Brasil pode ficar sem carne bovina durante o Dia da Independência

Publicado em 13/06/2013 11:01
Um grupo de produtores rurais do Mato Grosso do Sul lançou na quinta-feira, dia 6, a Semana da Dependência.

O movimento, que buscará a adesão de agropecuaristas de todo o Brasil, paralisará o fornecimento de carne bovina para as indústrias, desabastecendo os estoques do país dentro de sete dias a partir de seu início, já que aproximadamente uma semana é o período máximo de armazenagem do alimento dentro do frigorífico. 

O objetivo do protesto é chamar a atenção do poder público para as demandas do setor produtivo, entre elas o fim das demarcações de terras indígenas, que têm causado insegurança jurídica aos proprietários rurais.

A organização da Semana da Dependência garantiu, através de texto publicado na página do manifesto na rede social Facebook, que a mobilização será pacífica e não prejudicará de forma alguma a produção rural do país, rejeitando possibilidades como depredação de bens públicos ou o trancamento de rodovias. A ideia é conquistar a opinião pública para obter mais apoio à causa. 

O alimento escolhido para representar a paralisação dos produtores foi a carne bovina, embora o convite esteja feito também aos avicultores e suinocultores. 

"Por conta de algumas características particulares de cada tipo de alimento e suas maneiras de produção e estocagem, não são todos que se prestam, com alguma facilidade, à consecução do objetivo pretendido", diz o texto elaborado pelos agropecuaristas. 

Segundo eles, o armazenamento no atacado da carne bovina "é caro e limitado". 

A rotatividade da carne bovina do abate do gado ao consumo acontece dentro de um período de 4 a 6 dias em média. "Em uma semana, o estoque nacional vai de pleno a quase zero se o abate cessar", explicam os pecuaristas. 

Semelhante a esta ação, durante o governo do então presidente da República José Sarney, em 1989, foi decretado confisco de gado gordo de propriedades que tivessem mais de 500 reses. 

O movimento não teve adesão em massa pela forma rudimentar com que foi divulgado, dificuldade que deverá ser superada neste embargo pela facilidade proporcionada pelos meios de comunicação modernos. 

Mobilizados, os produtores rurais pretendem redigir uma lista de todas as demandas do setor para ser enviada Governo Federal, que serão consequentemente benéficas para sociedade, como entendem os organizadores da Semana da Dependência, como o barateamento dos alimentos nos supermercados. 

A paralisação no abate de gado de corte começará no dia 20 de agosto e seguirá até o dia 20 de setembro, evidenciando a falta de carne bovina nos açougues durante o feriado do Dia da Independência, 7 de setembro. 

"Vai ser atingida a meta de fazer o cidadão normal, brasileiro, parar diante do balcão e se perguntar o porquê de pagar R$ 15 ou R$ 18 por um quilo de costela", projetam os líderes do movimento. 

Segundo os agropecuaristas, mesmo que o governo estude uma saída para a situação através da importaçãode carne, não há tempo hábil para fazê-lo de modo a suprir toda a demanda nacional e, ainda assim, o preço será muito alto, trazendo prejuizo ao invés de solução. 

O movimento será divulgado nacionalmente no dia 14 de junho de 2013, quando haverá um manifesto já declarado pelos produtores em nível nacional. 
Carne bovina no Brasil

O Brasil abate anualmente 40 milhões de cabeças de gado, produzindo 9,4 milhões de toneladas de carne bovina. 

Do total, 82%, ou 7,52 milhões de toneladas, são usados para abastecer o mercado interno. 

O brasileiro consome atualmente uma média de 40 quilos de carne bovina per capita ao ano.

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Fonte:
Scot Consultoria

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1 comentário

  • Geraldo Nardelli Marília - SP

    Inteligente, é como posso classificar. Para produtos agropecuários não há no mundo problema com a demanda, então a curva de preços é inversamente proporcional a curva da oferta. Falei outro dia que se houvesse redução intencional de 20% na área plantada, desestabilizaríamos qq governo e mostraríamos nosso real valor. Na pecuária o problema é mais grave, pois o BNDES financia a concentração do setor, financiando o endividamento de algumas empresas,em detrimento de outras, o CADE faz vistas grossas, pois interessa ao governo que a carne seja barata. Indo o boi a $ 150 a arroba, para onde vai a inflação? A classe produtora precisa se unir e organizar-se, só assim venceremos e vamos ser respeitados.

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