu-se bem. Muito bem. Somente em dois contratos ali, embolsou R$ 23 milhões. Mais do que o valor de toda a sua fortuna declarada à Justiça.

Do alto da mais cara frota particular de carros importados de que se tem notícia no país, Collor miou em discurso no Senado: “Fui humilhado. O Poder Legislativo foi humilhado”.

Queixava-se depois que seus endereços em Brasília haviam sido revistados por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF). O falso caçador de marajás acabou caçado como o mais descarado e ambicioso deles.

Para competir com Collor e Lula em matéria de desfaçatez, somente Eduardo Cunha. Acusado de ter recebido 5 milhões de dólares de propina, Cunha rompeu com o governo que nada teve a ver com isso.

E bateu no Procurador Geral da República por lhe faltar coragem para bater no STF, que o investiga. Ameaça usar o cargo de presidente da Câmara para azucrinar Dilma. Com medo, blefa.

É outro, como Collor, cujo destino é rolar ladeira abaixo. (Ainda não estou certo do destino de Lula).

Cunha é um político provinciano, que só chegou onde está porque ruiu a qualidade de nossos representantes no Congresso.

Serviu a interessados em derrubar o governo enquanto extraía vantagens do mesmo governo.

Em breve, quando virar réu em processo no STF, não servirá para mais nada.

Lula, Collor e Cunha (Foto: Arte: Antonio Lucena)

 

 

Documentos aproximam Lula da cadeia

Lula, depois de deixar a presidência, atuou em pelo menos duas ocasiões para beneficiar a Odebrecht.

O Globo obteve os telegramas diplomáticos que desmentem a alegação de ambos de que a atividade do petista para a empreiteira se resumia a dar palestras no exterior.

1) Portugal:

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Lula e o primeiro-ministro de Portugal, Pedro Passos Coelho – 24-4-2014 / Roberto Stuckert Filho

O embaixador brasileiro em Lisboa, Mario Vilalva, registrou a ação direta de Lula em favor da Odebrecht.

“Repercutiu positivamente na mídia recente declaração do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em entrevista à RTP no dia 27/04 último, no sentido de que o Brasil deve-se engajar mais ativamente na aquisição de estatais portuguesas. O ex-presidente também reforçou o interesse da Odebrecht pela EGF ao primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, que reagiu positivamente ao pleito brasileiro.”

2) Cuba:

lula e fidel

Calma, Raúl, deixa que eu resolvo

Diz o jornal: “O encarregado de negócios brasileiros em Cuba, Marcelo Câmara, num telegrama de 3 de março de 2014, informa sobre a visita que Lula fez à ilha entre os dias 24 e 27 de fevereiro do mesmo ano. Resumo da mensagem:

‘Tema central de suas interlocuções foi a prospecção de iniciativas para aperfeiçoamento da matriz energética à zona especial de Mariel, e o reforço da cultura de soja no país’.

Nessa viagem, ‘em atendimento a convite do governo local e com apoio do grupo COI/Odebrecht’, como descreve o documento, Lula foi acompanhado, entre outros, pelo senador Blairo Maggi (PR-MT) e pelo ex-ministro de Minas e Energia Silas Rondeau, que deixou o governo em 2007 acusado de receber propina para favorecer empresas com obras federais.”

Tem mais:

“Os documentos do Itamaraty registram ainda outras viagens de Lula a Cuba. Em junho de 2011, o ex-presidente foi recebido no hotel por Marcelo Odebrecht, presidente da empresa, e José Dirceu. ‘Em sua chegada ao hotel, Lula recebeu os cumprimentos do Senhor José Dirceu e do empresário Marcelo Odebrecht, Diretor-Presidente daquela construtora’, registrou o encarregado de negócios em Cuba na ocasião, Albino Poli Jr., em telegrama enviado para o ministério.”

3) Zimbábue

Brazil's President Lula da Silva greets Zimbabwe's President Mugabe during a food summit in Rome

Mugabe e Lula: sem preconceito com ditaduras

Outro telegrama revela que Lula abriu as portas do BNDES ao governo do Zimbábue, país africano governado pelo ditador Robert Mugabe, embora não fique claro se há ou não alguma ligação direta com obras da Odebrecht.

O que está claro é que os documentos revelados pelo Globo aproximam Lula da cadeia por tráfico de influência, crime pelo qual o petista já está sendo investigado pela procuradoria do Distrito Federal.

O Brahma não está numa fase boa, não.

Felipe Moura Brasil ⎯ https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil

 

Brain Drain: como culpar quem quer se mandar do Brasil?

Uma reportagem grande, publicada neste domingo em O GLOBO, com chamada de capa, mostra o enorme aumento do êxodo de brasileiros que buscam uma qualidade de vida melhor no exterior. O jornal foca na crise econômica, mas mostra que cada família apresenta um motivo diferente: a desvalorização da moeda, melhores oportunidades de trabalho, uma vida melhor para os filhos, etc. A correlação entre o aumento do êxodo e o aumento da rejeição à presidente Dilma é total: os brasileiros que decidem se mudar estão muito cansados desse governo petista:

Fonte: GLOBO

Números obtidos pelo GLOBO junto à Receita Federal confirmam que a emigração qualificada está em alta. Entre 2011 e 2015, o total de Declarações de Saída Definitiva do país — documento apresentado ao Fisco por quem emigra de vez — subiu 67%. Em 2011, a Receita recebeu 7.956 declarações, 21 para cada dia do ano. Em 2015, foram 13.288, numa média diária de 36 saídas.

— Esse número é apenas uma amostra pequena da realidade da emigração — diz Joaquim Adir, supervisor nacional de imposto de renda da Receita. — Mas reflete a saída de uma elite financeira e cultural, de pessoas que se preocupam em ficar quites com a Receita e que têm conhecimento da importância disso. Não entram aí os brasileiros que não têm bens ou rendimentos, como crianças e jovens, nem os que querem sair de forma ilegal. Essa emigração está em alta.

Os engenheiros José Wellington e Silvia Oliveira chegaram a Toronto, no Canadá, em abril. Levaram Julia, de 7 anos, e Nicolas, de 3. Em Belo Horizonte, a família tinha casa própria. Wellington trabalhava na área de mineração, e Silvia, na firma de avaliação de imóveis do pai. Nos últimos meses de 2013, a empresa de Wellington deu um alerta: diante da crise incipiente, não teria como manter toda a equipe a partir de agosto de 2014.

— Foi a gota d’água — diz Silvia. — Estávamos cansados da corrupção, da violência, do espírito do cada-um-por-si. A gente odeia o PT, o Lula, a Dilma. Vimos que o país estava afundando num buraco e que não havia luz no fim do túnel. Cada escândalo de corrupção que surgia solidificava nossa decisão. Então nos inscrevemos no programa canadense e passamos por um processo trabalhoso. Não digo que foi difícil. Só burocrático.

Pergunto: como condenar essa gente? O que o Brasil tem feito para merecer os melhores talentos? O que o país tem feito para preservar aqueles que efetivamente criam riquezas? Conversando com várias dessas pessoas que ou já resolveram se mudar ou estão pensando seriamente na decisão, posso atestar que os motivos apresentados são bastante parecidos, convergem para um mesmo quadro geral, que tenho resumido com meu bordão: o Brasil cansa!

Vejamos: para começo de conversa, essas pessoas não costumam ligar tanto para ideologias, e ficam de saco cheio com a mentalidade socialista vigente no Brasil, que condena o lucro, o empreendedorismo, o capitalismo. Essas pessoas querem apenas um ambiente melhor para trabalhar e produzir riquezas, sem pagar tantos impostos, sem enfrentar uma burocracia asfixiante, e sem, depois de tudo isso, ainda ter que aturar os “intelectuais” e artistas condenando sua “ganância” ou “ambição”, justamente o que é louvado no exterior, nos países ricos e desenvolvidos, não por acaso capitalistas.

O simples fato de que muitos brasileiros reagem a essa fuga de cérebros de forma mesquinha, com um ufanismo boboca do tipo “já vai tarde, o Brasil não precisa de vocês”, em vez de analisar racionalmente por que tanta gente boa está partindo, já demonstra bem a razão pela qual tantos vão embora: esse atraso intelectual cansa muito. O Brasil tem um monte de gente com complexo de vira-lata, que em vez de olhar com admiração para os países melhores, olha com revolta e inveja. Como melhorar assim?

Outro motivo para a debandada, seguindo na mesma linha, é o ambiente cultural do país, com a enorme subversão de valores, com a vitimização de bandidos, com o enaltecimento de tudo que é lixo por medo de ser tachado de preconceituoso, com o “jeitinho” e a “malandragem” excessiva do brasileiro, que julga otário aquele cidadão ordeiro que segue as leis. Como isso tudo cansa! Essas pessoas que se mudam entendem a importância de se viver num país civilizado em que as leis são respeitadas e não há espaço para esse coitadismo todo que estraga o Brasil.

Em seguida, há razões mais comezinhas, ligadas ao dia a dia. Violência em primeiro lugar (pois ninguém gosta de sair de casa com medo de levar uma bala perdida ou ser assaltado a qualquer momento), oportunidades melhores de trabalho, trânsito melhor e mais civilizado (não consigo expressar bem a minha revolta com o caótico trânsito carioca sem perder o decoro necessário ao blog), vida digna para a imensa maioria nos países mais civilizados e capitalistas (não há miséria para todo lado), Lei Seca (nos Estados Unidos, por exemplo, ninguém é parado ex ante, como no filme “Minority Report”, e você pode perfeitamente tomar seu vinho no jantar e voltar dirigindo, pois é punido aquele que efetivamente demonstra sinais de direção irresponsável), etc.

Repito: como culpar aquele que decide levar a família para lugares tão melhores assim? Ah, não posso usar o conceito de melhor, pois isso já me transforma num “inimigo da Pátria” para muitos? E essa reação é justamente, como já disse acima, parte da explicação de por que tantos se mandam, cansados desse pensamento pequeno típico de gente medíocre e perdedora, gente invejosa que ataca os bons em vez de tentar melhorar.

Pergunto uma vez mais: como culpar aquele que não aguenta mais viver num país em que o PT está no governo há tanto tempo, mesmo depois de tudo que aprontou, e que ainda tem “intelectuais” como Leonardo Boff e Marilena Chaui falando besteira com amplo espaço na imprensa, e artistas como Chico Buarque e Gregorio Duvivier sendo idolatrados por suas opiniões políticas? Só o fato de Greg e Guilherme Boulos, que estaria preso em qualquer país sério, terem colunas no maior jornal do país já é motivo suficiente para pessoas decentes desejarem “picar a mula”.

O Brasil cansa. E muito. Um leitor definiu, de forma simplificada, os três tipos de brasileiros: os safados, os otários e os reféns. Safados nós conhecemos bem: muitos estão em Brasília, com carrões de luxo na garagem depois de uma vida toda no setor público, ou andando de jatinho particular pago por empreiteira. Os otários são os idiotas úteis que ainda acreditam nesses políticos, que pregam mais estado como solução para os problemas causados pelo excesso de estado. Os reféns são todos aqueles conscientes disso tudo, mas impossibilitados de mudar as coisas ou se mudar. A maioria dos leitores desse blog está na terceira categoria, naturalmente.

O “brain drain” que o Brasil está sofrendo, em escala cada vez maior, é preocupante, mas compreensível. Como na novela de Ayn Rand, esse capital humano bom foge para lugares melhores, busca refúgio em países mais civilizados e capitalistas, com uma mentalidade vigente menos atrasada e invejosa, com um governo menos hostil aos empreendedores e trabalhadores que criam riquezas. Com isso, o Brasil vai perdendo mais talentos, riqueza, recursos, pois quem ainda acha que é o petróleo debaixo do solo que faz uma nação próspera, explorado pelo próprio governo, e não o capital humano, não entendeu absolutamente nada!

Confesso ao leitor: muitos com quem converso gostariam de simplesmente “dar uma banana” ao Brasil e se mandar sem olhar para trás, mas não consigo fazer isso. Meu lado mais patriótico fala mais alto, e lamento profundamente isso tudo. Lamento saber o que o Brasil poderia ser, mas não é, por conta dessa cultura tacanha, desse esquerdismo ultrapassado, dessa mentalidade tosca que cospe em tudo que é melhor, que ataca aqueles que carregam o país nas costas, criando riquezas e empregos.

Penso no que poderia ser meu querido Rio de Janeiro sem tanta miséria e violência, sem os lindos morros dominados por favelas do tráfico, com praias maravilhosas que poderiam ter inúmeros restaurantes fantásticos com ótimos serviços, e fico muito triste. Olho para Miami, por exemplo, como o Rio que deu certo. E depois ainda tenho que aturar um Sakamoto da vida, uma nulidade intelectual que é idolatrado por idiotas úteis, repetir que Miami não deu certo coisa alguma, e condenar o rico que é assaltado no Brasil, por ser rico.

Vai ver que quem deu certo mesmo foi o bloco bolivariano que essas mulas oportunistas defendem! Por isso vemos tanto fluxo migratório desses países capitalistas para os socialistas, não é mesmo? Todos querendo entrar, ainda que ilegalmente, em Cuba, na Venezuela, na Argentina ou mesmo no Brasil. Com certeza! O leitor não faz ideia da quantidade de americanos que querem aproveitar a “justiça social” petista e os sindicatos fortes que “protegem” o trabalhador no Brasil. Milhões!

A ironia é o último recurso do desespero. Tentamos rir para não chorar. Enquanto o Brasil tiver “intelectuais” como esses, não corremos o menor risco de dar certo. Continuaremos com esse ambiente hostil aos criadores de riqueza, e com um terreno fértil para oportunistas de plantão, para marxistas como Paulo Freire subirem até o patamar de “patrono da educação”, uma educação que para ser apenas lamentável e medíocre ainda precisa melhorar muito. Até quando? Quantos brasileiros decentes vamos ver partindo até cair a ficha? Acorda, Brasil!

Rodrigo Constantino

 

O Brasil à beira do abismo: uma visão de Portugal

Tive a oportunidade de conhecer André Azevedo Alves (o “triple A”, como é chamado por alguns em sua universidade) num colóquio do Liberty Fund, e depois vi sua palestra em evento recente em Estoril, quando aproveitei para lançar o meu Esquerda Caviar em Portugal. André é professor do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa, e desponta como um profundo conhecedor da Public Choice School, que analisa as falhas de governo.

É justamente das falhas do nosso governo que ele falou em sua mais recente coluna no Observador. O professor se mostra preocupado com os rumos políticos e econômicos do Brasil, argumentando que os olhares de todos estão voltados para a Grécia, mas que a crise brasileira mereceria maior atenção do resto do mundo. A confusão institucional é citada pelo autor, inclusive a bizarra reunião fora da agenda entre Dilma e o presidente do STF, justamente em Porto, Portugal.

André diz que, para quem não acompanha o Brasil de perto, a situação grave em que o país se encontra pode parecer estranha, levando em conta uma capa da revista The Economist não tão distante assim colocando o Cristo Redendor alçando voo. Mas, no fundo, nossos problemas vêm de longa data, “a raiz de muitos dos principais problemas é bem anterior aos acontecimentos dos últimos anos”. Sua visão é acurada, portanto, e deveria ser levada em conta por aqueles que ainda acreditam numa crise repentina causada por fatores externos.

Ele busca no Plano Real a principal fonte de mudança positiva nas últimas décadas, pois a estabilidade monetária finalmente permitiu o “milagre econômico”. O PT teria surfado essa onda, mas sua visão do papel do estado na economia plantaria as sementes da atual crise:

Os primeiros anos de governação PT beneficiaram destas medidas e aproveitaram a folga existente para expandir substancialmente o Estado. A chegada do PT ao poder não trouxe a revolução que muitos – dentro e fora do Brasil – temiam, mas iniciou um processo de expansão do aparelho de Estado (com o clientelismo associado) e de estagnação da economia do país, com destaque para um nível asfixiante de burocracia e fiscalidade.

O país que ainda recentemente era visto por muitos como um milagre económico chegou assim a uma situação de recessão – com o PIB a contrair mais de 1% – e com a inflação oficial em torno dos 10%.

Ao mesmo tempo, ao longo dos últimos anos, manifestações populares massivas vêm contestando a fraca qualidade dos serviços públicos, os elevados níveis de corrupção percepcionados e a subida do custo de vida, mas sem que até ao momento se vislumbre uma alternativa governativa viável.

Mas, se o avanço estatal liderado pelo PT gerou todo tipo de problema que vemos hoje, é inegável que há, pela primeira vez em muito tempo, uma forte reação por parte da população. André credita essa mudança aos esforços de institutos com viés liberal que têm ajudado a disseminar uma visão alternativa pelo país:

É inegável que, além das manifestações anti-governamentais, há mais sinais de vitalidade da sociedade civil brasileira. Um vasto e variado leque de organizações voluntárias da sociedade civil – como o Instituto Millenium, o Instituto de Estudos Empresariais ou oInstituto Mises Brasil – desempenham um papel educacional importante e com notável impacto. É de destacar também o recente sucesso junto do público brasileiro de obras como “Pare de Acreditar no Governo”, de Bruno Garschagen, ou “Esquerda Caviar” (publicado em Portugal pela Alêtheia), de Rodrigo Constantino. Mas não é menos verdade que, não obstante todos estes sinais, a construção de um caminho alternativo para o Brasil não se afigura fácil.

Fico lisonjeado pela menção, ao lado de meu amigo Bruno Garschagen e de institutos que tenho colaborado de forma bastante próxima. A visão mais afastada do professor português serve para ilustrar bem o momento em que o Brasil vive: de um lado, o PT levou as tradições estatistas ao extremo, e com isso causou uma grave crise econômica e institucional; por outro lado, há finalmente alguma reação por parte da população, a parte mais esclarecida que bebeu em fontes liberais e está ciente dos caminhos alternativos que o Brasil deveria tomar.

Quem vencerá esse cabo-de-guerra? Ninguém sabe ao certo. A história não está contada, não há um destino fatalista. Somos nós quem vamos construir o futuro brasileiro, para o bem ou para o mal. As “forças do pântano”, como costuma dizer Paulo Guedes, estão reagindo para não perder privilégios, mamatas e poder. As forças da Grande Sociedade Aberta também estão em movimento, cada vez mais organizadas e espalhadas. O professor conclui:

Os próximos passos do Brasil serão decisivos para determinar se o país consegue dar a volta à crise ou se mergulhará definitivamente numa espiral de degradação económica, política e social. Dada a importância global do Brasil, o futuro do país terá também ramificações significativas na América do Sul e no resto do mundo. Também por isso seria importante prestar mais atenção ao que por lá se está a passar.

Que o Brasil não faça como aquele time, que estava à beira do precipício, mas tomou a decisão “certa”: deu um passo à frente. É hora de recuar do estatismo, do populismo, do governo como a locomotiva do progresso e da “justiça social”, e dar uma chance à liberdade, ao capitalismo verdadeiro, à economia de mercado. Será que somos capazes de tal mudança? Quem viver, verá.

Rodrigo Constantino

 

O Brasil ficará velho antes de ficar rico, diz demógrafo do IBGE

A entrevista nas páginas amarelas de VEJA desta semana é com José Eustáquio Alves, demógrafo do IBGE, que faz previsões negativas sobre o futuro do Brasil, afirmando que o país, especialmente durante a gestão Dilma, mas com as sementes plantadas ainda na era Lula, deu as costas ao “bônus demográfico”.

Trata-se da janela demográfica em que há maior parcela de jovens em relação às demais faixas etárias, período em que os países deveriam aproveitar para aumentar o ritmo de desenvolvimento. O Brasil foi por caminho diverso, incentivou o consumo, não investiu o que deveria, e há, hoje, enorme contingente de jovens fora do mercado de trabalho. E pior: nem estudando estão! Diz o especialista:

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Ou seja, o Brasil realmente se mostrou uma cigarra irresponsável sob o governo do PT, em vez de agir como uma formiga trabalhadora que se prepara para o inverno. Fiz uso dessa metáfora em vários textos e palestras durante os últimos 5 anos, alertando para o perigo. Enquanto isso, “gurus” da economia, como Delfim Netto e Belluzzo, pediam mais gastos públicos, endossando a política econômica do PT. Deu nisso, mas os jornalistas não cobram desses “especialistas” nenhum tipo de compromisso com suas previsões e recomendações.

Em junho de 2012, por exemplo, o GLOBO divulgou uma matéria com esses “gurus” em que o recado não poderia ser mais claro: era hora de gastar! Curioso, já que nunca vemos esses keynesianos desenvolvimentistas falando o contrário, pregando a austeridade, a postura anticíclica do governo na hora da bonança. É sempre a mesma mensagem: gastar, gastar. Por isso políticos gostam tanto de Keynes ou mesmo Marx. Têm nos seus seguidores o pretexto perfeito para agir de forma irresponsável.

Alexandre Borges, em sua página no Facebook, coloca o dedo na ferida:

Até a última vez que eu chequei, o chamado “jornalismo econômico” nunca voltou para cobrar esses “gurus” sobre seus conselhos. A economia brasileira foi completamente destruída e os arautos da política econômica continuam tratando o assunto como se não fosse com eles, como se a crise houvesse caído do céu.

Já não é hora do “jornalismo econômico” começar a ouvir também economistas de outras escolas, ao menos para ter visões alternativas? Por que a tal diversidade de que tanto falam não inclui a diversidade de opiniões econômicas no jornalismo?

O economista Rodrigo Constatino há anos alerta para os riscos da condução econômica pelos “desenvolvimentistas”, como nesse artigo de 2013.

No longínquo 2010, Constatino deu uma palestra visionária em que previu a atual situação de estagflação. Ele estava certo, os “gurus” estavam errados. Quem vai pedir desculpas?

Gurus

Agradeço humildemente pela menção, mas não fui o único. Vários economistas com viés mais liberal fizeram alertas. Foram ignorados, quando não ridicularizados pelos antigos “gurus”, aqueles de uma nota só, justificando a gastança do governo. O economista Paulo Rabello de Castro chamou esse período de “década esbanjada”, termo que captura com perfeição o desperdício durante a gestão petista. O problema não é “apenas” essa enorme crise atual, com queda da atividade superior a 2% e inflação superior a 9%. É muito maior!

É uma janela de oportunidade que não volta mais. A China não vai mais crescer no mesmo ritmo, as commodities dificilmente voltarão aos mesmos preços, a taxa de juros nos países desenvolvidos vai começar a subir em breve, e o “bônus demográfico” vai desaparecer. Tudo isso joga contra o Brasil. O PT ganhou um bilhete na loteria e o rasgou, ou melhor, o queimou para garantir sua permanência no poder e a riqueza de muito camarada na Suíça. O trabalhador brasileiro, especialmente o jovem, vai pagar a pesada conta:

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Em outras palavras, estamos envelhecendo antes de enriquecer, o que é extremamente preocupante. Para piorar o quadro, temos um sistema previdenciário absurdamente generoso, principalmente com o setor público. Trata-se de um modelo coletivista como uma pirâmide Ponzi, que incentiva a busca por privilégios. A conta não fecha. E a conclusão do demógrafo é realista, e nem por isso deixa de ser assustadora: “O Brasil está virando as costas para sua derradeira brecha demográfica e, em consequência, está entrando em um caminho sem volta. Ficará velho antes de ficar rico”.

A esperança num futuro melhor foi usurpada dos nossos jovens por governos irresponsáveis, populistas, corruptos, equipados com uma ideologia equivocada. É preciso fazer uma radical mudança nos rumos atuais. Os velhos “gurus” da economia precisam ser, finalmente, ignorados, em vez de preservarem seus grandes espaços na imprensa como se nada tivessem dito ontem. O Brasil necessita, urgentemente, de reformas liberais radicais. Ou isso, ou podemos nos preparar para um futuro grego à frente…

Rodrigo Constantino

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1 comentário

  • Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC

    Pois é, li no blog do Felipe Moura Brasil hoje, que José Serra e Geraldo Alckmin também querem Eduardo Cunha fora, e o "minerin" Aécio Neves não quer o impeachment, quer a cassação da chapa Dilma/Temer e convocação de novas eleições. Essa é a "natureza do jogo" de que fala Reinaldo Azevedo. Ninguém quer saber do cumprimento da lei..., e é engraçado, pois Reinaldo se diz um defensor do estado de direito, das leis, da ordem, mas dentre todos apoia Serra, que não quer saber se Eduardo Cunha é inocente ou não, o interesse dele é poder, nem que para isso tenha que se aliar ao PT!!! Quanto a especulação de que Dilma continue seu mandato por mais 3 anos e meio, prá que? Prá nada? É claro que não, a natureza do jogo é outra, não é saber de culpados ou inocentes, é manter o controle da máquina do estado. Prá nada? Não, para manter o controle da máquina do estado. Quem ficará com o poder? PMDB, PSDB ou PT?

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    • carlo meloni sao paulo - SP

      O SERRA FOI MUITO BOM COMO MINISTRO, MEDIOCRE COMO GOVERNADOR E PREFEITO, MAS AGORA COMO SENADOR E' UMA ** BOS.......**O PROJETO SOBRE

      O PRE-SAL EVIDENCIA UMA MENTE TOTALMENTE ATRAPALHADA. E ESCLEROSADA----LAMENTO DIZER O HOMEM NAO VALE MAIS NADA.--

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    • Domingos de Souza Medeiros Dourados - MS

      De acordo Sr Meloni: ouncio senador que diz algo e o Caiado.

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