Doria e Bolsonaro: liberais até que ponto?, por Felipe Moura Brasil

Publicado em 21/09/2017 16:26 e atualizado em 21/09/2017 20:45
em O Antagonista
 

Até onde vai o liberalismo econômico do prefeito João Doria e do deputado federal Jair Bolsonaro?

Quanto mais os dois potenciais candidatos à Presidência em 2018 vociferam contra os abusos do PT no comando do Estado inchado brasileiro, mais a pergunta se impõe.

E só se impõe porque as contradições de ambos fazem a dúvida permanecer no ar.

Eleito com uma plataforma liberal, depois reforçada pelo “maior programa de privatização da história de São Paulo” e até pela defesa daprivatização gradual da Petrobras , Doria publicou na quarta-feira (20) um vídeo para rebater a narrativa de que ele enviou à Câmara dos Vereadores, simplesmente porque quis, um projeto de lei que prevê a incidência de ISS (Imposto Sobre Serviços) para empresas de transmissão de conteúdo pela internet, como Netflix e Spotify.

Em dezembro de 2016, de fato, o presidente Michel Temer sancionou a reforma do ISS, que instituiu em lei federal a cobrança do imposto sobre serviços de streaming.

“Todos os municípios brasileiros têm que cobrar impostos de quem presta serviços, inclusive nessa área de streaming”, alegou o prefeito, acrescentando que isto é comum em outros lugares do mundo onde as referidas empresas operam.

O problema veio nas reiteradas declarações a seguir:

1) “Agora não adianta dizer que vai cobrar do consumidor isso, não. Netflix é uma empresa rica, produz um excelente serviço, eu sou um usuário, meus filhos, minha esposa [também são] em nossas casas.”

2) “Agora não vem com essa história de que, ao cobrar imposto, que nunca pagou, vai repassar para o consumidor. Negativo. Os lucros da Netflix e de outras empresas de streaming são suficientemente altos para pagar os impostos municipais, seja na cidade de São Paulo, ou qualquer outra cidade do país.”

3) “Aqui em São Paulo não tem conversa: vai pagar o imposto, sim. E não deve aumentar o valor do serviço prestado à população. Por quê? Tira da sua margem.”

4) “O dono da Netflix é bilionário. Não tenho nada contra isso. Da Spotify, também. Nada contra. Agora não venha querer ganhar em cima do consumidor, daquele que paga e já paga bem por esse serviço. Paguem os seus impostos, Netflix e Spotify, e façam como uma empresa responsável. As brasileiras fazem isso, vocês podem fazer também.”

Ao menos quatro vezes, portanto, Doria assume a voz do Estado controlador e busca interferir na política de preços de duas empresas privadas, com apelos populistas para que elas não repassem a carga da cobrança estatal para o consumidor.

É de dar inveja a petistas como Lindbergh Farias, defensor do aumento da tributação dos mais ricos, frases de viés autoritário como “Tira da sua margem”.

Já Bolsonaro, em 2005, no Programa do Jô, criticou FHC da seguinte maneira:

“Barbaridade é privatizar, por exemplo, a Vale do Rio Doce como ele fez; é privatizar telecomunicações; é entregar nossas reservas petrolíferas para o capital externo. E a hora que você conseguir a autossuficiência do petróleo aqui, essas empresas de fora vão continuar tirando petróleo a 7 dólares e vendendo a 60. O lucro é deles!”

Em seu discurso nacionalista contra às privatizações ocorridas no governo FHC – incluindo a da Telebras, que acabou por popularizar o acesso à telefonia móvel –, Bolsonaro soava como Lula; e ainda acrescentava em tom irônico:

“Num país sério, o que ele [FHC] fez com as privatizações aqui, com toda a certeza que ele iria para aquele lugar lá” – no caso, o paredão de fuzilamento, amenizado pelo deputado como força de expressão.

Em 2017, porém, Bolsonaro respondeu a Bruno Dornelles se manteria o Estado grande:

“Quando você fala em período militar, era uma outra época, completamente diferente. E muitas estatais foram criadas e funcionaram naquele período. Tinha muitos coronéis estatistas, sim, mas a corrupção praticamente inexistia. Hoje em dia, os tempos mudaram, você tem que partir para uma privatização. Tem estatais que não tem nem que ser privatizadas, tem que ser extintas. Se eu não me engano, são 148 estatais no Brasil, que servem apenas de cabide de emprego. Então isso tem que ser mudado. Afinal de contas, o Estado tem que interferir o mínimo possível na economia.”

Os militares criaram 47 estatais no Brasil; e o PT, 43, quando já havia cerca de 100. O capitão da reserva distingue os dois casos, mas, reconhecendo que evoluiu em alguns pontos, adota hoje um discurso bem mais liberal que o de doze anos atrás, embora ainda com ressalvas sobre setores “estratégicos”, como o de energia, e até no caso da Petrobras, que, segundo ele, precisaria ser recuperada primeiro.

As posições de Doria e Bolsonaro já representam um avanço em relação à da esquerda, mas, se quiserem realmente se contrapor ao estatismo esquerdista e disputar os votos de centro-direita, precisam entender melhor o tema para explicar com coerência e exemplos práticos, inclusive em eventuais debates de TV, até onde foi e pretende ir o liberalismo econômico de cada um. ([email protected]).

Gleisi: “Lula sairá vencedor se concorrer”

No evento do PT de hoje, a presidente do partido, Gleisi Hoffmann, disse que Lula será candidato em 2018, mesmo que sua condenação seja confirmada pelo TRF-4.

“Temos certeza de que ele será candidato. Até porque temos precedentes que foram julgados e foi dado o direito de a pessoa ser candidata, mesmo julgada em segunda instância.”

Segundo a senadora, “boicotar o processo eleitoral é invenção dos nossos adversários”.

“Eles têm interesse que o PT participe no processo com um nome mais fraco, pois eles sabem que Lula sairá vencedor se concorrer.”

Melhor trocar de advogado, Lula

O TRF-4 indeferiu há pouco novo pedido de suspeição do juiz Sérgio Moro protocolado pela defesa de Lula.

Segundo o desembargador Gebran Neto, os advogados do ex-presidente usaram instrumento jurídico errado para pedir a suspeição.

Lula a policiais federais: “São verdadeiros analfabetos políticos”

No evento do PT de hoje, Lula chamou de “excrescência da excrescência da excrescência” a denúncia contra ele na Operação Zelotes, aceita pela Justiça nesta semana.

A ‘alma mais honesta do mundo’ atacou os delegados da Polícia Federal:

“Eles são verdadeiros analfabetos políticos. Não conhecem nada do que se trata de político. Eu falei: precisa cuidar disso. […] Não é só fazer um concurso, virar o julgador do mundo. É preciso ter experiência de vida, prestar contas com a realidade.”

Nem a esperança, Lula?

Transtornado por ser réu pela sétima vez,  Lula disse ser um político que nunca roubou.

Nem a esperança, Lula?

Planalto barra emendas e aborrece deputados, por JOSIAS DE SOUZA (no UOL)

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O governo barrou um lote de verbas orçamentárias que já havia destinado a obras de interesse dos parlamentares. Os deputados fazem as contas. Alguns contabilizaram perdas de algo como R$ 10 milhões. Interpretaram a meia-volta como uma manobra para forçá-los a retornar ao Planalto com o pires na mão às vésperas da votação da segunda denúncia da Procuradoria contra Michel Temer.

É como se os operadores de Temer se inspirassem numa passagem de Brás Cubas, capítulo 36. O livro relata que Brás Cubas entra em casa e descalça as botas. Deita-se aliviado, com os pés em estado de bem-aventurança. O personagem conclui que as botas apertadas são uma das maiores dádivas da vida. Mortificando os pés, desmortifica-os depois, propiciando ao infeliz a felicidade suprema do descalçar.

Ao frear a liberação das emendas, o governo proporciona aos deputados o desconforto de uma bota apertada. Mas ensina aos infelizes que basta refazer o pedido e renovar seus compromissos com o futuro de Temer para usufruir do alívio da restituição das verbas.

Alguns aliados do presidente não gostaram do truque. Para derrubar a segunda denúncia, querem verbas novas, não uma renegociação de emendas antigas. Tem gente ameaçando mudar de lado, só para impor aos calos de Temer o desconforto de uma bota apertada.

A revolução: descoberta a terapia que cura burrice, cafonice e cafajestagem ideológica (por REINALDO AZEVEDO)

Submetendo-se a essa terapia, você não vira nem petista e esquerdista patrulheiro nem antipetista e anti-esquerdista

Parem tudo!

Nada será como antes!

Descobriram a cura da burrice, da cafonice, da cafajestagem ideológica.

Submetendo-se a essa terapia, você não vira nem petista e esquerdista patrulheiro nem antipetista e anti-esquerdista profissional.

Submetendo-se a essa terapia, você não viverá de mamar nas tetas de um partido. Mas também não vai conseguir o leitinho entre os que financiam os inimigos desse partido.

Submetendo-se a essa terapia, passa a vontade de integrar hostes fascistoides do MST, do MTST, do Levante da Juventude.

Submetendo-se a essa terapia, cessa também a comichão de censurar exposições de “arte degenerada”, de apreender quadros, de impedir peças de teatro.

Submetendo-se a essa terapia, você se cura da tentação de “curar” gays e de mandar para a cadeia tudo o que a sua espaçosa ignorância não entende.

Submetendo-se a essa terapia, você deixa de sentir aquele “je ne sais quois” por coturno e uniforme quando um militar da ativa ou da reserva prega golpe de estado.

Submetendo-se a essa terapia, acaba o seu tesão por depredações, incêndios, barricadas.
Submetendo-se a essa terapia, some aquela sua vontade de enfiar a mão na cara de quem discorda de você e de sair berrando, como a Rainha de Copas, “Cortem-lhe a cabeça”.

Submetendo-se a essa terapia, você deixa de achar que seus adversários são sempre culpados, mesmo quando inocentes ou quando não há provas, e que seus amigos são sempre inocentes, mesmo quando culpados ou quando as provas gritam.

Submetendo-se a essa terapia, você passa a desprezar todas as respostas simples e erradas para problemas difíceis.

E, claro!, sinto-me profissionalmente obrigado a tornar público o nome do remédio: chama-se “LIVROS”. Podem ser ministrados nas versões física e eletrônica.

Sim, há os maus livros, os falsos remédios.

Mas ler alguma coisa, mesmo ruim, já é um primeiro passo. Ao menos o doente demonstra que tem alguma chance de se curar.

profissional

 

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